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Exposição de Jade Marra abre calendário 2021 da Celma Albuquerque Galeria

A mostra "Te anonimato", da jovem artista, reúne desenhos, pinturas (acrílica sobre tela) e esculturas

Rastro101
Com informações do site O Tempo

18/02/2021 por Redação

Divulgação/O TempoDivulgação/O TempoJá de início, o título da nova exposição da Celma Albuquerque Galeria de Arte provoca um arquear de sobrancelhas: Te Anonimato. A explicação adentra o campo do afeto e a intimidade de Jade Marra, a artista escolhida para dar início ao calendário 2021 do espaço. O nome surgiu de uma situação na qual eu estava conversando com a minha companheira, por whatsapp. Ao escrever um te amo muito, ela viu as palavras serem transformadas pelo corretor nesse te anonimato, conta Jade, acrescentando que, a partir daí, o neologismo foi incorporado ao universo das duas. Virou um código nosso, para expressar amor.

Até este momento, portanto, só as duas sabiam o significado, que agora, com a mostra, é descortinado. E  tem uma segunda questão: a gente não tinha uma relação pública, então, agora, há, no título, uma outra camada que tem a ver com o entendimento da própria identidade, acrescenta a artista, formada pela Guignard.

Num espectro mais amplo, os trabalhos reunidos na mostra reverberam uma pesquisa que aborda questões como relacionamento afetivo. Uma perspectiva muito pessoal, do meu campo íntimo de relações. Por isso, muitas (obras) trazem figuração de corpo, e, além dessa presença, a de objetos que são meio síntese da relação, objetos que estão sempre ali, para mediar relações. Um exemplo é o objeto copo, que está sempre presente na relação das pessoas, quase uma extensão do corpo.

São, ao todo,12 pinturas,15 desenhos e duas séries de esculturas. A primeira, ósculo, tem uma tiragem de 20 unidades. É uma escultura que lembra uma armação de óculos. A palavra, por sua vez, vem de um português mais arcaico, e significa beijo. Mais uma vez, a criação traz, em sua origem, uma história interessante. Um dia, conversando com a minha namorada, a gente se deu conta de que havíamos experimentado a mesma armação de óculos na mesma loja. Ficamos pensando que, de alguma forma, os nossos corpos já tinham tido algum contato fisico antes de nos conhecermos, elocubra.

Uma outra série traz placas metálicas (em inox) polidas, que, na galeria, ficam suspensas. Elas trazem frases cortadas. A verdade é que eu sempre escrevi muito, mas era uma parte do meu trabalho que sempre mantive em um lugar mais pessoal, até porque não sabia muito como materializar. Agora, resolvi pegar alguns desses escritos, colocar em frases nas placas e deixá-las suspensas, dialogando com as pinturas.

A série de desenhos, por sua vez, flagra uma grande mescla de corpos e copos, por vezes um tomando o lugar do outro. Não tem uma narrativa linear, acho que o conjunto cria esse entendimento, avalia Jade. Em acrílica sobre tela, as pinturas foram feitas de meados de 2020 ao início deste ano, portanto, com o mundo já sob a égide da suspensão social.

Perguntada se a pandemia de alguma forma interferiu seu fazer artístico, Jade responde que uma influência é de certa forma inevitável, mas não no sentido tangível. Acredito que todo mundo vivenciou - e vivencia - uma certa imersão em processos pessoais nesse momentos de quietude e isolamento. Então, foi mais nesse sentido, de propiciar um mergulho pessoal. 

Jade conta, ainda, que a maioria de seus trabalhos não tem título, posto que ela prefere não indicar caminhos àqueles que estão fruindo a obra. Na mesma linha de raciocínio, ela evita dar diretrizes do que está, ali, na tela, retratado. Na verdade, todos os trabalhos trazem uma ideia do anonimato no sentido que têm um corte que não deixa revelar a identidade (da pessoa retratada). Uma tela que gosto muito, em particular, mostra duas pessoas próximas a um varal, no qual há toda uma cama pendurada: fronhas, lençol de elástico, lençol de cima...  Elementos que dão dica que as duas estão lidando com a cama, mas, ao mesmo tempo, que tudo está em suspensão. Mas, enfim, são dicas de entrada no trabalho, pois realmente prefiro não revelar tudo, deixar que as pessoas façam a sua interpretação.

Hoje com 28 anos, Jade Marra nasceu em Cantagalo, cidade do Rio de Janeiro, mas se considera uma artista 100% mineira. Minha família é mineira, e fiquei apenas um ano lá. Depois, já nos mudamos para BH. Ela, que começou a cursar arquitetura, acabou seguindo o caminho das artes plásticas, indo para a Guignard. Também fez uma imersão de um ano na Hochschule für Kunst, Design und Populäre Musik (HKDM), em Freiburg, Alemanha. 

Serviço

Te anonimato - Jade Marra

Galeria Celma Albuquerque

Rua Antonio de Albuquerque 885

Segunda a Sexta – 9h às 19h

Sábado – 9h30 às 13h

Fone: (31) 3227-6494

(31) 99872-1683 (Whatsapp )

@celma_albuquerque

www.galeriaca.com

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Artes Visuais

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