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Capacitação oferecida pela ALE-RR ajuda na inclusão de pessoas autistas

G1 - com informações do G1

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Com informações do G1

12/09/2024 por Redação

Mais de 200 pessoas participaram do curso de Comunicação Aumentativa e Alternativa, ofertado pelo Centro de Acolhimento ao Autista (Teamarr) Curso de CAA já capacitou mais de 210 pessoas
Eduardo Andrade/SupCom ALE-RR
Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA). De início, esses conceitos podem ser estranhos, mas são essenciais no universo de pessoas com transtorno do neurodesenvolvimento. A comunicação alternativa está direcionada aos mecanismos de linguagem que não contemplam a fala, enquanto a aumentativa promove atividades que deem suporte à fala do indivíduo. São, portanto, importantíssimas para quem convive com pessoas atípicas.
Buscando difundir o conhecimento sobre os conceitos e aplicá-los na prática, a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), por meio do Centro de Acolhimento ao Autista (Teamarr) do Programa de Atendimento Comunitário, tem realizado capacitações para o público interno e externo. O objetivo é garantir que as famílias de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) saibam quais métodos adotar a partir do convívio diário. Até agora, três turmas passaram pela formação, totalizando 210 participantes.
Presidente da ALE-RR, deputado Soldado Sampaio, reforçou que o Temarr é um claro exemplo de implementação de políticas públicas que transformam vidas
Alfredo Maia/ SupCom ALE-RR
Para o presidente do Poder Legislativo, deputado Soldado Sampaio, é necessário compartilhar informações para que as pessoas atípicas encontrem apoio no ambiente familiar e, mais do que isso, sejam respeitadas e incluídas na sociedade.
“Uma sociedade se torna mais inclusiva quando nos dispomos a debater sobre a necessidade das pessoas que precisam de atenção especializada. E o Teamarr foi criado para isso, para pensar, na prática, atividades que contribuam para a relação harmoniosa das famílias, para o bem-estar dos autistas e de seus familiares, e no crescimento profissional de quem atua nesta área. É um trabalho com resultados excelentes”, disse Sampaio, ao acrescentar que o Legislativo continuará promovendo ações desta natureza.
Detalhando os conceitos
Dinâmica realizada pelos participantes da capacitação
Eduardo Andrade/SupCom ALE-RR
No curso oferecido pelo Centro de Acolhimento ao Autista são exemplificados os conceitos de comunicação aumentativa e alternativa. Ao final, os participantes precisam praticar o que viram e ouviram na parte teórica, para gravarem bem o conhecimento e replicarem no dia a dia. Quem participou e aprovou a iniciativa foi o acadêmico de Educação Física, do Instituto Federal de Roraima (IFRR), Daniel dos Santos.
Daniel dos Santos participou do curso e elogiou iniciativa
Eduardo Andrade/SupCom ALE-RR
“Busquei o curso do Teamarr depois de uma experiência não tão boa no estágio que tive por causa da graduação. O curso me ajudou na minha formação, porque consegui absorver muito conhecimento teórico e prático. O que mais me chamou a atenção foi na hora da prática, porque tivemos que atuar, em dupla, com uma criança não verbal, e pudemos compreender de perto como abordá-la e quais métodos utilizar. Foi gratificante participar”, resumiu o acadêmico.
A Comunicação Alternativa e Aumentativa pode ser praticada a partir da rotina da família, como: criar tabelas visuais de atividades, fotografias, gestos que indiquem as necessidades da criança ou comandos dos pais, utilização de jogos, tablets, computadores e outros mecanismos que facilitem a comunicação dentro ou fora de casa. A partir disso, por exemplo, a criança pode indicar o que deseja comer, fazer, estudar… Enfim, a se expressar. A técnica tem comprovação científica e é mundialmente usada.
Para a presidente do Programa de Atendimento Comunitário, deputada Angela Águida Portella, o curso e as demais atividades oferecidas gratuitamente pela Assembleia Legislativa são primordiais para dar mais qualidade de vida às famílias e aos autistas. Segundo ela, o conhecimento é o principal caminho para um acolhimento humanizado, sensível e que leve em consideração as peculiaridades de cada caso.
Deputada Angela Águida Portella reforça necessidade de compartilhar conhecimento
Eduardo Andrade/SupCom ALE-RR
“Nosso intuito é ir além das atividades que já fazemos, como o acompanhamento multidisciplinar e as ações lúdicas. Nos debruçamos em um planejamento estratégico, que envolve pensar na família, nas crianças, nos adolescentes, nas necessidades sociais e familiares dessas pessoas e, a partir disso, executar atividades que contribuam para o desenvolvimento pleno de quem faz parte desse processo. Só é possível acolher com dignidade quando entendemos os conceitos, os comportamentos, as particularidades de cada pessoa. Isso temos feito e vamos continuar fazendo”, garantiu a parlamentar.
Ela também reforçou que a conduta de algumas crianças é encarada como “birra” ou mau comportamento, enquanto na verdade, “são questões sensoriais que precisam ser observadas e trabalhadas pela família, para que a criança seja compreendida e não julgada em casa e nos ambientes externos”. Por isso, a deputada assegura a necessidade de continuar compartilhando conhecimento para atingir todas as camadas sociais. “Não podemos parar”, resumiu.
Importância do curso
A fonoaudióloga e servidora do Teamarr, Tassia Kelly, explica que o curso ofertado é importante para as famílias, profissionais de saúde e para quem trabalha ou convive com pessoas que apresentam algum nível de dificuldade na comunicação. Ela lembra que muitas crianças entram em crise por não serem compreendidas e, às vezes, a família interpreta que pode ser por outro motivo.
Tassia Kelly explica que curso ofertado é importante para as famílias
Jader Souza/ SupCom ALE-RR
“No curso, é ensinado como podemos de alguma forma melhorar a qualidade de vida destes indivíduos dando voz a eles com recursos que vão da baixa até a alta tecnologia, trazendo melhor desempenho na comunicação, fala e linguagem, bem como na melhora também de comportamentos inapropriados uma vez que vão conseguir expressar seus desejos”, ponderou.
Tassia disse ainda que se trata de “uma abordagem para pessoas que apresentam algum nível de necessidade complexa de comunicação, como nos casos de autismo, paralisia cerebral, síndrome de Down”.
Sobre o Teamarr
Teamarr atende crianças com ou sem laudos para TEA
Eduardo Andrade/ SupCom ALE-RR
O Centro de Acolhimento ao Autista, também conhecido como Teamarr, é uma iniciativa da Assembleia Legislativa de suporte às pessoas com transtorno do neurodesenvolvimento. Atende tanto crianças com laudos já emitidos por especialistas quanto quem precisa de acompanhamento multidisciplinar para posterior laudo.
Sede do Teamarr, localizado na avenida Santos Dumont, nº 1193, bairro São Francisco, em Boa Vista
Eduardo Andrade/ SupCom ALE-RR
No local, são disponibilizados serviços como terapia, oficinais de acordo com a habilidade do acolhido, acompanhamentos nutricional, jurídico e de assistência social. Os interessados podem procurar a sede do Teamarr, localizada na Avenida Santos Dumont, nº 1193, bairro São Francisco, zona Norte de Boa Vista. O horário de funcionamento é das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira.

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