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CPI pede quebra sigilos bancário e telefônico de diretor jurídico da Cemig

Deputados querem saber se Eduardo Soares ainda mantém relações com o Lefosse Advogados, escritório do qual foi sócio e que foi contratado para assessorar a estatal mineira

Rastro101
Com informações do site O Tempo

27/09/2021 por Redação

Divulgação/O TempoDivulgação/O TempoA CPI da Cemig na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou nesta segunda-feira (27) o pedido de quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático do diretor jurídico da Cemig, Eduardo Soares, desde janeiro de 2019 até hoje. O prazo para o envio das informações à comissão é de cinco dias úteis.

A quebra de sigilo foi proposta pelo vice-presidente da CPI, deputado Professor Cleiton (PSB). O requerimento foi aprovado, mas teve votos contrários dos deputados Roberto Andrade (Avante) e Zé Guilherme (PP), integrantes da base de Zema na ALMG.

Durante a reunião desta segunda-feira, Professor Cleiton leu uma denúncia que recebeu de um funcionário do alto escalão da Cemig, que pediu para não ser identificado. 

Segundo o relato, o escritório Lefosse Advogados, do qual Eduardo Soares era sócio antes de assumir como diretor jurídico na estatal mineira, assessorou a Cemig na venda da participação dela na Light e também assessorou a Light para vender a participação que detinha na Renova.

A atuação do escritório de advocacia nessas duas operações levou Cleiton a solicitar a quebra de sigilo para saber se Eduardo Soares ainda mantém relações de algum tipo com Lefosse. A suspeita dos deputados é que o diretor jurídico tenha favorecido a ex-empresa na contratação.

“Em nenhum momento isso tinha aparecido na CPI. Então qual é o interesse da Lefosse nisso? E essa relação histórica com o Eduardo, que foi sócio da empresa, que vem para a Cemig e a Lefosse começa a trabalhar sem contrato assinado, em mais um caso desses que a gente tem levantado?”, questionou o deputado Professor Cleiton (PSB).

“Eu não vi outra alternativa para descobrir se existe ainda uma relação do senhor Eduardo com esse escritório a não ser solicitar a quebra de sigilo dele”, afirmou.

Na reunião da última quinta-feira (23), os deputados aprovaram a inclusão de Eduardo Soares na lista de investigados da CPI. Até então, ele era considerado uma testemunha.

Um dos objetivos da investigação é apurar uma série de contratações diretas, sem licitação, realizadas pela Cemig desde 2019. Segundo o presidente da CPI, Cássio Soares (PSD), a comissão tem indícios suficientes para acreditar que Eduardo Soares teve uma “participação muito ativa” nessas contratações, inclusive do Lefosse Advogados.

“Ele se desliga do escritório em um determinado dia, dois dias depois toma posse como diretor jurídico e quatro dias após ele contrata o seu ex-escritório. Tudo isso motivou membros da CPI a apresentar o requerimento tornando ele investigado e agora também com um pedido de quebra de  sigilo para que as informações estejam mais claras e possam corroborar as suspeitas ou inocentá-lo, se for o caso”, disse o parlamentar.

Em nota, o Lefosse afirmou que presta serviços e participa de processos de concorrência para contratação de serviços jurídicos solicitados pela CEMIG desde 2017. Eduardo Soares assumiu o posto na Cemig em março de 2020.

Todas essas contratações foram realizadas de acordo com as leis e regulamentos de licitação. Na presente data, existe apenas um contrato de prestação de serviços em vigor com a Cemig, afirmou o escritório.

Eduardo Soares foi procurado por meio da assessoria de imprensa da Cemig, mas ainda não se manifestou. A Cemig também não se posicionou até a publicação desta reportagem. Esta matéria será atualizada assim que o fizerem.

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