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Lados opostos: veja as posições dos presidentes de Grêmio e Inter sobre a eleição da CBF

globoesporte.com - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

19/05/2025 por Redação

Dupla está em lados opostos nas discussões sobre futuro da entidade que comanda o futebol brasileiro CBF terá eleição para novo presidente no dia 25 de maio
A eleição para a presidência da CBF, marcada para o próximo dia 25, movimentou os bastidores do futebol brasileiro no fim de semana. Internacional e Grêmio adotaram lados opostos nas movimentações e apoiam candidaturas distintas.
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Presidente eleito da Federação Roraimense de Futebol, Samir Xaud registrou a chapa na manhã de domingo para a eleição na sede da entidade.
Com 25 federações — apenas São Paulo e Mato Grosso não assinaram — e 10 clubes, a candidatura inviabiliza o concorrente Reinaldo Carneiro Bastos, que tinha apoio de cerca de 30 clubes, mas apenas duas federações. É necessário o apoio de pelo menos oito federações para inscrição de chapa.
Presidente do Inter, Alessandro Barcellos, presidente da FGF, Luciano Hocsman, e presidente do Grêmio, Alberto Guerra
Divulgação/FGF
No sábado, a maioria dos clubes divulgou uma nota com o apoio a Carneiro Bastos, com o Inter e o Juventude como signatários. Depois da derrota para o São Paulo, o presidente do Grêmio, Alberto Guerra, pregou calma para tomar um lado e definir apoio.
O dirigente tricolor criticou a pressa para se tomar uma posição. Durante o domingo, entretanto, o clube entrou para o grupo dos apoiadores de Xaud.
– Tudo que é açodado e rápido tem muita chance de não dar certo. Só que nessa reunião também foi apresentado um outro candidato já sendo supostamente dos clubes. Eu disse: olha, nós estamos cometendo o mesmo erro deles, açodadamente querendo eleger um que não sei qual o projeto. Vem com uma pseudobandeira de ser dos clubes ou de ser algo novo. Quando na verdade já está lá, é vice do atual, compôs com ele nem uma, nem duas, nem três vezes. A gente sabe de outras ligações – disse Guerra.
Alberto Guerra, presidente do Grêmio
Rafael Favero / ge.globo
Pelo Inter, o presidente Alessandro Barcellos assinou o manifesto dos 30 clubes do futebol brasileiro com Carneiro Bastos divulgado no sábado. No entendimento do dirigente colorado, essa movimentação põe os clubes como protagonistas no processo.
– A grande maioria entendeu que era o momento de mostrar união e fazer esse movimento. Pode ser até que uma candidatura única, assumindo os compromissos, possa nos dar uma resposta que a gente quer. Agora, a questão fundamental é que os clubes ficaram em segundo plano, que são quem fazem o futebol brasileiro – afirmou o dirigente após o empate do Inter com o Mirassol no domingo.
– O modelo foi construído em cima das federações. Elas têm condições sozinhas de fazer uma eleição com chapa única. Têm as razões, respeito e são legítimas. Os clubes estão de um lado e as federações de outro, salvo a de São Paulo, que abraçou a condição colocada pelos clubes. Demonstra uma desconexão entre o que pensam os clubes e quem faz o futebol. Não existe futebol sem clube. Alguém torce por uma federação? – questionou Barcellos.
Alessandro Barcellos comentou sobre CBF após empate com o Mirassol
Tomás Hammes
O edital de convocação da eleição permite que chapas sejam inscritas até terça-feira, e esta segunda promete ser de movimentos políticos. Por exemplo, há reunião do Conselho Nacional de Clubes na sede da CBF, no Rio de Janeiro.
Candidato único, Samir Xaud tem 41 anos e é nascido em Boa Vista, capital de Roraima. O dirigente é médico infectologista com especialização em saúde, bem-estar e esportes, segundo sua biografia em rede social. Filho de Zeca Xaud, presidente da Federação Roraimense de Futebol desde a década de 70, foi eleito recentemente para substituir o pai no cargo.
Veja mais declarações
Alberto Guerra
Para ti inscrever uma chapa, precisa de oito federações, porque foi anulada a alteração estatutária realizada no final do ano passado. Foi isso que demoveu o atual presidente e mudou as regras. Voltou ao sistema antigo, onde se necessita oito federações e cinco clubes. O Reinaldo já tem os cinco clubes, não é o Grêmio que vai fazer falta nisso. A questão das federações não é conosco. Porque é engraçado. Por um lado a gente critica o que supostamente a CBF ou Brasília está fazendo e está fazendo talvez até pior. Açodadamente, colocando alguém que não tinha me ligado, não sei qual é o projeto, porque, com uma bandeira que se a gente ver o que é continuidade e o que é novo não é bem assim como dizem. São bandeiras trazidas muitas vezes como narrativas que não é bem assim, não condiz muito. Ao menos é a nossa análise. A gente achou melhor esperar um pouco mais, escutar os projetos, as pessoas. Se por um lado eu já sabia da candidatura do Samir há dois ou três dias, descobri a do Reinaldo de manhã (sábado) numa reunião e queriam que o Grêmio assinasse como muitos assinaram. Acho que aí estaríamos cometendo o mesmo erro que muitos estão criticando.

Alessandro Barcellos
Mais uma vez o futebol brasileiro está à mercê de movimentos judiciais ou políticos. A grande maioria dos clubes se reuniram a partir da reviravolta, há menos de 45 dias tivemos uma eleição. O que se reproduz é o modelo viciado, federações que não vivem o dia a dia do futebol como os clubes, decidem o futuro do futebol brasileiro. É um momento de extrema perplexidade pelo que vem acontecendo. Ninguém sabe se domingo que vem a eleição vai estar valendo ou não, porque já tem medidas na Justiça para mudar isso. Perde a credibilidade do futebol brasileiro. Gostaria que vocês que fazem a cobertura diária estivessem atentos para esse momento porque significa colocar em risco o futebol brasieliro.
O Inter está atento, trabalhando muito com os clubes para ter garantias mínimas que a gente vai ter daqui para frente, independentemente de um campeonato organizado por ligas ou pela CBF, questões e condições de melhorar o futebol brasileiro.
O modelo foi construído em cima das federações. Elas tem condições sozinhos de fazer uma eleição com chapa única. Têm as razões, respeito e são legítimas. Os clubes estão de um lado e das federações de outro, salvo a de São Paulo, que abraçou a condição colocada pelos clubes. Demonstra uma desconexão entre o que pensam os clubes e quem faz o futebol. Não existe futebol sem clube. Alguém torce por uma federação? Portanto, há necessidade de se ouvir aqueles que fazem o espetáculo, que organizam, que trazem receita. Esse sistema que está colocado hoje na CBF não permite que isso aconteça.
Temos que nos organizar. O sistema não muda. A Comissão Nacional de Clubes é um espaço para este debate. E só acredito neste debate, se o sistema se mantém, com o debate público. O torcedor tem que estar atento. O trabalho de vocês é esse, levar o que está acontecendo.
O Internacional tomou a posição junto com mais de 30 clubes. A grande maioria entendeu que era o momento de mostrar união e fazer esse movimento. Agora, vamos aguardar. Acho que vai ser importante essa semana para que a gente possa aprofundar isso publicamente. Independemente das candidaturas, não é uma A contra B. É da melhoria do futebol. Pode ser até que uma candidatura única, assumindo os compromissos, possa nos dar uma resposta que a gente quer. Agora, a questão fundamental é que os clubes ficaram em segundo plano, que são quem fazem o futebol brasileiro.
Diria que estamos falando sobre um momento e forma de escolha, não sobre o futuro. Sequer temos conhecimento de projeto. Evidente vamos trabalhar para as coisas darem certo. Mas o que estamos perplexos é a forma como as coisas mais uma vez estão sendo encaminhadas para os próximos quatro ou cinco anos do futebol brasileiro. Não falando só do Brasileiro, mas todas as competições e do momento difícil que passa a nossa Seleção.
Não diria ruptura, é necessário que tenhamos o acordo e ok da CBF em relação a isso (organizar o campeonato). A gente espera que independemente do presidente que venha assumir, esperamos que mantenha esse compromisso, já claro e manifestado pela CBF. Esperamos que isso aconteça. Tenho certeza que acontecendo, ao menos o que tange o Brasileiro, com uma liga formada, vamos ter muitos avanços que hoje não estão acontecendo.

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