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Taison diz que volta ao Inter depende só do clube e revela detalhes de saída conturbada

globoesporte.com - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

23/06/2025 por Redação

Em fim de contrato com o PAOK, da Grécia, meia-atacante de 37 anos não esconde desejo de voltar ao Beira-Rio e diz que problemas da segunda passagem ficaram no passado Taison fala sobre saída do Inter em 2023 e um possível retorno ao time
Taison não deixa dúvidas: seu retorno ao Inter depende apenas da vontade do clube. Aos 37 anos, o ídolo da torcida colorada negocia a renovação de contrato com o PAOK, da Grécia, mas não esconde o desejo de voltar ao Beira-Rio. Da parte dele, as rusgas da passagem anterior ficaram no passado.
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O meia-atacante concedeu entrevista à RBS TV enquanto aproveita os últimos dias de férias em Pelotas. Nesta semana, ele se reapresentará ao clube grego, com o qual tem contrato até o fim do mês. A tendência é de renovação, mas ele ainda aguarda um possível contato do Inter para a sonhada terceira passagem pelo clube que o projetou para o futebol.
A segunda passagem, encerrada no início de 2023, foi conturbada. Além do desempenho aquém do esperado, Taison foi apontado como líder da greve dos jogadores, que se recusaram a treinar por atrasos nos pagamentos. Após ter o contrato rescindido, fez críticas públicas ao presidente Alessandro Barcellos.
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Confira trechos da entrevista:
ge - Como foi a temporada na Grécia?
Taison - Foi uma temporada boa até, não como a temporada que passou, que a gente saiu campeão. Infelizmente esse ano não conseguimos. Mas acabamos em terceiro. Perdemos muitos pontos para times que não deveríamos ter perdido. Mas foi uma temporada muito boa. Graças a Deus eu não tive lesão, isso a gente tem sempre que agradecer. Joguei quase todas as partidas. Disputamos a Liga Europa novamente. Então, para mim, foi uma temporada muito boa.
Como tem atuado por lá? Em que função?
Minha função é a mesma de quando eu saí do Inter: eu jogo de ponta, aberto, pelo lado esquerdo. De vez em quando eu jogo de camisa 10, me acostumei a jogar naquela posição ali. Quando o treinador precisa, eu jogo ali. Mas a minha função é a mesma de ala pela esquerda. É a função que eu me adaptei muito.
Taison comemora gol pelo PAOK
PAOK FC/Divulgação
Você foi procurado pelo clube para conversar sobre renovação?
A gente conversou desde quando eu saí de lá. Aí eu pedi um tempo também. Porque poderiam acontecer algumas coisas ou podem acontecer algumas coisas. Mas eu tenho conversas com o clube. Até hoje (quinta-feira) mesmo me ligaram de lá já para conversar sobre o novo contrato. Respeito muito o PAOK. Minha primeira opção é renovar com eles, mas a gente está vendo ainda. Eu volto nesta semana aos treinamentos. Foi um clube que me abraçou no momento em que eu mais precisava. Foi um clube que abriu as portas pra mim, quando algumas pessoas, alguns clubes, não acreditavam mais em mim. A gente está em conversa de renovação, sim, mas eu estou esperando essa semana, estou pensando com calma para ver o caminho melhor a seguir.
Você gostaria de voltar ao Inter?
Eu nunca falaria não ao Internacional, porque eu tenho um carinho pelo clube, pelos torcedores, por todas as pessoas que gostam do meu trabalho. Eu sei que tem muitas pessoas que pedem para eu voltar. Mas não pode ser só eu também querer voltar, as pessoas têm que me querer também. E eu entendo muito bem, porque teve muitas coisas que aconteceram na minha volta ao Internacional. E eu sei o que eu fiz. Mas, como eu falei, eu tenho contrato ainda, até final de junho eu tenho contrato com o PAOK. Respeito o clube, gosto muito de estar lá, gosto muito das pessoas que estão lá. Mas eu não falaria não ao Internacional. As pessoas sabem o carinho que eu tenho pelo clube.
Eu nunca falaria não ao Internacional, porque eu tenho um carinho pelo clube, pelos torcedores, por todas as pessoas que gostam do meu trabalho. Mas não pode ser só eu também querer voltar, as pessoas têm que me querer.
Climão: Taison se despede do Inter e faz críticas à direção
A sua última passagem pelo Inter foi um pouco conturbada. Por exemplo, você foi apontado como o líder da greve dos jogadores. O que de fato aconteceu?
Na verdade, sobrou para mim. Porque não era só eu que estava dentro do vestiário quando isso aconteceu. E eu tive que lidar com isso porque eu era capitão naquele momento. Nós tínhamos cerca de 30 jogadores sentados no vestiário. E aí não queriam treinar e tudo bem. Eu, como capitão, falei: é isso que vocês querem? Todos concordaram e falaram: nós vamos fazer porque isso e aquilo. Eu falei: tudo bem. Mas infelizmente sobrou para o Taison. E eu tive que matar, aguentar isso
Me deixou muito triste porque eu jamais iria fazer, jamais eu não iria treinar no clube. Eu voltei para ajudar o Inter. Eu voltei para jogar no clube do meu coração. Eu nunca iria fazer uma greve para não treinar e para sair na imprensa que o Taison fez isso, o Taison fez aquilo. Jamais, cara. Mas infelizmente isso aconteceu. Algumas pessoas acreditam que fui eu que fiz. E outras pessoas sabem a verdade do que aconteceu. Então, isso foi um episódio que me deixou muito triste até hoje. Minha consciência... Eu deito para dormir muito tranquilo porque eu sei do episódio que aconteceu.
Eu, infelizmente, falei coisas que não deveria ter falado. Então, o presidente (Alessandro Barcellos) sabe do carinho que eu tenho por ele.
Taison na segunda passagem pelo Inter
Ricardo Duarte/Divulgação, Internacional
Após rescindir contrato com o Inter, você fez críticas públicas ao presidente Alessandro Barcellos. Já falou com ele depois disso?
Eu falei uma vez só com o presidente depois do episódio que passou, tudo que eu falei. Na verdade, eu errei em ter falado, mas eu estava muito, muito triste, porque eu recebi uma notícia que não ia fazer mais parte do elenco. Isso me pegou de surpresa, porque sabia que eu tinha condições de ajudar o Internacional ainda. Foi um ano difícil que eu passei, que eu tive perdas na minha família, meu pai, meu irmão, seguidas. Isso foi muito forte. Teve esse problema da greve que me acusaram.
Eu, infelizmente, falei coisas que não deveria ter falado. Então, o presidente sabe do carinho que eu tenho por ele. A gente conversou antes de eu voltar, antes de eu sair do Shakhtar, eu conversava direto com ele. Mas isso foi um erro meu ter acusado ele, ter xingado ele em live, ao vivo. Eu errei, assumo o meu erro. Há muito tempo que eu não falo com ele. Há muito tempo que eu não tenho contato com ele, até porque eu deixo ele trabalhar, sei como é o Brasil, aquela loucura de jogos e jogos e jogos. Mas eu não tenho nada contra ele. Tenho um carinho imenso pelo Barcellos, ele sabe muito bem disso. E eu respeito muito o trabalho dele.
Se ele te ligar agora, atende na hora?
Ele sabe, ele tem meu contato. Se ele precisar, ele sabe onde me encontrar.
Manteve contato com alguém do Inter?
Falo bastante com o Alan (Patrick), cara. Porque o Alan foi meu companheiro no Shakhtar, né? A gente passou muito tempo junto na Ucrânia, jogamos juntos. Falava bastante com o Renê, que agora saiu do Inter. Falo com o Vitão. Eu estive agora no jogo contra o Bahia, pela Libertadores, porque o Alan me convidou para ir olhar o jogo e eu fui. Eu tenho um carinho muito grande pelo Alan. O Alan é uma pessoa que considero como parte da minha família, a gente conviveu muito tempo na Ucrânia. E eu sempre acompanho o Internacional, não deixei de acompanhar os jogos do Inter. Então, eu tenho contato com os jogadores. Tenho contato com os roupeiros que trabalham lá no clube. Pergunto sempre como é que eles estão e essas coisas.
DAlessandro e Taison na época juntos no Inter
Ricardo Duarte/Divulgação, Internacional
Você tem uma longa relação de amizade com DAlessandro, que hoje é diretor do Inter.
Faz muito tempo que eu não falo com o Cabeção. Há muito tempo mesmo. Porque agora ele está diretor do clube, eu sei como é trabalhar como diretor do clube. Mas torço muito por ele, que dê tudo certo. Não só por ele, pelo Roger (Machado, técnico) também, que a gente sabe como é o futebol brasileiro. A gente torce para o clube, torce para o Inter, segue torcendo pelo clube, segue torcendo pelo sucesso de todas as pessoas que estão trabalhando no clube. Espero que nesses mata-matas aí, que vêm jogos muito difíceis, o Inter possa ir muito longe em todas as competições.
Quer mandar um recado para o torcedor colorado?
Eu queria agradecer a todos, às vezes as minhas redes sociais ficam agitadas. Eu vejo que tem muito torcedor que tem um carinho por mim, muitos torcedores que gostam do Taison ainda. Eu tenho só que agradecer porque a minha mãe e o meu irmão mais novo, Humberto, eles vão ao estádio ainda. E sempre que eu pergunto para a minha mãe, ela é sempre recebida no Beira-Rio. Os torcedores tratam ela muito bem. Então eu tenho só gratidão por esses torcedores que gostam de mim, que ficam pedindo a minha volta toda hora. Mas não depende só de mim. Como eu falei, eu tenho contrato com o PAOK. Eu não posso passar por cima de ninguém. Então, aos torcedores que gostam de mim, que estão sempre pedindo para eu voltar, que tratam minha mãe com muito carinho, meu irmão, só tenho que agradecer a todos vocês. Muito obrigado por esse carinho com a minha família.
* Colaborou Tomás Hammes
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