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O tamanho do União Brasil

Novo partido nasce gigante, mas seu real impacto vai depender da capacidade de superar divergências internas

Rastro101
Com informações do site O Tempo

07/10/2021 por Redação

Divulgação/O TempoDivulgação/O TempoO União Brasil foi criado ontem com a expectativa de tornar-se o maior partido do Brasil. Dependendo de como se olha, já é. No entanto, aparar arestas e garantir que a palavra presente no nome da legenda se traduza em um comportamento interno é um desafio. Se a nova sigla conseguir definir um rumo claro e conjunto, certamente mexerá muito com o tabuleiro político no Congresso Nacional e nas eleições de 2022.

Criado com a fusão do PSL e do DEM, primeira e 11ª maiores bancadas da Câmara respectivamente, o União Brasil inicia sua trajetória reinando no Parlamento. Seriam, hoje, 82 deputados, o que o coloca distante da segunda maior bancada na Câmara: a do PT, que tem 53 parlamentares. Além disso, seria a quarta maior força do Senado, com oito deputados, embora ainda distante dos 15 nomes do MDB. Isso sem falar nos quatro governadores que atualmente estão nas legendas que criam o União Brasil (em Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Rondônia).

É claro que esses números mudarão, principalmente quando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) definir seu rumo para 2022. Grande parcela dos bolsonaristas que hoje compõem a legenda deve seguir junto com o presidente. Por outro lado, outros nomes de centro e centro-direita devem se aproximar, principalmente de olho em um fundo partidário expressivo, da ordem de R$ 160 milhões. É dinheiro suficiente para sacudir eleições, sobretudo nas disputas regionais. Não por acaso, há rumores da entrada na legenda de nomes como Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, e até de Romeu Zema, atual governador de Minas.

O União Brasil, embora já aprovado em convenções, ainda precisa de ser aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É uma formalidade. Mas o que vai criar de fato mesmo o partido são os próximos movimentos. Se mais nomes de centro, como o de Alckmin, engordarem a legenda, substituindo os bolsonaristas que pularem para o barco do presidente, será um partido decisivo para a governabilidade e para mover a balança de 2022. Se houver a mesma guerra interna até então vivenciada pelo PSL e pelo DEM, dois dos partidos mais divididos do país, isso muda de figura.

Hoje, o União Brasil coloca-se claramente com três nomes à Presidência da República: o jornalista José Luiz Datena, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (que também é cogitado pelo PSD e parece mais próximo de lá), e o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. Porém, é certo que se tornará, no jargão da política, a noiva cobiçada de qualquer nome da terceira via e mesmo dos dois polos que hoje se colocam. O bolsonarismo até tentou, mas sofreu a primeira derrota ontem, quando o ministro Onyx Lorenzoni tentou, sem sucesso, alterar regras estatutárias do novo partido e já trazer a discussão sobre um apoio a Bolsonaro para a convenção. Serviu apenas para deixar claro aos bolsonaristas do grupo que a porta da rua é a serventia da casa. Para Lula, aproximar-se do partido que nasce como centro-direita e recheado de adversários do PT, obviamente, é tarefa muito mais difícil. A ele interessaria muito mais que se reproduzissem as batalhas internas de PSL e DEM em uma espécie de Divisão Brasil.

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