Processo contra Júnior Torres foi motivado por suspeitas envolvendo finanças e descumprimento de solicitações do Conselho O ZYB Podcast recebeu nesta quarta-feira o presidente do Conselho Deliberativo do Sergipe, Diego Alves, e o presidente do Conselho Fiscal, Ramon Barbosa. Durante a entrevista, ambos comentaram sobre a abertura do processo de impeachment contra o presidente do clube, Júnior Torres.
ZYB Podcast recebe presidentes do Conselhos Deliberativo e do Conselho Fiscal do Sergipe
Demétrius Oliveira/TV Sergipe
Na última terça-feira, foi realizada uma Assembleia Geral em que o Conselho Deliberativo decidiu pela abertura do processo. Embora a decisão já tivesse sido encaminhada em uma reunião extraordinária na semana anterior, o presidente do Conselho Deliberativo optou por formalizar o trâmite em uma nova sessão.
— Na penúltima reunião, na semana passada, o Conselho Fiscal solicitou uma reunião extraordinária para apresentar algumas demandas que não estavam sendo atendidas. O presidente [Júnior Torres] não compareceu. Durante a reunião, outros conselheiros também levantaram questões consideradas críticas, e foi então solicitada a abertura do processo de impeachment. Como o presidente não estava presente, achei mais adequado convocar uma nova reunião com essa pauta específica — explicou Diego Alves.
Diego Alves fala sobre abertura de processo de impeachment contra o presidente do Sergipe
Segundo ele, 45 dos 60 conselheiros participaram da assembleia. No entanto, alguns acabaram se retirando antes da votação devido a algumas “intempéries”, o que justificou o número final de 40 votos registrados. Durante a deliberação, 29 conselheiros votaram a favor da abertura do processo, cinco foram contra e seis se abstiveram.
— É importante deixar claro que ninguém está acusando o presidente neste momento. O que fizemos foi apenas autorizar a abertura de um processo mais minucioso, para que ele possa apresentar as informações solicitadas ao Conselho. Nosso papel é apenas regulamentar o trâmite — completou Alves.
Diego Alves explica pontos que levaram à abertura do processo de impeachment no Sergipe
Uma das principais suspeitas que motivaram a abertura do processo está relacionada à renda do jogo entre Itabaiana e Sergipe, válido pela segunda fase do Campeonato Sergipano. O valor arrecadado, superior a R$ 16,5 mil, teria sido transferido para a conta de uma empresa ligada a uma pessoa próxima ao presidente, em vez de ser direcionado aos cofres do clube.
— A renda do jogo deveria ter sido depositada na conta do Sergipe. Caso houvesse débito com essa empresa, o valor poderia ser repassado posteriormente, mas não diretamente à empresa — afirmou Ramon Barbosa, presidente do Conselho Fiscal.
Outro ponto polêmico discutido foi a apresentação de um bilhete de passagem supostamente irregular, utilizado por Júnior Torres para justificar sua ausência em uma reunião convocada pelo próprio Conselho. Após consultas com a empresa responsável, conselheiros descobriram que a passagem havia sido cancelada e que o presidente solicitou o reembolso do valor.
Também foi questionada a transparência na negociação de um jogador das categorias de base que foi vendido a um clube europeu por cerca de R$ 140 mil.
— Ele encaminhou o contrato, mas sem tradução e sem o valor detalhado — contou Ramon Barbosa.
Presidente do Conselho Fiscal explica suspeitas relacionadas a Júnior Torres
Além disso, a venda de outro jogador ao Náutico foi realizada sem o conhecimento prévio do Conselho.
Além disso, foram discutidos outros pontos como processos trabalhistas do clube, a situação dentro de campo e na Série D do Campeonato Brasileiro, a possibilidade de uma reformulação no estatuto para a criação de condições para negociar a transformação do Departamento de Futebol em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e muito mais.
O programa completo pode ser assistido no canal da FM Sergipe no YouTube. O ZYB Podcast vai ao ar toda quarta-feira, às 15h.
