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Entenda o esquema de corrupção que levou à exoneração do diretor-presidente do Ipaam e ao bloqueio de R$ 1 bilhão em bens

G1 - com informações do G1

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Com informações do G1

10/12/2024 por Redação

Operação da Polícia Federal desarticulou uma organização criminosa, resultou na exoneração de Juliano Valente e no bloqueio de bens ligados ao esquema de falsificação de documentos e venda ilegal de créditos de carbono. Juliano Valente foi exonerado do Ipaam após operação da Polícia Federal
Arthur Castro/Secom
O diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Juliano Valente, foi exonerado nesta segunda-feira (9), após uma operação da Polícia Federal que revelou um esquema de corrupção envolvendo fraudes fundiárias e a venda ilegal de créditos de carbono. O grupo, suspeito de tomar posse de 538 mil hectares de terras da União, teve bens avaliados em quase R$ 1 bilhão bloqueados.
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A operação foi realizada nos estados do Amazonas, Rondônia e Pernambuco. A Polícia Federal prendeu dois servidores do Ipaam e cumpriu 18 mandados de busca e apreensão, com alvos incluindo quatro advogados e um policial militar de Rondônia. Dionísia Soares Campos, superintendente da Agricultura e Pecuária do Amazonas, também foi alvo de busca.
De acordo com as investigações, servidores do Ipaam usaram suas funções para facilitar práticas ilegais, como a emissão de licenças ambientais fraudulentas e autorizações irregulares para desmatamento.
A Polícia Federal revelou que Juliano Valente fazia parte de uma organização criminosa envolvida em fraudes fundiárias no sul do Amazonas.
Os créditos de carbono, que fizeram parte do esquema, são uma ferramenta usada para combater o aquecimento global. Eles surgiram como uma maneira de compensar as emissões de gases de efeito estufa (GEE), responsáveis por alterações climáticas. Empresas ou países que conseguem reduzir suas emissões podem gerar e vender esses créditos como uma forma de compensação ambiental.
Cada crédito de carbono equivale a uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) ou seu equivalente em outros gases de efeito estufa que deixaram de ser emitidos, originados de projetos como o uso de energias renováveis, reflorestamento, gestão de resíduos ou redução do desmatamento.
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Diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Juliano Valente
Divulgação
Segundo a Polícia Federal, durante a execução dos mandados de busca e apreensão na residência de Juliano Valente, ele tentou jogar fora o celular, mas não conseguiu. O aparelho foi apreendido e será periciado.
Por ordem da Justiça, ele foi afastado do cargo, e na tarde de segunda-feira, o governo estadual confirmou a exoneração dele do Ipaam.
Juliano Valente foi nomeado diretor-presidente do Ipaam no primeiro mandato de Wilson Lima, em 2019, e reconduzido ao cargo no segundo mandato, em 2023.
Operação Greenwashing
Operação ocorreu em três estados simultaneamente
Divulgação/PF
A ação policial desta segunda-feira é um desdobramento da Operação Greenwashing já havia revelado um esquema de fraudes fundiárias que se estendeu por mais de uma década e foi iniciado em Lábrea, no sul do Amazonas, envolvendo a duplicação e falsificação de títulos de propriedade. Essas ações criminosas resultaram na apropriação ilegal de cerca de 538 mil hectares de terras públicas.
Ainda segundo a PF, entre 2016 e 2018, a organização criminosa expandiu suas atividades ilícitas, reutilizando títulos de propriedade e inserindo dados falsos no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF), com a colaboração de servidores públicos e responsáveis técnicos.
Nos últimos três anos, uma nova expansão das atividades ilícitas do grupo ocorreu na região de Apuí e Novo Aripuanã, ambos os municípios do interior do Amazonas.

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