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Mulher de preso por tráfico tem cargo em gabinete de Alcolumbre

Esposa de Isaac Alcolumbre, acusado de envolvimento com tráfico internacional de drogas, está lotada desde 2015 no gabinete do senador. Isaac e Davi são primos

Rastro101
Com informações do site O Tempo

21/10/2021 por Redação

Divulgação/O TempoDivulgação/O TempoA mulher de Isaac Alcolumbre, preso nesta quarta-feira (20) pela Polícia Federal acusado de envolvimento em tráfico internacional de drogas, está lotada desde 2015 no gabinete do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). Isaac e Davi são primos.

Vânia Maria Fernandes de Souza Alcolumbre está lotada no escritório de Davi Alcolumbre em Macapá, mesma cidade onde o marido foi preso. A mulher ocupa o cargo de ajudante parlamentar pleno, com salário mensal de R$ 3,8 mil.

Integrante de uma família criadora de búfalos, Isaac Alcolumbre tem imóveis e postos de combustíveis no Amapá. Ele é filho de Salomão Alcolumbre, irmão da mãe de Davi, Julia Alcolumbre.

]Segundo o superintendente da PF no estado, Anderson de Andrade Bichara, Isaac Alcolumbre foi preso com uma grande quantidade de dinheiro, que ainda está sendo contada.

Isaac é dono de um aeródromo a 12 quilômetros da área urbana de Macapá onde, segundo a PF, funcionava uma espécie de base para abastecimento de combustível e manutenção de pequenas aeronaves vindas da Colômbia e Venezuela que distribuía drogas para outras regiões do Brasil a partir do Amapá.

O aeródromo foi o ponto de partida da investigação que levou a PF a cumprir 24 mandados de prisão no âmbito da operação Vikare, deflagrada na manhã de quarta-feira, com o intuito de desarticular grupos criminosos que atuam com o tráfico internacional de drogas por meio de um esquema que usa aeronaves e empresas para mascarar o transporte de entorpecentes entre vários estados brasileiros e países da América do Sul.

Investigação começou com descoberta de destroços de um avião

A investigação que chegou a Isaac começou com a descoberta de destroços de um avião em maio de 2020, em uma área isolada do município de Calçoene, no extremo norte do Amapá.

A PF monitorava movimentações suspeitas de aeronaves quando encontrou os destroços. A investigação apontou que o veículo foi incendiado de propósito para esconder o crime de tráfico internacional de drogas.

No local onde o avião foi achado, outros indícios do tráfico de drogas foram percebidos, como uma vala destinada ao armazenamento das drogas.

Daí então, foi descoberta uma cadeia de ocorrências que levou à identificação dos envolvidos, entre eles, o fato de que outra aeronave pousou em Calçoene para transportar os tripulantes e carga do avião incendiado.

Esta segunda aeronave teria sido vendida, em novembro do ano passado, para uma pessoa presa no Pará com 450 skank, espécie de maconha com maior concentração de substâncias psicoativas.

O avião partiu do mesmo aeródromo em Macapá alvo das investigações. Além de oferecer o apoio logístico, a pista de pouso contava ainda com um sofisticado serviço de manutenção com fornecimento de mecânicos, pilotos e operadores financeiros.

O local também foi utilizado como ponto de apoio para realização dos preparativos da aeronave de modo a deixá-la em condições para voar com autonomia para longas distâncias, como retirada de bancos, fornecimento de combustível em carotes, o que é proibido, e assim trazer a maior quantidade de drogas possível, informou a Polícia Federal.

Além das aeronaves, a operação descobriu que empresas de fachada em outros estados integravam o grupo criminosos para ocultar o dinheiro captado ilegalmente.

Entre as empresas identificadas, está uma do ramo de cosméticos com sede em Sorocaba, em São Paulo. Foi identificado que a proprietária, uma colombiana, usava produtos químicos da empresa para auxiliar no refino de drogas.

Além dos mandados de prisão e busca e apreensão, a Justiça Federal determinou a apreensão de 95 veículos entre carros, motos e caminhões, além de três aeronaves, 19 embarcações, indisponibilidade de imóveis de 41 pessoas físicas e jurídicas e o bloqueio de R$ 5,8 milhões em ativos financeiros de investigados.

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