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Amoêdo: 'Zema foi machista e também covarde ao não me citar diretamente'

Ex-presidente do Novo afirmou também que seria "muito bom" se o governador de Minas seguisse a orientação do partido de ser oposição a Bolsonaro

Rastro101
Com informações do site O Tempo

28/09/2021 por Redação

Divulgação/O TempoDivulgação/O TempoEx-presidente do Novo e candidato do partido nas eleições presidenciais de 2018, João Amoêdo disse nesta terça-feira (28) que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi machista ao relacionar mulheres e comportamentos obsessivos. Segundo Amoêdo, o governador também foi “um pouco covarde” ao se referir a ele sem citá-lo diretamente.

Na segunda-feira (27), Zema disse em uma entrevista que o ex-presidente do Novo está agindo, em relação a Bolsonaro, como “a mulher que separa e passa a ser a obsessão da vida dela destruir, atacar o ex-cônjuge”. Porém, em nenhum momento o governador de Minas citou diretamente Amoêdo. A declaração foi dada ao portal Money Report.

“Tem uma postura machista ali, um ataque às mulheres e uma comparação totalmente desnecessária e descabida”, afirmou Amoêdo em entrevista a O TEMPO. “Ainda teve uma postura, no meu entender, um pouco covarde porque ele se referiu a mim, mas não citou o meu nome”.

Amoêdo se notabilizou nos últimos meses por ser a voz mais crítica dentro do Novo ao governo Bolsonaro. Na entrevista, Zema afirmou que o motivo das críticas é que o colega de partido não teria superado a derrota nas eleições de 2018.

“A afirmação é totalmente mentirosa. Na verdade, as minhas críticas ao Bolsonaro são por conta dos atos dele durante o governo: o combate à pandemia que ele não fez, o ataque às instituições democráticas e o cenário econômico com a inflação em alta. Total desgoverno”, explicou Amoêdo.

O ex-presidente do Novo diz ter recebido a declaração de Zema com estranheza porque sempre elogiou a gestão feita em Minas, a despeito da posição de alinhamento do governador com Bolsonaro.

João Amoêdo lembrou que o diretório nacional do Novo já se declarou oposição e favorável ao impeachment do presidente, mas que Zema, “talvez por cálculos eleitorais ou questões específicas de Minas”, tem se mostrado alinhado ao presidente.

“Eu acho que seria muito bom ter um quadro como o Zema mais alinhado com o posicionamento do partido. Estamos em uma instituição. Eu imagino sempre que quando ele cuidou dos negócios dele, nas lojas dele, tinha procedimentos, um padrão de atuação que é o razoável para qualquer instituição que queira funcionar com sucesso”, afirmou.

Segundo Amoêdo, não é necessário 100% de alinhamento, mas posições divergentes dentro do Novo em relação ao governo Bolsonaro causam incerteza nos eleitores e nos filiados.

“O partido tem que chegar a uma conclusão e dar liberdade eventualmente para aqueles mandatários que pensem diferente do que a instituição definiu de buscar outras legendas”, concluiu.

Recentemente, Zema recebeu um convite para se filiar ao DEM visando as eleições de 2022, mas recusou, pelo menos neste primeiro momento.

Após um ano e meio fora do Diretório Nacional, Amoêdo se colocou à disposição do Novo no último sábado (25) para voltar ao comando do partido e ajudar nas eleições de 2022. No entanto, a proposta foi rejeitada pelo diretório na segunda-feira (27).

O Novo vive uma fuga de filiados. Somente nos cinco primeiros meses de 2021, quando a disputa interna do partido aflorou de vez, o partido perdeu 10,9% de seus membros, saindo de 41.211 filiados em janeiro para 36.928 em maio, segundo os dados mais recentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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