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Castelão 50 anos: histórias de funcionários se misturam com a do estádio

globoesporte.com - com informações do G1

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Com informações do G1

10/11/2023 por Redação

Castelão foi palco de muitos jogos e shows em 50 anos e abriga diversas histórias de trabalhadores que se empenham diariamente para entregar bonitas experiências aos torcedores As estruturas do Castelão acompanharam o crescimento de Marcos Venícius. Os dois nasceram no mesmo ano: 1973. No estádio, o garoto viu os primeiros jogos de futebol com o pai e festejou as primeiras vitórias. O jovem chegou a jogar nos gramados, e o adulto ajudou a construir a Arena com as próprias mãos.
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Não é comum passar tanto tempo em um casa, sem mudar de lugar. É isso que o Castelão é para Marquinhos: uma casa. Muito mais que o lugar onde ele dorme, como ele gosta de definir. Tem um cuidado especial, zelo com cada cadeira, cada espaço.
- A atmosfera aqui é muito diferente, eu sempre quero estar aqui. Eu me pergunto se planejo sair, eu digo jamais. Quero ficar até quando Deus quiser. Para mim é um prazer grande - afirmou.
- Trabalho é todo dia, responsabilidade grande, manutenção das cadeiras, pinturas e prédio. O que aparecer, os chefes passam a demanda. Quem está fora não imagina a quantidade de trabalho que tem aqui, se você para e pensa, você não faz, porque é muita coisa - completou.
Marquinhos, trabalhador do Castelão
Beatriz Carvalho/SVM
O primeiro jogo que acompanhou das arquibancadas foi aos 10 anos de idade, direto de onde ficava a geral. As primeiras memórias do antigo Castelão são das divisões das torcidas, o setor onde o ingresso era mais barato, a ausência de cadeiras e as almofadas esquecidas nos bancos de cimento.
- Quando saía gol, corria com a bandeirinha do time pelo estádio todo. Tinha gente que entrava com bicicleta. A entrada era atrás do gol, você podia descer dos dois lados, a fila era grande para ingresso e para entrada. Faltando 10 minutos para acabar o jogo, abria os portões para todo mundo entrar - relembrou.
Voltou para ocupar outro espaço
Depois retornou ao estádio, mas para ocupar outro espaço. Jogou como profissional pelo Tiradentes e pelo Calouros do Ar, também atuou em times do subúrbio. Não marcou gols no palco, mas somou muitas memórias felizes.
Ainda teve mais uma função em um momento muito especial do estádio. Na evolução e transformação para Arena antes da Copa das Confederações de 2013, Marquinhos esteve presente todos os dias trabalhando na reforma. Conhece bem cada pedacinho de Castelão.
- Trabalho tinha muito e a correria era grande. A equipe de trabalho estava dia e noite para deixar pronto para Copa das Confederações. Depois da reforma, aqui no gramado vieram plantar a grama e com 20 dias teve o primeiro corte. Era uma coisa que eu achava que não ia ter, porque trabalhei no gramado do antigo. Fiquei admirado demais.
Sustento para família
Francisca Maria, funcionária da Arena Castelão
Thiago Gadelha/SVM
O Castelão também é de onde Francisca Maria tira o sustento da família. A Marissol tem 39 anos e já passou por diversos empregos. Hoje, nos serviços gerais do estádio, ela já viu muitas histórias e viveu muitos dias no local.
- É daqui que eu levo o sustento para a minha casa, pago minhas contas. Eu comecei a trabalhar com sete anos de idade, em vários cantos. Mas nada se compara com aqui. Todo mundo trata a gente bem. Quando tem alguma festa, nós estamos incluídos. A gente trabalha todo mundo junto. Aqui, se cair uma coisa, cai para todo mundo. Uma reclamação prejudica todos nós - comenta Marissol.
Evolução
No dia 27 de janeiro de 2013, a Arena Castelão foi reinaugurada após reforma completa para a Copa das Confederações de 2013 e a Copa do Mundo de 2014. Neste dia, foram realizados os primeiros jogos após a modernização do equipamento. As partidas realizadas foram pela Copa do Nordeste, em rodada dupla, com o Fortaleza enfrentando o Sport, e o Ceará encarando o Bahia.
Eduardo Santos, administrador do Castelão, também vive o dia a dia de mudanças na praça esportiva.
- Após a reforma, modernização e ampliação do equipamento para Copa das Confederações e Copa do Mundo, se passaram 10 anos, e são 10 anos que estamos procurando modernizar novamente o equipamento. Estamos trabalhando para modernizar toda parte de tecnologia do equipamento, para trazer o reconhecimento facial, substituindo os telões, a iluminação cênica e de campo. O Governo tem se preocupado com essa modernização ao longo dos 50 anos - explicou Eduardo Santos, administrador do Castelão.
Eduardo Santos, administrador do Castelão
Thiago Gadelha/SVM
Hoje em dia, a Arena Castelão é um dos estádios que mais recebe jogos no País. É casa de Ceará e Fortaleza e palco de eventos especiais. O equipamento é conhecido pelas lindas festas das torcidas nas arquibancadas e pela estrutura gigante na cidade. Na Copa do Mundo, recebeu seis jogos, sendo quatro jogos da fase inicial, um das oitavas de final e um das quartas de final.
- A equipe da Arena é composta por uma equipe de 66 funcionários. Isso envolve limpeza, segurança, nosso patrimonial no dia a dia, estamos aqui todos os dias da semana, com alguém tomando conta do equipamento. Temos uma equipe trabalhando para isso 24h. Nos dias de jogo temos reforço de segurança e staff contratados pelos clubes. Planejamos e fiscalizamos as entregas do clube, sempre visando a melhor experiência para o torcedor - afirmou.
Arena Castelão para Fortaleza x Corinthians da Sul-Americana
Marta Negreiros/SVM
O futuro
O estádio também foi palco de shows nacionais e internacionais, por ser multiuso. O principal desafio no momento tem sido se modernizar e entregar uma boa experiência nos mais diferentes tipos de evento.
Arena Castelão, funcionários
Thiago Gadelha/SVM
- Nos 12 anos que estou aqui teve o Paul McCartney, foi algo novo e muito interessante. Ao longo do tempo tivemos outros eventos grandes e desafiadores como o Aviões Fantasy, que tivemos que fazer o evento, desmontar no mesmo dia e entregar o estádio pronto para jogo. Retiramos oito mil cadeiras e tivemos que recolocar em 24 horas. Tivemos futsal no gramado, já tivemos artistas fazendo amistosos, a Seleção, o equipamento é multiuso e é interessante fazer parte desse equipamento - relembrou Eduardo.
- Acredito muito que estamos prontos para trabalhar e trazer outros grandes eventos para o estádio. A Arena está se modernizando e estamos trabalhando para trazer o melhor para essa casa. Estamos concorrendo na Copa Feminina, agenda de shows e queremos trazer eventos grandes - completou.
Vida longa ao Castelão
Marquinhos também deseja vida longa ao Castelão. As histórias dos dois se misturam de diversas formas e, mesmo após tantos dias passados ali dentro, a emoção é sempre a mesma ao entrar. É isso que ele quer para os próximos tantos anos: que o ambiente siga dando muitas alegrias e experiências para todos.
- Todo dia quando chego, olho para isso aqui como se fosse a primeira vez. Quando entro na sala da administração e entro nesse campo, é como se fosse a primeira vez que entrei aqui. Lembro da emoção de torcedor, lembro do meu pai, de jogar aqui e agora estou como trabalhador. É uma emoção grande.

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