Geral

SC teve média de 15 denúncias de violência contra a mulher por dia nos últimos cinco anos

G1 - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

01/09/2023 por Redação

Foram 28 mil casos registrados nesse período, conforme Dive. Vítimas são de todas as idades, com tipos diferentes de violência para cada faixa etária. Violência contra a mulher
Asiandelight/Shutterstock
Santa Catarina teve 28.076 registros de violência contra a mulher nos últimos cinco anos, apontou levantamento inédito da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive). Entre 2018 e 2022, a média foi de 15 denúncias por dia.
Compartilhe no Whatsapp
Compartilhe no Telegram
As vítimas são de todas as idades, e o tipo de violência cometido contra elas varia conforme a faixa etária. Veja alguns indicadores:
Entre crianças e adolescentes, a violência sexual é a que mais é registrada;
A agressão física tem a maior incidência entre mulheres com idade entre 20 e 49 anos;
Já idosas, com mais de 70 anos, sofrem principalmente violência financeira.
O documento, ao qual a NSC teve acesso, traz também informações a respeito do perfil das vítimas no estado e a concentração da violência em cada regional de saúde.
Os dados da Dive foram levantados por meio da Gerência de Análises Epidemiológicas e Doenças e Agravos Não Transmissíveis.
Para fazer o estudo, foi usada a base de dados de violência interpessoal do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). A coleta foi feita em julho de 2023, com dados de janeiro de 2018 a dezembro de 2022.
SC tem alerta para temporais com risco alto de ocorrências no final de semana
Motorista e passageiro morrem na BR-101 em Balneário Camboriú
Vídeo mostra grave colisão que matou empresário e partiu moto ao meio em Blumenau
O objetivo do estudo é manter uma frequência na divulgação dos dados epidemiológicos sobre a violência contra a mulher. A previsão é de que o levantamento seja publicado a cada seis meses.
O que diz o estudo
De acordo com o levantamento, a violência física foi a mais frequente em Santa Catarina nos últimos cinco anos. Ela representa 54% dos casos analisados, com 15.230 vítimas.
Em relação à violência sexual, a cada 100 mil jovens de 10 a 14 anos, 221,2 foram vítimas. Entre crianças de zero a nove anos, a taxa é de 101,3, e de 15 a 19 anos, de 79,8.
Apesar de estar presente em todas as faixas etárias, a violência física se concentra, principalmente entre mulheres de 20 a 49 anos, onde a taxa de incidência é de 121,9 a cada 100 mil.
Já a violência psicológica tem uma maior incidência entre crianças de 10 a 14 anos (56,6) e pessoas entre 15 e 19 anos (52,8).
Por fim, a violência financeira é maior entre os idosos com 70 anos ou mais. A taxa de incidência é de 5,8 casos a cada 100 mil mulheres.
O estudo também traz informações sobre os principais locais onde ocorre a violência.
Os companheiros aparecem no levantamento como sendo os principais agressores de mulheres no estado. Eles representam 50% dos casos. Em seguida vêm mãe (42,4%), pai (31,1%), amigo (26,3%) e desconhecido (24,2%).
Como um caso pode ter mais que um agressor, os números são superiores a 100%.
“A partir da constatação de que ao menos em 25% dos casos a mulher já havia sofrido violência anterior, fica evidente que existe a necessidade de equipes treinadas, capazes de identificar e agir de forma a interromper o ciclo de violência em tempo oportuno, evitando assim que ela se repita no futuro, o que pode levar a um feminicídio como desfecho”, diz o levantamento.
Mulheres com baixa escolaridade são a maior parte das vítimas
O levantamento também traz dados quanto à escolaridade das mulheres em situação de violência. Em 35,8% dos casos, as vítimas tinham frequentado no máximo até a oitava série. Já as mulheres com ensino superior representam 5% das situações.
“O perfil encontrado em SC vem de encontro com a afirmação de Caicedo e Cordeiro (2023), de que melhores condições educacionais estão intimamente relacionadas com melhores posições econômicas, sendo que ambas influenciam diretamente na exposição à violência. Ferreira et al. (2020), mencionam que a população feminina com baixo nível de escolaridade apresenta maior risco de sofrer violência devido ter maior dificuldade para perceber a situação vivenciada como uma forma de violência, além de ter menor acesso à informação sobre seus direitos”, diz o estudo.
VÍDEOS: mais assistidos do g1 SC nos últimos 7 dias
Veja mais notícias do estado no g1 SC

Link curto:

TÓPICOS:
G1

COMPARTILHAR

PUBLICIDADE

MAIS NOTÍCIAS DO RASTRO101
menu