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Danny Bond quer resgatar raiz nordestina e fala de hate: 'Vim para causar'

Segundo disco de cantora trans tem previsão para ser lançado em julho

Rastro101
Com informações do site O Tempo

10/03/2022 por Redação

Divulgação/O TempoDivulgação/O TempoApós um ano significativo para a promoção de sua carreira, Danny Bond, 24, se prepara para um 2022 cheio de novidades. Para além do possível encontro com Doja Cat no palco do Lollapalooza Brasil deste ano, a cantora transexual participou há cerca de um mês do feat Barbie com Rebecca, Pocha e Lexa, e se prepara agora para a estreia de seu 2º disco.

Danny quer fazer diferente do álbum, que chega entre junho e julho deste ano, cinco anos após o EP Epica. O nome e data ainda são secretos, mas ela adiantou ao F5 que será um trabalho voltado às raízes nordestinas, com 11 faixas que mostrarão uma nova face sua.

A galera que espera músicas das antigas irá se surpreender, porque o disco trará muito sentimento, músicas de amor e ritmos regionais do Nordeste. Fala muito sobre o que vivi e estou vivendo, contou ela, garantindo um trabalho bastante autoral e com músicas escritas por si.

Danny cresceu na favela do Bolão, em Alagoas, e iniciou sua carreira em 2015 com paródias engraçadas de músicas de sua artista preferida, Nicki Minaj. Desde que se mudou para São Paulo, há um ano, ela sentiu que a ficha caiu sobre a seriedade de seu trabalho e como ela tem se sustentado exclusivamente dele.

Desde pequena eu sempre falava que queria ser famosa, mas não sabia como iria ser. Sempre fui muito criativa, criava paródias e versões de música. E, numa dessas, criei a versão do rap da Nicki Minaj [em Say So, música de Doja Cat], que estourou na minha cidade e eu comecei a perceber que era isso que eu queria, contou. Aqui, ela cita o mashup (quando uma música é sobreposta ao instrumental de outra) que fez com sua canção Tcheca. Acreditava que uma hora ia vingar, e vingou.

Uma de suas músicas, inclusive, lhe rendeu até o título homônimo de Rainha do Jacintinho. O nome pegou, e até hoje sou considerada a rainha do bairro Jacintinho em Maceió. Sempre que volto para lá, é uma festa. A galera me acompanhou nesse processo, então é uma inspiração, conta.

Mas Danny, que cresceu como Daniela em Maceió, sabia que precisava de um nome mais forte e fixo para se definir no cenário. Todo mundo já me chamada de Danny, e naquela época havia uma minissérie da Globo [Felizes para Sempre?] em que Paolla Oliveira interpretava uma prostituta, e eu me identificava muito com ela. Então defini esse nome [Danny Bond, o mesmo da personagem]. Hoje em dia, Paolla já sabe quem eu sou e abençoou o nome. Ela amou e disse que ouve minhas músicas também, então me sinto realizada.

Atualmente, ela também adota o apelido Balck Barbie nas redes sociais, uma referência a Nicki Minaj -uma vez que a cantora usa esse termo frequentemente- e pela parceria que Danny faz em Barbie.

Quando Rebecca escreveu Barbie, ela disse que era a minha cara e pediu para a gravadora me convidar. No início eles tinham outros nomes e acho que não conheciam a fundo o meu trabalho -muita gente acha que meu trabalho é meme ou brincadeira. Mas a música hoje em dia é meu sustento, meu trabalho, então aos poucos aprendi a levar a sério.

HATERS

No início de março, Danny Bond fez um desabafo em seu Twitter falando sobre algumas ofensas que recebe nas redes sociais. Sabe qual é a verdade que essas gays do Twitter não aceita? É que eu estou conhecendo e sendo reconhecida por todos esses artistas que elas são fãs e elas nem vão sentir pelo menos o cheiro, me deixem em paz só quero fazer meu corre, escreveu. Tô cansada de ser atacada por simplesmente por fazer meu trabalho.

Na ocasião, ela se referia às negociações sobre a possibilidade de ela subir ao palco do show de Doja Cat no Lollapalooza 2022, por causa do mashup.

No começo [da carreira], confesso que o hate mexia muito comigo, contou ela ao F5. Eu chegava a acreditar nas coisas que essa galera falava. Mas são pessoas que nem consomem meu trabalho, que só querem criticar. Não estou nem aí, porque isso não vai me parar e continuarei incomodando.

A galera ainda não está pronta para ver uma travesti furando a bolha, estando em locais que são nossos por direito, continuou. Quando pequena, eu não via uma trans ou travesti na música. Hoje em dia há várias irmãs minhas, e agora estou ocupando esse espaço. Mas a galera não está acostumada e nem sempre recebe de uma boa forma. Mas vão ter que aceitar, porque eu vim para fazer barulho e causar mesmo.

BBB Assim como outras celebridades, Danny Bond tem acompanhado o Big Brother Brasil 22 e, sem relutar, declara torcida para a amiga Linn da Quebrada. Tínhamos conversado antes de ela ir, no Whatsapp, e ela estava dizendo que não ia. Mas eu sabia. E isso é uma felicidade muito grande para todas nós da comunidade. Minha torcida continua sendo só para ela.

Sobre o jogo, ela afirma entender algumas atitudes de Linn. O jogo dela é ótimo, ela não está errando em nada. Inclusive, estou achando ela com muita paciência para certos tipos de pautas. Porque mesmo a Lina tendo uma tatuagem escrita Ela na testa, num programa nacional, as pessoas erram o pronome dela, afirmou.

Ela está tendo muita calma e paciência de estar explicando. Eu mesma, se estivesse no lugar dela, já estava expulsa. Não teria a mesma paciência, continuou Danny, citando a contradição na facilidade dos confinados em pronunciar o nome de Eslovênia. O nome da menina é Eslovênia e o povo chama ela por esse nome, mas não consegue chamar a Lina por ela. Pelo amor de Deus! (Beatriz Vilanova/Folhapress)

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