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Mulheres saem de SC e percorrem litoral do Brasil para descobrir se moluscos servidos como alimento têm microplásticos

G1 - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

08/06/2024 por Redação

Objetivo é descobrir se há presença desses poluentes em ostras, vieiras e mexilhões. Grupo passa em 20 cidades, de SC a PA. Profissionais de expedição científica pela costa brasileira
Laura Campanella/Voz dos Oceanos/Divulgação
Uma expedição formada só por mulheres percorre o litoral do Brasil em uma missão para descobrir se moluscos consumidos como alimentos têm a presença de microplásticos. Para isso, o grupo recolhe animais como ostras, vieiras e mexilhões de Santa Catarina ao Pará, que são analisados em laboratório.
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Os animais recolhidos são chamados de bivalves, formados por uma concha de duas partes, as valvas. Esses animais acabam consumindo microplásticos que estão poluindo os oceanos.
Desta forma, são organismos filtradores desses poluentes. Quando as pessoas se alimentam desses animais, elas também ingerem os microplásticos.
Expedição de mulheres percorre litoral do Brasil em estudo sobre microplásticos
A viagem, iniciada em 11 de maio, vai durar 70 dias e percorrerá cerca de 20 cidades litorâneas.
Os moluscos são recolhidos propositalmente em mercados públicos e, posteriormente, analisados em um laboratório da Universidade de São Paulo (USP). O objetivo é analisar os animais que realmente serão consumidos pelo público.
O percurso da expedição é feito por quatro mulheres em uma caminhonete:
a oceanógrafa Katharina Grisotti;
a bióloga marinha Jessyca Lopes;
a doutorando em oceanografia Marília Nagata;
a jornalista e responsável pela fotografia da missão Thamys Trindade.
Em terra, há ainda outra jornalista, Bárbara Clara, roteirista do projeto.
A parte científica é muito essencial para a conservação marinha porque a gente precisa ter dados, a gente precisa entender o que está falando para poder tomar ações para a conservação. A gente não consegue tomar ações sem entender a base de tudo que é a ciência, que é o animal, que é a contaminação, a complexidade, disse a oceanógrafa Katharina Grisotti.
Marília Nagata com as primeiras amostras recolhidas
Voz dos Oceanos/Divulgação
A caminhonete saiu de Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina. Esta é a única cidade do território catarinense com parada durante a expedição. Conforme o projeto, a média é de uma visita por estado.
Em todos os estados da costa, desde Santa Catarina até o Pará, é muito importante que a gente tenha uma mostra muito real do que está acontecendo nesses animais. Então, a gente faz isso em animais bivalves. Eles filtram a água do mar e acabam consumindo junto microplásticos que ficam presos nos seus tecidos, resumiu a oceanógrafa Katharina Grisotti.
A opção por buscar os moluscos nos mercados, em vez de no próprio mar, é proposital, explicou ela. Uma grande parte da nossa pesquisa tem foco na segurança alimentar, então a gente quer entender o que as pessoas estão consumindo.
Além da pesquisa
O recolhimento e pesquisa dos animais pode ser o foco da expedição, mas as tripulantes também aproveitam o contato com outras pessoas interessadas na preservação ambiental.
Além da parte científica, a gente está conhecendo e dando contato com uns outros projetos que trabalham com conservação marinha na costa também. Um trabalho muito importante da Voz dos Oceanos é inspirar as pessoas que talvez não estejam tão motivadas ou até pessoas que já trabalham na causa, mas que às vezes não têm uma referência em conhecer trabalhos inspiradores, disse Grisotti.
Participantes da expedição pela costa do Brasil em frente à caminhonete usado no percurso
Laura Campanella/Voz dos Oceanos/Divulgação
A troca com outras pessoas também faz parte da expedição.
A gente também está falando entre nós aqui da importância da gente, além de valorizar a ciência, valorizar o conhecimento tradicional e criar essa ponte entre os dois. Estamos viajando com acadêmicas, com cientistas, mas conversando e trocando com pessoas que vivem a costa, que vivem essa relação de maneira muito próxima, não necessariamente de maneira acadêmica. Mas isso que é o mais rico, essa troca, essa conexão entre os dois, resumiu.
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