Alviverde completa 114 anos de história em meio a maior mudança administrativa, mas ainda sem apresentar resultados no campo O Coritiba comemora 114 anos de história — como um dos times mais tradicionais do Paraná — nesta quinta-feira. O aniversário é o primeiro após o clube passar pela maior transformação de todos esses anos: a venda da SAF à Treecorp Investimentos.
O negócio fez o Coxa viver o ano de maior investimento no futebol e ter a promessa de uma mudança de patamar no cenário esportivo. Os dois principais objetivos são a consolidação como um time da elite e a maior presença em campeonatos da Conmebol, além de uma reforma no Couto Pereira e um novo CT.
A venda é um marco para esse dia 12 de outubro — data de fundação — mas ainda sem mudar o panorama que o clube tem convivido nos últimos anos.
Mesmo com a injeção financeira, o Coxa vem de um ano de decepções no campo. Da eliminação precoce no Paranaense — à queda para o Sport na Copa do Brasil — até a vice-lanterna do Brasileirão.
É justamente esse cenário que o clube espera alterar com a SAF (Perto de completar seis meses). Nos últimos cinco aniversários, o Coxa se dividiu em brigas contra o rebaixamento e jogou duas Séries B.
Últimas colocações do Coritiba no dia do aniversário
2023 — 19ª colocação — 20 pontos.
2022 — 15ª colocação — 34 pontos.
2021 — Série B.
2020 — 18ª colocação — 13 pontos.
2019 — Série B.
Este será o último Brasileiro que o Coritiba vai jogar para não cair para a Série B. Se a gente tiver que dar um passo para trás e trabalhar no ano que vem pela retomada na Série A, nós vamos trabalhar isso de forma consistente para transformar esse clube em uma instituição sólida, forte e competitiva de modo que a gente não faça com que o torcedor passe mais por esses momentos
Principais títulos do Coritiba:Campeonato Brasileiro (1985), Brasileiro Série B (2007 e 2010), Festival Brasileiro de Futebol (1997), Torneio do Povo (1973), Paranaense (39 vezes).
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Coritiba aniversário
Reprodução
Promessas e metas
O acordo com a SAF foi oficializado pelo clube no dia 9 de maio. O negócio envolveu a cessão de 90% sobre o capital do clube-empresa e o investimento de aproximadamente R$ 1,3 bilhão em um período de 10 anos.
Mesmo antes da oficialização, a SAF já estava por dentro do futebol do clube. Contudo, só assumiu 100% controle após a aprovação da juíza da Recuperação Judicial. O grande investimento feito após a concretização da venda foi a compra do meia-atacante Marcelino Moreno. O clube investiu R$ 7,1 milhões.
Até aqui, os novos investidores precisaram lidar com fortes protestos da torcida. Recentemente, a principal organizada Alviverde pediu a saída do CEO do Coritiba, Carlos Amodeo, e do Executivo de futebol do Coxa, Artur Moraes, além do presidente eleito da associação, Glenn Stenger.
Protesto da torcida contra os dirigentes
Reprodução
Principais pontos da SAF do Coritiba
Quitação total da dívida do clube, em torno de R$ 270 milhões; segundo dirigente, o pagamento deve ser concluído em um intervalo de 10 anos.
Construção de um novo centro de treinamentos em Campina Grande do Sul, com investimento de R$ 100 milhões.
Mais R$ 450 milhões para operação (ao longo de 10 anos, de modo a garantir o investimento mínimo no futebol por ano).
Reforma e modernização do estádio Couto Pereira, com R$ 500 milhões previstos.
Nossa meta é a perenização do Coritiba na Série A e a frequência constante em campeonatos continentais. Já em termos de gestão, vamos tornar o clube uma referência de administração e investimentos tecnológicos
Carlos Amodeo, CEO do Coritiba, fala com exclusividade ao GEPR
12 anos da última vez que o Coritiba brigou por uma vaga , via Brasileiro, na Libertadores
Coritiba bate o Atlético-PR na Baixada e conquista o estadual de 2011
O ano de 2011 foi especial para o torcedor do Coritiba. Título estadual, recorde de vitórias, finalista da Copa do Brasil e uma disputa até a última rodada por uma vaga na Copa Libertadores.
Resultados — acompanhados da final da Copa do Brasil de 2012 — que fizeram o torcedor acreditar em um novo momento esportivo. Mas isso não se repetiu.
Na Série A, essa foi a última vez que o clube brigou pelas primeiras posições até o fim do campeonato. A equipe terminou na oitava colocação, com 57 pontos conquistados.
A equipe de 2011 é lembrada até hoje por torcedores como uma das mais marcantes após o título Brasileiro de 1985. E nãosó pela torcida, mas pelos jogadores que fizeram parte da campanha.
— Até hoje a torcida lembra daquele time. Ele fez história, era um grupo muito forte. Espero rever o Coritiba daquele jeito empolgante. Espero que SAF consiga formar um grande time no ano que vem para colocar o Coxa onde ele merece. Acredito que o clube está no caminho certo — Davi, ex-meia do Coxa, que fez parte da campanha de 2011.
— Alguns clubes ficaram para trás (comparando com o ano de 2011). Quando o Flamengo se organizou, as coisas aconteceram, com uma gestão profissional. Estamos vendo outras equipes olhando para isso, como o Fortaleza. Já o Coritiba, em algum momento, se perdeu. Eu acredito muito na sequência de trabalho. Você precisa ter convicção e tempo para o trabalho ser desenvolvido — disse Pereira, ex-capitão do Coritiba que marcou época.
Coritiba Palmeiras 2011
Geraldo Bubnak/Ag. Estado
O olhar de um dirigente: Vilson Ribeiro de Andrade
O ex-presidente Vilson Ribeiro de Andrade esteve à frente do último grande momento esportivo do Coritiba - 2011 e 2012. O dirigente assumiu o clube após o rebaixamento de 2009 e iniciou uma reconstrução administrativa.
Nos últimos anos, o dirigente ocupa um papel muito próximo do G-5 Alviverde, com o cargo de diretor institucional. Sempre presente no dia a dia antes da venda da SAF.
Em entrevista ao ge, Ribeiro de Andrade analisou a transformação do Coritiba em SAF e foi bastante direto ao responder se o clube pode repetir um desempenho esportivo parecido de quando chegou em duas finais da Copa do Brasil.
— Tenho certeza que esse aniversário vai ser um marco. O Coritiba, agora, vem para um novo patamar, com novos investidores, gestão profissional. Isso trará, no futuro, uma relação muito boa para o clube. O futebol, como associação, não tem mais espaço para determinado clubes. Um time como o Coxa, e tantos outros, se não tiver dinheiro, dificilmente vai sobreviver no futebol — explicou Ribeiro de Andrade.
Eu não digo quem sabe, eu digo com toda certeza (vai reviver os bons momentos de 2011 e 2012). A partir de um planejamento de médio, a longo prazo, a torcida do Coritiba terá muitas alegrias com a SAF.
Vilson Ribeiro de Andrade, ex-presidente do Coritiba
Divulgação/ Site oficial Coritiba
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