Fogo voltou a queimar área de preservação ambiental no fim da tarde do último sábado (7) e é combatido por brigadistas do parque, agentes da Defesa Civil e pelo helicóptero Águia; incêndio havia sido controlado na última sexta-feira (6) após quatro dias de chamas e atingir área equivalente a 150 campos de futebol. Incêndio volta a atingir parque ambiental em Bom Jesus dos Perdões
Tatiane Faria/Vanguarda Repórter
O Parque Estadual Itapetinga, em Bom Jesus dos Perdões (SP), voltou a ter focos de incêndio no último sábado (7). De acordo com a Defesa Civil do município, o fogo recomeçou no final da tarde e segue na manhã deste domingo (8).
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Os brigadistas do próprio parque estão atuando no combate as chamas e a Defesa Civil auxilia o trabalho. Segundo a Defesa Civil, o fogo está em um local bem afastado em meio à mata. As equipes não estão conseguindo chegar ao foco do incêndio pela terra e, por esse motivo, o helicóptero do Águia é usado na ocorrência para combater o fogo pelo ar.
Fogo tinha sido controlado
O incêndio nessa área de preservação ambiental de Bom Jesus dos Perdões tinha sido controlado na última sexta-feira (6), quatro dias após o início da queimada. Entretanto, ainda não estava considerado extinto e a área era monitorado.
Incêndio em área de Bom Jesus dos Perdões é controlado, mas monitoramento continua
Reprodução/TV Vanguarda
Além do trabalho de cerca de 40 brigadistas, a passagem de uma frente fria deixou o ar mais úmido e as temperaturas mais amenas na região bragantina ajudaram a diminuir a intensidade das chamas.
Apesar disso, a Fundação Florestal, que é responsável pelo Parque Estadual Itapetinga, uma Unidade de Conservação (UC) onde o fogo se espalhou ao longo dos últimos dias, ainda não considerava a situação extinta.
Incêndio em área de mata em Bom Jesus dos Perdões
Peter
Isso porque, após a passagem da frente fria que ajudou no controle do incêndio, o calor e o tempo seco previstos para voltar na região, o que poderia provocar a reignição - quando brasas e focos escondidos se espalham novamente e novos incêndios voltam.
“É difícil a extinção porque as faíscas e brasas persistem. Elas aguardam um tempo favorável, mais seco e com mais vento, para reascender novos focos”, afirmou o gestor da Unidade de Conservação, Fabrício Pinheiro da Cunha.
“Ficamos de olho na vegetação, no revelo e no clima. A frente fria segura muito o calor e evita a reignição dos focos. Mas continuamos procurando focos e reignições para apagar”, completou Fabrício.
Incêndio em área de preservação ambiental de Bom Jesus dos Perdões
Reprodução/TV Vanguarda
Área atingida
A área total atingida foi equivalente a cerca de 150 campos de futebol. O fogo começou na última terça-feira (3) e, por atingir uma região montanhosa, dificultou o trabalho dos brigadistas.
“A equipe caminhou de três a quatro quilômetros. A topografia é muito ruim de acessar. Muitas vezes a chegada do vento alimenta o incêndio com oxigênio. Então tem pontos que a gente já passou, mas pode ter reignição. Aí voltamos e tentamos combater. É um trabalho de formiga”, explicou o brigadista da Fundação Florestal, Lucas Gabriel Rosa.
As equipes, que reúnem bombeiros, agentes da Defesa Civil, funcionários da Fundação Florestal e voluntários, permaneceram no local para evitar novos focos de incêndio. Um drone é usado para a identificação.
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Além disso, especialistas de uma ONG chamada Simbiose, que trabalha com conservação ambiental, ficaram no local para avaliar os impactos provocados pela queimada na fauna e na flora.
“Encontramos uma cobra coral, provavelmente falsa, e um lagarto que a gente ainda não identificou. Podemos encontrar (animais) vivos também, o que é um perigo. A gente tem que ter essa atenção”, disse Anderson Luis Rodrigues, membro da ONG.
Cobra morta durante incêndio em Bom Jesus dos Perdões
Peterson Grecco/TV Vanguarda
O especialista em manejo do solo, Vinícius Dezorzi, explica que mais de 400 espécies já foram registradas no Parque Estadual Itapetinga, em Bom Jesus dos Perdões. A ONG trabalha para identificar quais espécies foram afetadas.
“A gente achou mais de 400 espécies em áreas de rocha. Dessas 400, cerca de 200 crescem tipicamente em rochas. Eles precisam da rocha. E dezenas são consideradas ameaçadas de extinção.”
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