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O Grêmio paga a conta da enchente? Compare discursos de Renato e o desempenho do time

globoesporte.com - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

22/11/2024 por Redação

A cada revés da equipe no Brasileirão, o técnico repete frases de efeito, cita os impactos negativos da tragédia climática para o clube, mas também cai em contradições Maurício Saraiva analisa o desempenho do Grêmio e a situação na tabela do Brasileirão
O Grêmio decepcionou a torcida mais uma vez na temporada ao empatar com o Juventude e perder a chance de dar um passo importante para garantir a permanência na elite do Brasileirão. Para explicar a situação da equipe, Renato voltou a citar a ausência da Arena por conta da enchente e deu recado para o futuro técnico do clube, caso não permaneça.
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A justificativa aparece quase em todas entrevistas coletivas do técnico depois das partidas. Pondera que foi o clube mais prejudicado por conta das chuvas que afetaram parte do Rio Grande do Sul, em maio.
– O psicológico é o principal, pela desigualdade que vamos enfrentar, mas somos profissionais. Vamos à luta, somos gaúchos, vamos lutar até onde der. Muita gente acha que não tem nada a ver, mas a gente sabe que lá na frente vamos pagar essa conta – disse Renato durante período de treinos no CT Joaquim Grava, cedido pelo Corinthians, no começo da jornada itinerante.
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Um mês depois, entretanto, depois de o Grêmio atingir a quinta derrota seguida pelo Brasileirão, diante do Fortaleza, o discurso foi outro. O treinador inclusive fez um desafio aos jornalistas que participavam da entrevista coletiva no Castelão:
– O Grêmio está nesta situação, o torcedor está triste, nós também estamos. Mas lá na frente eu quero que vocês me perguntem: ô, Renato, lá atrás você falou que era questão de tempo o Grêmio sair. Porque daqui a pouco o Grêmio vai sair e vai começar a decolar, pode ter certeza, apesar de todos os problemas que a gente tem.
Não decolou. A situação atual mostra o time na 13ª colocação na tabela com 40 pontos, a três da zona de rebaixamento. Só há mais quatro partidas a disputar, duas em casa e duas fora.
O problema é pontuar fora
No recorte do Campeonato Brasileiro, o Grêmio mandou nove partidas fora da Arena. Foram três vitórias, um empate e cinco derrotas. Em 27 pontos disputados, fez 37% de aproveitamento.
Para efeitos de comparação, na mesma competição, o Inter, que também ficou sem o Beira-Rio por um determinado período, mandou três jogos fora de Porto Alegre. Venceu um, perdeu outro e empatou outro – aproveitamento de 44%. Hoje, está 22 pontos à frente.
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Depois que retomou a Arena, o Tricolor teve seis jogos como mandante. Somou três vitórias, duas derrotas e um empate. Pelo aproveitamento de 55%, poderia estar na briga por uma vaga à Conmebol Libertadores.
Como visitante no período das cheias, os gaúchos realizaram nove partidas: três vitórias, dois empates e quatro derrotas, o que resulta em um rendimento de 40%.
Com os treinos retomados no CT Luiz Carvalho e algumas semanas cheias para melhorar o rendimento em campo – some-se aí algumas datas Fifa –, o Grêmio entrou em campo seis vezes para jogar fora de casa pelo Brasileirão. São três empates e três derrotas no período. O aproveitamento é de 16,6%, pior que o do lanterna Atlético-GO.
O Grêmio está pagando a conta por causa da enchente. Poderia não estar no G-4, brigando lá em cima na tabela, mas com certeza não estaria nesta situação.
Recado indireto?
Apesar dos questionamentos da torcida ao comandante, a direção só reforça confiança até o fim do Brasileirão. Depois que o clube assegurar a vaga na Série A do próximo ano, haverá uma reunião com Renato para conversar sobre o futuro.
– A gente não está falando sobre 2025, permanência ou não do treinador, assim como não falamos em 2023 no mesmo momento da temporada em outra situação bem diferente. O Grêmio não está na zona de rebaixamento, mas está a cerca, o que nos deixa preocupados e tendo que trabalhar mais ainda para dar uma resposta – enfatizou o vice de futebol Antônio Brum na quarta-feira.
Renato: Enquanto eu estiver aqui, o Grêmio não cai
Atualmente, a tendência é que o ídolo não permaneça no clube gaúcho em 2025, mas o martelo só será batido assim que a ameaça de queda sumir. De forma antecipada e sem saber o rumo na carreira, o técnico já mandou recado para um possível substituto.
– Depois eu tenho o presidente, o vice, o executivo. Sento com eles e a gente resolve isso em três minutos. E se por acaso eu for embora, vou de longe sempre continuar torcendo pelo Grêmio. Vou ficar satisfeito se quem vier treinar e fazer 50% do que faço dentro deste clube – disparou.
A afirmação não assegura nada, mas surge em um momento desfavorável para Renato. A equipe não joga bem, oscila dentro das partidas e ainda corre risco real de ser rebaixado. A quatro jogos do fim do ano, não há uma equipe titular definida.
São 12 pontos a serem disputados até o fim da temporada. Novos capítulos estão para acontecer e cabe ao maior ídolo do clube evitar o pior para não manchar a história construída ao longo de tanto tempo no Grêmio.
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