
Tricolor é superior, cria chances aos montes nos dois tempos, mas não consegue converter. Falha no final do jogo só existe devido a falta de pontaria na frente As vitórias com Renato Gaúcho mascararam uma questão. Nesta nova fase, o Fluminense se notabiliza por criar chances, mas não convertê-las com a mesma qualidade. Por isso, os placares magros — com exceção ao jogo contra o San José —, apesar das boas atuações. Não custou caro nos outros jogos, mas deixou dois pontos pelo caminho no empate em 1 a 1 com o Vitória, neste domingo, no Maracanã. Muito vai se falar da defesa, mas o problema também está no ataque.
Fluminense 1 x 1 Vitória | Melhores Momentos | 5ª rodada | Brasileirão 2025
Claro, o lance do gol de empate do Vitória chega a ser infantil. Kevin Serna, Nonato e Thiago Santos tiveram a chance de matar o lance aos 44 minutos do segundo tempo, vencendo pelo placar mínimo, dentro de casa. O pior é que, defensivamente, não foi uma partida ruim do Fluminense. O problema é que não matar o jogo colocou o Tricolor nesta situação. Se tivesse convertido a profusão de oportunidades que teve, o erro não estaria sendo discutido.
Dá para contar: Canobbio, na pequena área, errou o domínio. No primeiro tempo, o uruguaio também preferiu tocar para um companheiro num lance em que poderia ter finalizado. Arias, de frente para o goleiro, não teve fôlego para concluir e reclamou de pênalti. Isso para ficar só no momentos chaves. Também teve cabeçada livre de Ignácio, bola em boa condição de Cano...
O empate com gosto amargo existe porque o Fluminense não soube matar o jogo no ataque e na defesa. É um time que cria muito, mas peca na hora de concluir. Quando não dá para mudar isso, espera-se que erros bobos na defesa não aconteçam, já que o placar é magro. Nos outros jogos com Renato Gaúcho, isso foi feito com excelência.
Cano marca gol do Fluminense contra o Vitória
André Durão
Para além das erros, falamos de atuação. Tudo passa por dois nomes: Paulo Henrique Ganso e Jhon Arias. Primeiramente, ênfase no camisa 10, que voltou a ser titular numa partida grande — também foi diante do San José, mas o adversário não tinha o mesmo nível das equipes do Campeonato Brasileiro. Tudo no jogo do Tricolor passou pelos seus pés, numa liderança técnica que vai além da armação de jogo.
Ganso se postou como um facilitador de jogadas e, com isso, mudou um pouco do estilo do Fluminense. Diferentemente dos últimos jogos, o número de ligações diretas diminuiu. Quando o camisa 10 pegava, pensava e tinha tempo para armar. Mesmo com esse jogo mais cadenciado, trazia o diferencial de o meia sempre encontrar soluções nas jogadas. Fazia a bola chegar no último terço com qualidade.
Neste ritmo, o Fluminense pressionou e criou oportunidades. Arias parou no goleiro Lucas Arcanjo. Cano e Canobbio viram os seus chutes serem travados na marcação. O uruguaio, inclusive, teve outra chance para marcar, mas errou o tempo de bola. O Vitória, do outro lado, pouco conseguia assustar no contra-ataque.
Até que veio o merecido gol. Passe genial de Samuel Xavier, que subiu demais de produção desde que retomou a titularidade para Arias, que anotou mais uma assistência ao colocar a boa na cabeça de Germán Cano. A ida para o intervalo por 1 a 0 foi mais do que merecida devido ao nível de futebol apresentado pelo Fluminense.
Renato Gaúcho, em Fluminense x Vitória
André Durão/ge
Então, na volta para o intervalo, o Vitória se soltou mais no jogo e permitiu ao Fluminense ter mais espaço. Com Ganso tendo ainda mais liberdade, as chances vieram. Já citamos anteriormente: Canobbio erra o domínio de cara para o gol, Arias pede pênalti numa jogada em que poderia ter finalizado, Ignácio cabeceia livre nas mãos do goleiro... O 2 a 0 sempre esteve à disposição da equipe de Renato Gaúcho.
Então, alguns erros foram cometidos. Taticamente, Renato não repetiu o sucesso visto contra o Corinthians. As entradas de Bernal e Nonato, que deram muito certo na Neo Química Arena, não surtiram o mesmo efeito no Maracanã. Desta vez, chamou o Vitória para o seu campo, que se não tinha qualidade para abafar, assustava pelo momento do jogo — aproveitando o risco do empate.
A saída de Ganso também minou os planos do Fluminense. A partir do momento em que o camisa 10 deixou o campo, o Vitória cresceu. Aqui, Renato erra ao não dar oportunidade para Rúben Lezcano. Sem uma referência na criação, Arias ficou sobrecarregado e o ataque foi melhor marcado. Podemos falar também sobre Thiago Santos de volante, mas ele entrou bem nesta função nos últimos jogos. Não dá para culpar Renato por não ter bola de cristal.
Naquela situação de quem não faz, leva, o Fluminense levou. Lamentável por ser após mais uma boa atuação da equipe. O lance infantil já citado lembra muito aquele de Fluminense e Vitória de 2024, ainda com Fernando Diniz como técnico, onde o gol do adversário nasce de forma parecida: ninguém faz a falta, o adversário carrega até para no fundo das redes.
O empate tem gosto amargo não porque o Fluminense jogou mal, mas porque não soube matar o jogo.
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