Geral

Em 'Amsterdam', cachorro com guarda compartilhada é o elo entre ex-casal

Parte da série, rodada durante a pandemia, foi gravada em Montevidéu, no Uruguai, onde as condições sanitárias eram mais favoráveis

Rastro101
Com informações do site O Tempo

20/03/2022 por Redação

Divulgação/O TempoDivulgação/O TempoA série se chama Amsterdam, mas nada tem a ver com a capital holandesa. Na produção que estreia neste domingo (20) na HBO e HBO Max, o nome faz referência a um esperto cachorrinho que é encontrado na avenida homônima, na Cidade do México, e adotado por um casal.
Nadia (Naian González Norvind) e Martín (Sebastián Buitrón) moram no bairro de La Condesa, espécie de Vila Madalena local, com muitas ruas arborizadas e cafés hipster. Vale ressaltar ainda que parte da série, rodada durante a pandemia, foi gravada em Montevidéu, no Uruguai, onde as condições sanitárias eram mais favoráveis na época.

Já a criação, o roteiro e a direção são do argentino Gustavo Taretto (do sucesso Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual, de 2011). Apesar de todo o caldeirão cultural em que a série foi produzida, ele afirma que ela é 100% mexicana.

Ele define os dez episódios de 30 minutos como uma quase comédia romântica. A trama gira em torno do casal citado acima, que decide se separar, mas não entra em acordo sobre quem vai ficar com o cachorro.

González Norvind diz que concorda com a definição do autor no que diz respeito ao quase. Acho que a série vai se distinguir muito por ser quase um gênero nela mesma, avalia. É romântica, porque estamos tratando de uma relação de casal, mas ao mesmo tempo é a história de um desencontro, mais do que de um encontro.

Por sua vez, Buitrón explica que o casal Nadia e Martín está em um momento de decisão. Estão chegando aos 30 anos e chegaram a um ponto de maturidade em que vão morar juntos, algo que não é simples seja qual for a orientação deles, conta.

Eles chegaram nesse momento em que já estão há algum tempo juntos e começam a pensar se poderiam estar melhor, mas de que forma eles podem aliviar os próprios corações antes de destruir o que construíram?, questiona. Os dois têm uma alma muito sensível e tranquila, então sabem conversar quando estão com problemas, não têm grandes explosões.

Tem muito subtexto, concorda a parceira de cena. Mesmo que aparentemente não haja conflito entre eles, há muitas coisas acontecendo embaixo da superfície. Até que chega esse momento de quebra em que você decide que é o momento de se separar, mesmo que por um tempo, para continuar se dando bem com aquela pessoa.

Taretto elogiou os atores escolhidos para interpretar o casal. Nadia, a personagem que a Naian faz, é muito melhor do que a que eu escrevi, afirma. E o mesmo ocorre com o Sebastián. Acho que ele é o Martín, é como se eu sequer tivesse criado o personagem. Acho que os dois entenderam perfeitamente que, de algum modo, estão contando o que acontece na geração deles.

O terceiro protagonista é o cãozinho Amsterdam -na realidade, foram usados 3 cachorros diferentes nas gravações. Os atores dizem que, por mais fofo que ele seja, não é simples gravar com animais.

No final, você percebe que por mais robotizado que possam parecer no começo as indicações feitas ao cachorro, tem um momento em que isso se dissolve e acabamos conseguindo parecer tudo muito natural, comenta Buitrón.

Não só na nossa interação com o cachorro, mas também em cenas muito específicas em que ele estava sozinho, lembra o ator. Ele tem que chegar até uma marca, parar, olhar para o lado, fazer xixi numa árvore e por aí vai. Às vezes eram mais de 20 tomadas para que o bicho entrasse no clima, mas foi muito bonito de ver como sempre houve muita paciência para esperar o tempo dele.

Tem muita diferença entre a dificuldade de conseguir que o cachorro fizesse certas coisas e o resultado, avalia González Norvind. Parecia que o cachorro tinha iniciativas próprias, que tinha lido o roteiro (risos).

Ambos atores lembram que o truque usado pelos donos para fazer os cachorros fazerem algumas cenas era prometer um petisco depois do trabalho realizado. Era algo que eu não sabia e descobri nas gravações, relata ela.

Outro ponto de destaque na série são os números musicais. Isso porque Martín é músico e tem um certo trânsito na cena local, fazendo inclusive com que alguns artistas mexicanos apareçam como convidados. A música God Only Knows, dos Beach Boys, é uma das que embalam a relação do casal.

Muito raras vezes a música é extradiegética na série, diz o ator. Se você escutar música é porque você vai ver gente tocando. Isso é muito importante para não distanciar o espectador daquele universo.

González Norvind também vê a música como um ponto importante da série. Acho que a música vai falando muito do que os personagens estão passando internamente e não necessariamente externando, conta. É como se fosse uma ponte entre o espectador e o personagem, para que eles sejam entendidos.

Para os dois, apesar de reproduzir um cenário muito específico da Cidade do México, a série trata de temas universais e que poderão ser apreciados em qualquer país. Tivemos a sorte de contar com uma equipe de várias nacionalidades, que acrescentou diferentes perspectivas e experiências à história, diz a atriz. Tem um pouco de ambas as coisas [local e universal].

O universal está nas relações afetivas entre os humanos e também com o mascote deles, concorda Buitrón. E isso pode ser sentido por um japonês, por um finlandês ou por um mexicano.

Link curto:

TÓPICOS:
Na Hbo

COMPARTILHAR

PUBLICIDADE

MAIS NOTÍCIAS DO RASTRO101
menu