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Nove creches, 60 crianças e dois funcionários: como surto de intoxicação em Campinas levou Anvisa a proibir marca de atum

G1 - com informações do G1

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Com informações do G1

23/08/2023 por Redação

Casos ocorreram em julho deste ano e foram causados pelo consumo da histamina, substância que pode se formar após morte de pescados. Veja os principais sintomas. Anvisa determina recolhimento e proíbe a venda do atum da marca Cellier Alimentos, SIF: 3699, lote: 08/05/23, fabricação: 08/05/2023, validade: 08/05/2025
Reprodução/Cellier
Um surto de intoxicação alimentar em Campinas (SP) envolvendo nove creches, 60 crianças e dois funcionários levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a proibir, na sexta-feira (18), a venda, distribuição e utilização de um lote específico de atum da marca Cellier.
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As intoxicações ocorreram em julho deste ano e foram causadas pelo consumo da histamina, uma substância que pode se formar após a morte de pescados (leia mais abaixo). Ao g1, a Prefeitura de Campinas ressaltou que não houve necessidade de hospitalização e detalhou o quadro das pessoas afetadas.
Segundo a administração municipal, todas as crianças que tiveram intoxicação apresentaram vermelhidão, além de coceira no rosto e no pescoço;
Em alguns casos, a vermelhidão e a coceira se espalharam para outras partes do corpo;
Dentre as crianças, sete apresentaram diarreia.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) foi acionado assim que os estudantes apresentaram os primeiros sintomas. Em seguida, a oferta do alimento foi suspensa e a marca de atum foi retirada do cardápio das escolas.
Ainda segundo a pasta, a Cellier está produzindo uma contra prova do laudo de análise do alimento, que será essencial para que a prefeitura decida quais providências serão tomadas em relação à empresa.
Todos os fornecedores de produtos que compõem a alimentação escolar são escolhidos por meio de licitação, que levam em conta uma série de critérios, entre eles a qualidade do alimento ofertado, destacou, em nota.
Atualmente, a secretaria é responsável pelo fornecimento de 293 mil refeições por dia para estudantes da rede pública e de colégios técnicos.
Fachada da Anvisa
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Entenda a restrição
A restrição imposta pela Anvisa após os casos de intoxicação em Campinas diz respeito ao atum ralado em óleo comestível com caldo vegetal, fabricado pela Cellier Alimentos Linha Profissional, SIF 3699, lote 08/05/23, fabricado em 08/05/2023 e com validade até 08/05/2025.
O recolhimento do produto também foi determinado. Segundo a agência, um exame realizado pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) identificou valores de histamina acima dos limites tolerados pela legislação no alimento.
O que é a histamina?
De acordo com a Anvisa, a histamina é uma substância que pode se formar após a morte de pescados quando o manuseio e armazenamento do alimento são inadequados, e não é eliminada em tratamentos térmicos, como cozimento e defumação.
Peixes que têm níveis tóxicos de histamina podem apresentar sinais como mau cheiro, alteração na consistência e mudanças na coloração. O consumo de alimentos com a substância pode causar:
Dormência
Formigamento
Sensação de queimação na boca
Erupções cutâneas no tronco superior
Queda de pressão
Dor de cabeça
Coceira na pele
Náusea
Vômito
Diarreia
Ainda segundo a agência, a doença costuma ser leve e os sintomas desaparecem em poucas horas. Idosos e pessoas com problemas de saúde, contudo, podem apresentar quadros mais graves.
Merenda oferecida em escola de Campinas
Reprodução/EPTV
O que diz a empresa?
Em nota, a Cellier informou que adotou medidas corretivas para que a contaminação não volte a acontecer e destacou que o problema ocorreu em um único lote dentre oito que foram produzidos no dia 8 de maio deste ano.
Além disso, a empresa reforçou que todas as unidades do lote contaminado foram recolhidas e passaram por análises de esterilidade comercial e de teor de histamina, que indicaram resultados conformes.
A Cellier atua no mercado há 32 anos, tem sólidas políticas de aderência às instituições reguladoras de suas atividades e possui sistemas de controle rigorosos, auditados pelas principais empresas do setor, incluindo certificação pelo BRC (British Retail Consortium).
Desde sua fundação tem registro no MAPA e na Anvisa e é fiscalizada, permanentemente, pelo SIF (Sistema de Inspeção Federal), tendo tomado todas as providências determinadas por ele para controlar o ocorrido, pontuou.
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