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Além da cadeirada: debate da TV Cultura foi marcado por acusações e brigas também entre outros candidatos de SP

G1 - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

16/09/2024 por Redação

Confronto entre os candidatos à Prefeitura de SP começou neste domingo (15) de forma calma, mas esquentou com o embate direito entre os concorrentes. Além da agressão do candidato Datena (PSDB) contra Pablo Marçal (PRTB), outros candidatos se atacaram na transmissão. Debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, transmitido pela TV Cultura, neste domingo (16).
Divulgação/TV Cultura
O debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido pela TV Cultura na noite deste domingo (15) foi marcado por uma série de acusações entre os participantes. Poucas propostas, muitas ofensas.
Além da agressão do candidato José Luiz Datena (PSDB) contra Pablo Marçal (PRTB), outros candidatos se estranharam e se atacaram durante a transmissão do evento.
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O debate começou de forma calma, com cada candidato respondendo diretamente uma pergunta por tema sorteado na hora pelo mediador, o jornalista Leão Serva.
No segundo bloco, quando os candidatos eram sorteados para fazer perguntas uns para os outros, o clima começou a esquentar.
Datena foi sorteado para fazer uma pergunta de 30 segundos para Marçal, mas disse que se reservaria o direito de não perguntar nada ao adversário do PRTB: “Até agora ele subverteu toda a perspectiva desses debates, transformando em mero programa de internet dele, onde ele mesmo diz que ganha milhões. Então, a minha pergunta até que ele se restabeleça, e estabeleça o princípio democrático, é o silêncio”, disse o tucano.
Eleições: Datena agride Marçal com cadeira durante debate em TV
Marçal ironizou o adversário o chamando de “Dapena” e, logo na sequência, tentando colar no adversário do PSDB o apelido de ‘jack’ [estuprador em inglês].
“Os playboys da cidade de São Paulo não sabem o que eu vou falar agora, mas quem é da quebrada sabe. ‘Homem é homem, mulher é mulher, estuprador é diferente, né?’ Tem alguém aqui que é ‘jack’ [apelido de estuprador]. Que está aqui tirando onda, apoiando censura, mas é alguém que responde por assédio sexual. E essa pessoa ‘dá pena. Queria que você pedisse perdão para as mulheres. Você deve estar pagando milhões pelo silêncio dessa mulher, ex-funcionária da Band. (...) Você tocou na vagina dela? Como é que foi e”, disse Marçal.
Na réplica, muito tranquilamente, Datena responde o adversário dizendo que a acusação foi arquivada pelo Ministério Público ainda na fase de inquérito.
“A Polícia não viu prova nenhuma, nem investigou. Ministério Público arquivou o processo. A pessoa que me acusou se retratou publicamente em cartório. Pediu desculpas para mim e a minha família. Foi um desgaste grande para a minha família. Acho que ser acusado de um crime desses é terrível. Ela pagou uma transação penal e o Pablo Marçal continua sendo um ladrãozinho de banco, acusado e condenado”, afirmou o tucano.
Na tréplica, Marçal voltou a acusar Datena de “pagar milhões pra pessoa ficar calada”.
“Se você não tem controle emocional num debate, imagine na prefeitura de SP? Fala o número do seu banco que faço um pix agora e provo que você é só um mentiroso comunista e fez sim assédio sexual. Teve que paga milhões pra pessoa ficar calada. Tem gente aqui que não respeita mulher. Essa pessoa se chama ‘Dapena’”, declarou.
Os candidatos José Luiz Datena (PSDB) e Pablo Marçal (PRTB) no debate da TV Cultura, mediado pelo jornalista Leão Serva (centro).
Montagem/g1/FELIPE MARQUES/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Marina Helena contra Marçal
Após o embate com Datena, Marçal foi sorteado para fazer uma pergunta para a candidata do Novo, Marina Helena. E ele só pediu um comentário dela sobre ela estar investigando “o ex-prefeito Bananinha” (Ricardo Nunes).
A candidata do Novo, então, se disse “desrespeitada” pelo candidato não ter uma pergunta pra ela diretamente e revidou com outro questionamento: “Se você não tem uma pergunta pra mim, eu tenho uma contra você. Nessa manifestação do 7 de Setembro, eu fiquei com uma grande dúvida: Afinal de contas, Marçal, você é a favor do impeachment do Alexandre de Moraes?”, disse.
A pergunta foi sobre o motivo do candidato do PRTB ter chegado apenas no final da manifestação ocorrida no sábado (7), na Avenida Paulista, onde apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocuparam a via para defender os golpistas de 8 de janeiro e pedir a cassação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em resposta, o candidato do PRTB disse que em suas redes sociais havia publicado vários vídeos com o senador Cleitinho (Republicanos-MG), onde falava que estava faltando apenas cinco assinaturas para um pedido de impeachment do ministro andar no Senado Federal.
“Tá faltando cinco assinaturas. Não vi você postando isso lá, Marina Helena. Não sei se você está vendo isso como vantagem... Se eu tivesse ‘rabo preso’ com isso, eu não tinha colocado. Postei um vídeo inclusive hoje, pode entrar aí agora, se eu tivesse eu não postaria”, declarou.
Os candidatos à Prefeitura de SP Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo), durante o debate da TV Cultura, neste domingo (15), em São Paulo.
RAUL LUCIANO/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Nunes x Boulos
Candidato a reeleição pelo MDB, o prefeito Ricardo Nunes foi sorteado para fazer uma pergunta para o adversário Guilherme Boulos (PSOL) e questionou o que ele acha da proposta de Marçal de criar “o busão da maconha e do crack, onde ele vai colocar ônibus com ar condicionado circulando pela cidade’.
“Era importante que o Guilherme Boulos, que defende a liberação de drogas, pudesse fazer um comentário sobre esse tema”.
Ao responder, Boulos chamou Nunes de “confuso e mentiroso”: “Primeiro ele mente e depois pede que eu comente a proposta de outro candidato. Aqui é um debate sobre a cidade de SP. Nessa semana a UTI do hospital do Campo Limpo completou dois anos com o ar-condicionado quebrado. Uma situação crítica. Você deixaria um familiar seu nessas condições?”, disparou Boulos.
Ao invés de responder à pergunta do hospital, Nunes disse que “a gente não pode, de forma nenhuma, lidar com alguém que defende liberação de drogas. Isso acaba com as famílias”.
“O Ricardo Nunes vive no mundo da propaganda, onde ele gastou R$ 600 milhões do nosso dinheiro para criar uma realidade paralela. Na cidade de SP a vida é outra”, rebateu o psolista.
Os candidatos à Prefeitura de SP, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), durante o debate da TV Cultura, em 15 de setembro de 2024.
RAUL LUCIANO/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
“Você cheirou? Você está louco, rapaz?
Em outro bloco, depois da confusão que culminou com a cadeirada entre Datena e Pablo Marçal, Nunes voltou a confrontar Boulos sobre drogas e disse que ele “parece um bagre ensaboado”.
“Você está vendo nas minhas redes que ele passou a vida inteira defendendo a liberação das drogas e fazendo invasões. Olha o que ele fez na Nova Palestina, no M’Boi Mirim. Uma área de mananciais”, declarou Nunes.
“Às vezes a gente tem que perguntar, quando um jabuti está numa árvore, como ele foi parar lá... E as vezes eu me pergunto como o Ricardo Nunes foi parar na Prefeitura de SP? Alguém que não tem a menor condição para o cargo. Não tem preparo, faz coisas sem planejar. Só está interessado em ganhar dinheiro e favorecer amigos e compadres”, rebateu Boulos.
Quando Boulos teve oportunidade de perguntar ao prefeito, o psolista pediu para ele comentar as denúncias de suposto envolvimento do ex-prefeito com a chamada ‘máfia das creches de SP’ e da ligação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) com o esquema.
Nunes então rebateu com violência: “Você cheirou? Você está louco, rapaz? Aqui você está falando com alguém que tem uma história de vida. Nunca tive nenhuma condenação. Sou alguém que tem uma vida limpa”, afirmou.
Tabata Amaral e o clima
A candidata do PSB, Tabata Amara, durante debate da TV Cultura em São Paulo, na noite de domingo, 15 de setembro de 2024.
RAUL LUCIANO/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
A candidata Tabata Amaral (PSB) questionou Nunes sobre as queimadas que atingem o estado desde o último mês e as consequências para a cidade.
“São Paulo está há uma semana com ar mais poluído do mundo. E nesse meio tempo, eu não lhe vi. Onde estava o prefeito que não cobrou o governador e o presidente da República? Onde estava o prefeito que não procurou os prefeitos do interior para cobrar e oferecer ajuda? Onde estava o prefeito, que não deu nenhuma orientação? Maior cidade da América Latina, por que o prefeito não se mexe?”, disse Tabata.
Nunes respondeu que a candidata estava desinformada e não estava acompanhando as ações da Prefeitura de SP na última semana.
“Criei um comitê de crise e nós liberamos valores para escolas comprarem umidificadores. Fizemos todas as orientações para as pessoas com vários folhetos, vários informativos para as pessoas poderem se cuidar, e trabalho com o governador, inclusive reuniões pessoais. Foram três reuniões com o governador Tarcísio [de Freitas]”, justificou o prefeito.

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