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Ameaça a Rogério Ceni amplia relação conturbada de torcedores com o Bahia

globoesporte.com - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

06/11/2024 por Redação

Nos últimos anos, jogadores e treinadores lidaram com atentado a ônibus, agressões em aeroporto e ameaças A imagem do boneco com o rosto do técnico Rogério Ceni com uma corda amarrada sendo arrastado pelas ruas de Salvador, na madrugada da última terça-feira, pode ter causado indignação e tristeza. Mas não deve ter surpreendido quem acompanha os episódios envolvendo torcedores tricolores nos últimos anos.
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Torcedores do Bahia penduram boneco com rosto de Rogério Ceni em viaduto
No futebol brasileiro, os protestos de torcedores em momentos de resultados ruins dos times são rotineiros. Mas, no Bahia, muitas vezes, os episódios extrapolam o campo e se materializam em violência. Todos, claro, liderados por uma minoria de torcedores que causa terror na mesma proporção que se mantém impune.
Boneco com rosto se Rogério Ceni
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Atentado a ônibus
Imagens de câmeras de segurança mostram atentado ao ónibus do Bahia na Av. Bonocô
O episódio mais grave aconteceu em fevereiro de 2022, quando a delegação do Bahia sofreu um atentado a caminho de um jogo pela Copa do Nordeste. Dois jogadores ficaram feridos, entre eles o goleiro Daniel Fernandes, que foi hospitalizado e correu o risco de perder a visão. Quase três anos depois, ninguém foi preso.
Agressão em aeroporto
Após empate com a Chapecoense, torcida hostiliza equipe do Bahia no aeroporto de Salvador
Não são raros também os episódios de violência nos embarques e desembarques do time. Em julho de 2018, um protesto no aeroporto de Salvador, após empate com a Chapecoense que manteve o Bahia na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, acabou em agressão. Após insultar, um torcedor tentou agredir o então zagueiro tricolor Everson, que desferiu um soco de revide.
Em fevereiro de 2023, após goleada por 6 a 0 para o Sport, o atacante Vitor Jacaré reagiu após ser cobrado com tapas nas costas.
Após goleada, Bahia desembarca em Salvador sob protestos da torcida
Em outubro de 2023, durante momento que a equipe brigava contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, os jogadores foram hostilizados no embarque para partida contra o Goiás. Depois meses depois, após derrota para o lanterna e já rebaixado América-MG, por 3 a 2, os atletas foram cercados e precisaram ser escoltados por policiais militares, que realizaram disparos para dispersar os manifestantes .
Ainda em meio a luta contra o rebaixamento no ano passado, a Cidade Tricolor teve os muros pichados com ameaças de morte ao diretor de futebol Carlos Santoro e cinco jogadores do elenco: Kanu, Vitor Hugo, Cicinho, Ademir e Everaldo. Sacos pretos com os rostos dos seis, que continuam no clube, foram deixados na parte externa do centro de treinamento.
Reunião com organizada
Organizada se reúne com dirigentes e técnico do Bahia
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Como normalmente acontece no Brasil, o Bahia também já se reuniu com torcedores para apaziguar os ânimos. Em novembro 2023, por exemplo, líderes do elenco do Bahia e o dirigente Cadu Santoro se reuniram com integrantes da maior organizada do clube para ouvir as cobranças. Movimento que também já aconteceu com a presença do técnico Renato Paiva, antecessor de Rogério Ceni, que também chegou a ser principal alvo de protestos.
A torcida organizada em questão tem membros investigados pela polícia no ataque ao ônibus do clube. E um dos quatro homens denunciados esteve em uma das reuniões com dirigentes e jogadores do Bahia.
Na última terça-feira, o Bahia emitiu uma nota na qual manifestou repúdio às ameaças e afirmou que aqueles que forem identificados como responsáveis por atos de violência ou ameaça serão submetidos às medidas judiciais e policiais cabíveis. Contudo, até aqui, nos casos de violência citados neste texto, ninguém foi responsabilizado.
Após o último jogo contra o São Paulo, Rogério Ceni evitou comentar as ameaças, mas lamentou o episódio. O treinador preferiu avaliar o que acontece dentro de campo, com as vaias durantes as partidas e que, na visão dele, mais atrapalham que ajudam.
- Eu lamento o episódio. Não vou fazer comentários sobre o episódio em si. O torcedor fica chateado, triste, vaia. Me coloco no lugar do jogador, por mais que você erre, acho que é de direito do torcedor, mas durante o jogo… lamento muito, queria o torcedor feliz, sei que estamos devendo resultados, mas essa via não vai ajudar. Os jogadores sentem. A única coisa que eu digo é que durante o jogo, se você começar a vaiar Cauly, Jean Lucas, qualquer jogador, ela não vai favorecer a gente. Não vai fazer que o jogador execute melhores movimentos. O jogador acaba sentindo bastante durante o jogo. A gente já tem muita dificuldade. Precisamos da ajuda do torcedor para fazer os pontos necessários - disse Ceni.
Certo também é que nenhum dos episódios de cobrança significou mudança de rumo dentro de campo. Na última terça-feira, após ameaças, o Bahia perdeu por 3 a 0 para o São Paulo, na Casa de Apostas Arena Fonte Nova. E diante deste histórico, a expectativa é de que os próximos dias sejam agitados no clube.

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