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Saúde negocia 220 milhões de doses de vacinas contra a Covid para reforço

Pasta tem conversado com os laboratórios Pfizer e AstraZeneca para a compra dos imunizantes

Rastro101
Com informações do site O Tempo

21/11/2021 por Redação

Divulgação/O TempoDivulgação/O TempoPara tirar o plano de vacinar toda a população adulta com uma dose de reforço contra a Covid-19, o Ministério da Saúde negocia a compra de mais 220 milhões de unidades de imunizantes dos laboratórios Pfizer e AstraZeneca para 2022. O valor que será pago por cada uma ainda está sendo discutido pelas partes. As doses se juntarão a outras 134 milhões remanescentes deste ano, segundo contas da própria pasta

Segundo a pasta, os dois contratos de compra estão em fase final de celebração. O acordo com a Pfizer prevê a entrega de 100 milhões de doses ao longo de 2022, com opção de compra de mais 50 milhões de imunizantes. Com a AstraZeneca, a negociação é para a aquisição de 120 milhões de vacinas, com possibilidade de outras 60 milhões de doses caso seja necessário.

Caso compre todas as unidades em negociação, o total de vacinas adquiridas para o ano que vem chegaria a 330 milhões de doses, número próximo do que o governo distribuiu até agora, de 365 milhões unidades.

A programação antecipada para 2022 reflete uma mudança de postura do governo Bolsonaro em relação à compra de vacinas contra a Covid. Há pouco mais de um ano, o Executivo ignorava propostas da Pfizer. Naquele momento da pandemia, mais duro do que o atual, o presidente Jair Bolsonaro desdenhava da imunização, principalmente da CoronaVac.

O comportamento do governo foi investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, que imputou nove crimes a Bolsonaro e acusou também ministros e aliados do presidente pela gestão fracassada no enfrentamento à doença.

Desde que a vacinação avançou no país, os casos e as hospitalizações por covid diminuíram significativamente, o que permitiu a retomada do comércio, de atividades culturais e esportivas e do turismo.

Nos bastidores, adversários de Bolsonaro afirmam que as doses de reforço anunciadas pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na última terça-feira (16) têm caráter político. O objetivo seria impulsionar a campanha à reeleição do presidente, que afirma não ter se vacinado.

O Ministério da Saúde anunciou o reforço da vacina contra a covid para toda a população acima de 18 anos que tomou a segunda dose há pelo menos cinco meses. Até então, a imunização adicional só estava autorizada para idosos acima de 60 anos, imunossuprimidos e profissionais da saúde. A previsão da pasta é aplicar o reforço em 103 milhões de pessoas até maio.

Em nota técnica publicada no dia 17 deste mês, a secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, afirma que a vacina a ser utilizada para a dose de reforço deverá ser, preferencialmente, da plataforma de RNA mensageiro (Pfizer/Wyeth) ou, de maneira alternativa, vacina de vetor viral (Janssen ou AstraZeneca), independente do esquema vacinal primário.

Após a diretriz do Ministério da Saúde, cabe a cada Estado convocar a população para receber a terceira dose. O governo de São Paulo começou a aplicação na última quinta-feira, dia 18. Na nova etapa, 710 mil pessoas em todo o Estado já estão aptas a receber a dose adicional.

Mudança na bula

A Anvisa informou que recebeu um pedido da AstraZeneca para dose de reforço de vacina contra covid no país. A solicitação da farmacêutica prevê a inclusão em bula de uma dose de reforço com pelo menos seis meses de intervalo, após a administração da segunda dose da vacina.

A proposta é dirigida a pessoas com 18 anos de idade ou mais e restrita à vacinação homóloga - ou seja, aplicação do reforço em pessoas que receberam as duas doses iniciais do imunizante da Astrazeneca. A vacina está registrada no país desde 12 de março de 2021. A Janssen também entrou com um pedido na Avisa para avaliar a dose de reforço do imunizante no país.

Até o dia 17 de novembro, o Brasil tinha pouco mais de 126,7 milhões de pessoas totalmente imunizadas contra a covid, equivalente a 59,43% da população. Aqueles com ao menos uma dose da vacina somam 157.336.036. Isso significa que 73,76% dos habitantes do país estão parcialmente imunizados contra a doença. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa, em parceria com 27 secretarias de Saúde.

A Fiocruz informou, em nota, que sua capacidade de produção de vacinas contra a covid, para 2022, é de 180 milhões de doses, das quais 120 milhões já foram acordadas junto ao Ministério da Saúde para fornecimento no primeiro semestre do próximo ano.

A depender da situação sanitária do país e da necessidade de aplicação de doses de reforço, a Fiocruz poderá fornecer ao PNI 60 milhões de doses adicionais para o segundo semestre, afirma

Segundo o instituto, as 120 milhões de doses a serem entregues ainda no primeiro semestre de 2022 serão compostas por 60 milhões de doses de vacinas totalmente nacionais e 60 milhões de doses produzidas a partir de IFA importado.

Considerando-se a diferença entre essas vacinas, pode-se afirmar que o valor médio de cada dose será de cerca de US$ 5,7, chegando a US$ 5,27, quando as entregas forem feitas apenas com a produção nacional, relata.

Em nota, a Pfizer informou que não comenta detalhes das negociações que mantém com o governo brasileiro. Mas estamos muito honrados em trabalhar com o País e em colocar nossos recursos científicos e produtivos a favor de nosso objetivo comum de vacinar população brasileira contra a covid-19.

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