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EUA saúda compromisso do Brasil sobre desmatamento, mas pede 'ações imediatas'

Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles condiciona redução de até 40% do desmatamento ilegal a repasse de US$ 1 bilhão ao Brasil

Rastro101
Com informações do site O Tempo

17/04/2021 por Redação

Divulgação/O TempoDivulgação/O TempoOs Estados Unidos saudaram na sexta-feira (16) a promessa do presidente Jair Bolsonaro de pôr fim ao desmatamento ilegal na Amazônia até 2030, mas pediram ações imediatas para alcançar resultados concretos.

O fato de o presidente Bolsonaro ter confirmado o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal é importante, disse o enviado especial do presidente americano, Joe Biden, para o clima, John Kerry.

Esperamos uma ação e um diálogo imediatos com as populações indígenas e a sociedade civil para assegurar que este anúncio se traduza em resultados concretos, acrescentou em um tuíte.

Na quinta-feira (15), Bolsonaro enviou uma carta ao colega americano, na qual reiterou seu compromisso de erradicar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030, um compromisso assumido pelo país ao assinar o acordo climático de Paris em 2015.

Em sua carta, deu seu apoio inequívoco aos esforços realizados pelo novo presidente americano.

O presidente esclareceu, no entanto, que este objetivo poderá ser alcançado somente com recursos significativos e que espera contar com todo o apoio possível da comunidade internacional, das empresas e da sociedade civil.

Muito mais próximo do ex-presidente Donald Trump do que da atual administração democrata nos Estados Unidos, Bolsonaro participará, em 22 e 23 de abril, da cúpula climática virtual liderada por Biden, com cerca de 40 líderes mundiais.

Em entrevista à AFP na sexta-feira, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que, se o Brasil receber US$ 1 bilhão em ajuda da comunidade internacional poderá reduzir até em 40% o desmatamento ilegal da selva amazônica.

Segundo Salles, esta ajuda serviria para fortalecer as ações de comando e controle do desmatamento e de outras atividades ilegais e, ao mesmo tempo, para criar uma alternativa econômica para as 23 milhões de pessoas que vivem na região amazônica (norte).

Desde a chegada ao poder - no começo de 2019 - de Bolsonaro, favorável à exploração de minérios e agropecuária em reservas naturais e territórios indígenas, o desmatamento e os incêndios florestais na Amazônia alcançaram níveis preocupantes.

Entre agosto de 2019 e julho de 2020, o desmatamento aumentou 9,5% em comparação com os 12 meses anteriores, com uma área desmatada equivalente à da Jamaica.

As políticas ambientais do governo Bolsonaro são regularmente criticadas por ambientalistas, que estão particularmente preocupados com os cortes drásticos de orçamento e pessoal em instituições ambientais como o Ibama.

O presidente já teve discussões acaloradas com o presidente francês, Emmanuel Macron, quando incêndios florestais devastaram grandes áreas da Amazônia em 2019. 

Com o atual presidente americano, o tom subiu em setembro, por ocasião de um debate antes das eleições presidenciais. Nele, o então candidato Joe Biden mencionou a possibilidade de sanções econômicas, se o desmatamento continuasse aumentando no Brasil.

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