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Cidades do interior de SP convocam pacientes e descredenciam médico suspeito de causar 42 mortes

G1 - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

15/12/2023 por Redação

Cirurgião João Batista do Couto Neto atendeu em cidades de SP após investigação avançar no Rio Grande do Sul. Médico João Couto é preso enquanto atendia em hospital no interior de São Paulo
O médico cirurgião João Batista do Couto Neto, preso nesta quinta-feira (14) suspeito de causar a morte de 42 pacientes no Rio Grande do Sul, atendeu em unidades de saúde de Amparo, Pedreira e Serra Negra e era credenciado ao Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Metropolitana de Campinas (Cismetro).
Nesta sexta-feira (15), após a notícia da prisão, as cidades e o consórcio anunciaram medidas que vão desde o descredenciamento do suspeito para trabalhar na região até a convocação de pacientes atendidos por ele para uma nova avaliação.
Em nota ao g1, o Cremesp informou que, até o momento, não há investigações contra o médico aqui no estado de São Paulo. Veja abaixo as unidades que o médico atendeu na região e as medidas anunciadas em cada uma delas:
USF Jardim Silvestre, Amparo
Hospital Santa Rosa de Lima, Serra Negra
Fundação Beneficente, Pedreira
A prisão em Caçapava (SP)
A investigação em Novo Hamburgo (RS)
Amparo
A Prefeitura de Amparo informou que João Batista do Couto Neto fez apenas um plantão na cidade, no dia 10 de outubro de 2023 na Unidade de Saúde da Família do Jardim Silvestre.
O atendimento se deu das 08hrs até as 16hrs e não houve, até o presente momento, instalação de nenhum procedimento disciplinar ou similar referente aos atendimentos prestados em Amparo, visto que, não houve nenhuma reclamação ou queixa por parte de nenhum paciente.
Unidade de Saúde da Família do Jardim Silvestre, em Amparo
Pedro Torres/EPTV
Segundo a Prefeitura, a Secretaria de Saúde de Amparo vai convocar todos os 22 pacientes atendidos pelo médico na data do plantão para uma nova avaliação por médicos da rede e também pedir o descredenciamento dele.
Neste dia, o médico em questão, contratado pelo CISMETRO (Consórcio Intermunicipal de Saúde na Região Metropolitana de Campinas- RMC) em regime de cobertura para suprir a ausência do médico da Unidade.
O Cismetro informou ao g1 que a documentação do médico estava em dia à época do cadastro, mas que, diante da notícia da prisão, vai proceder com o descredenciamento do suspeito. Por meio do consórcio, João Batista realizou apenas um plantão na região, o de Amparo citado acima.
Nesse casos, o Cismetro abre um procedimento interno, uma sindicância, apura os fatos e já descredencia ele, informou Elcio Ferreira Trentin, superintendente do consórcio.
Serra Negra
Em Serra Negra, a Prefeitura informou que o médico João Batista de Couto Neto nunca teve vínculo com a Secretaria Municipal de Saúde, mas atendeu no Hospital Santa Rosa de Lima.
Em contato com o administrador do Hospital, a Prefeitura foi informada que o médico em questão atuou em cobertura de plantões no pronto-socorro por intermédio da prestadora de serviços. Que seu registro no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP) estava ativo quando da consulta feita pela direção do Hospital Santa Rosa de Lima.
O hospital ainda informou que a Certidão Ético Profissional emitida pelo CREMESP em 24 de outubro de 2023 liberava o médico para o trabalho e que o suspeito deixou as escalas de atuação no Hospital Santa Rosa de Lima na primeira semana de novembro de 2023.
Hospital Santa Rosa de Lima, em Serra Negra
Reprodução EPTV
Pedreira
Segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde, o médico João Batista do Couto Neto foi credenciado como clínico pela Fundação Beneficente de Pedreira (Funbepe) nos meses de setembro, outubro e novembro deste ano.
Em nota ao g1, a Funbepe informou que o médico atuou em dois plantões no pronto-socorro da unidade em setembro. A contratação foi feita por uma empresa terceirizada e confirmada pelo hospital já que o conselho de medicina permitia a atuação dele.
O médico deixou de atuar no hospital ainda em setembro em razão de reclamações sobre o comportamento dele.
A FUNBEPE tomou providências imediatas diante da primeira reclamação dele. Porém, salientamos que foi de ordem comportamental, pois a pesquisa no CRM permitia atuação em PS.
Certidão do Cremesp permitia atuação do profissional em SP
Reprodução
A prisão
João Couto é preso em hospital
Divulgação/Polícia Civil
O médico João Batista do Couto Neto foi preso na tarde desta quinta-feira (14), em um hospital de Caçapava, no interior de São Paulo. Couto teve a prisão preventiva decretada após ser indiciado pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul por homicídio doloso (quando há intenção de matar) em três inquéritos, no fim de novembro.
Segundo a Polícia Civil, ele foi preso enquanto atendia no hospital. Ao g1, o advogado de Couto, Brunno de Lia Pires informou que a prisão é absurda e imotivada e que vai entrar com pedido de habeas corpus.
Com surpresa a Defesa recebeu a notícia da decretação da prisão preventiva do médico João Couto Neto. A decisão não se reveste de qualquer fundamento fático ou jurídico e constitui clara antecipação de pena, com a finalidade de coagir e constranger o médico. Impetraremos ordem de habeas corpus o mais breve possivel para fazer cessar a absurda e imotivada prisão.
Em fevereiro deste ano, João Couto se registrou no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). Na ocasião, o Cremesp confirmou estar ciente de que o médico enfrentava uma suspensão em sua licença, mas que é obrigado a efetuar o registro do médico por se tratar de uma restrição parcial.
A investigação
João Couto foi preso em hospital de São Paulo
Reprodução/RBS TV
Couto é suspeito de ter causado a morte de 42 pacientes devido a procedimentos cirúrgicos e provocado lesões em outros 114. Pacientes e pessoas que trabalharam com ele relataram excesso de cirurgias por dia, procedimentos desnecessários e até diagnóstico de câncer raro falso.
O médico foi alvo de uma operação policial em dezembro do ano passado, ocasião em que foram cumpridos mandados de busca e apreensão no hospital em que atuava, localizado em Novo Hamburgo, bem como no apartamento em que vivia na cidade.
Na época, havia suspeita de envolvimento dele na morte de cinco pacientes e ainda por ter causado sequelas em outros nove. Documentos, celulares e equipamentos de informática foram apreendidos.
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