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Mais um bebê morre após atendimento em hospital público do DF; recém-nascida tinha 11 dias

G1 - com informações do G1

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Com informações do G1

13/06/2024 por Redação

Apesar de prematura, Ayla recebeu alta com dois dias de vida; recém-nascida passou mal e precisou voltar ao hospital, mas não resistiu. Secretaria de Saúde diz que criança recebeu todos os cuidados e acompanhamentos da equipe médica. Bebê de 11 dias morre após parto no hospital de Ceilândia, no DF
Reprodução
Uma recém-nascida de 11 dias morreu após o parto no Hospital de Ceilândia, no Distrito Federal, na última sexta-feira (7). Ayla nasceu prematura de 35 semanas e precisou receber oxigênio. Ela tinha apenas dois dias de vida quando recebeu alta da equipe médica.
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Esta é a quinta criança que morre na rede pública de saúde do Distrito Federal entre abril e maio deste ano (veja detalhes abaixo).
Em nota, a Secretaria de Saúde diz que, após o parto, a bebê recebeu todos os cuidados e acompanhamentos da equipe médica e que a alta ocorreu em condições satisfatórias. A pasta afirma ainda que, ao retornar ao hospital, a recém-nascida foi internada na UTI com todo acompanhamento.
De acordo com o pai da bebê, no segundo dia em que a família estava em casa, no último dia 2, Ayla começou a passar mal e foi levada novamente ao hospital.
A médica foi logo falando que ela não podia ter recebido alta por ter nascido prematura. Ela precisava do banho de luz, oxigênio. A saturação dela estava muito baixa e foi direto ficar internada, conta Evando Almeida Freire.
A família não pode acompanhar a criança. Quando chegavam ao hospital, os pais da bebê recebiam a informação de que ela estava fazendo exames e que o estado de saúde dela estava estável. Na sexta-feira, seis dias após chegar à unidade, receberam a notícia de que Ayla tinha falecido.
A mãe da criança, que tem 16 anos, conta que fez pré-natal na UBS perto da casa da família, no Sol Nascente. Ela diz que teve toda assistência necessária antes do parto e acredita que houve negligência médica no hospital de Ceilândia.
Por que eles deixaram ela vir pra casa se ela era uma bebe prematura de 35 semanas? Ela já nasceu com problema de respiração, afirma a avó da recém-nascida, Lidinalda Fontinelli.
A família registrou um boletim de ocorrência. O laudo que vai apontar a causa da morte da criança deve sair em até 30 dias.
Mãe passa mal
Enquanto a filha estava internada, a mãe começou a passar mal em casa, sentindo fortes dores na barriga. No hospital de Ceilândia foi indicado que a jovem fizesse uma ecografia em outro local, porque lá o aparelho estava quebrado.
A mãe procurou uma clínica particular e descobriu que tinha restos de placenta dentro do útero.
Já estava podre os restos de parto. A gente voltou para o hospital para poder voltar para médica que tinha feito o pedido. Ela me internou para poder fazer a coleta, conta a jovem que, por ser menor de idade, não vai ser identificada.
Especialista em ginecologia e obstetrícia, o médico Ângelo Pereira explica que, em casos de bebês prematuros, é maior o risco de ficar resquícios de placenta no interior do útero.
A paciente que recebe alta com a possibilidade de fragmentos placentários pode desenvolver hemorragia pós parto, sangramento, e a infecção do útero. Se não for tratado, pode progredir para uma sepse, que é uma infecção generalizada e [pode] colocar em risco a vida da paciente, explica o médico.
A Secretaria de Saúde informa que não faz parte do protocolo pedir que pacientes procurem clínicas particulares e que vai abrir uma sindicância para apurar o ocorrido.
Outros casos
Crianças que morreram nos últimos meses na rede pública de saúde do DF.
O governo do Distrito Federal nega que haja crise na saúde. De acordo com a Secretaria de Saúde, R$ 12,7 bilhões do orçamento do GDF estão atualmente alocados à saúde. O valor destinado ao Iges-DF é de R$ 766 milhões, além de um reforço de até R$ 726 milhões do Fundo Constitucional.
Entre abril e maio deste ano, outras cinco crianças morreram na rede pública de Saúde do Distrito Federal:
ENZO GABRIEL: Menino de 1 ano morreu em 14 de maio, na Upa do Recanto das Emas, após esperar mais de 12 horas por uma ambulância;
JASMINY: Bebê de 1 mês morreu por falta de atendimento apropriado na UPA do Recanto das Emas, em 14 de abril;
ANNA JÚLIA: Menina de 8 anos morreu no dia 17 de maio após peregrinar por quatro unidades de Saúde;
AURORA: Recém-nascida que morreu por complicações causadas durante o trabalho de parto;
INGRID: Bebê morreu antes mesmo do parto após mãe ser liberada de hospital.
Após as famílias denunciarem negligência, deputados distritais apresentaram um requerimento que pede a abertura de uma CPI da Saúde na Câmara Legislativa do DF (CLDF). Mas, no último dia 4, em reunião de líderes, os deputados distritais votaram por não priorizar a realização da CPI, que está como a quarta na lista de espera de comissões de inquérito que aguardam instalação.
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