Quase 50% dos alunos da rede estadual apresentaram nível básico de aprendizagem, enquanto nas unidades municipais, a parcela de estudantes que apenas atingiram nível suficiente é de 42,09%. Maior parte dos estudantes está no nível básico de aprendizagem em matemática, mostram dados do Saresp
Secom/GOESP
Na rede pública de ensino de Sorocaba (SP), 4.640 alunos dos 2º, 5º e 9º ano do ensino fundamental não atingiram o nível básico de ensino em matemática. O número representa 24,42% de todos os 21.433 estudantes que participaram do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) em 2023.
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O Saresp é uma prova composta por questões de língua portuguesa e matemática aplicada anualmente para avaliar a educação do estado de São Paulo (entenda mais abaixo). Os dados foram divulgados pela Secretaria de Educação de SP (Seduc-SP).
Na rede estadual de Sorocaba, 27,36% dos alunos não atingiu o nível básico de ensino em matemática; 22,25% dos alunos da rede municipal está na mesma situação.
Quase 50% dos alunos da rede estadual apresentaram nível básico de aprendizagem, enquanto nas unidades municipais, a parcela de estudantes que apenas atingiram nível suficiente é de 42,09%. Veja os resultados em Sorocaba:
🧮️ Classificação em matemática:
Em Sorocaba, 24,42% dos alunos, tanto da rede estadual quanto municipal, está abaixo do nível básico de ensino em matemática;
A maior parte dos estudantes (45%) alcançou a classificação básica de ensino;
Quase 21% apresentou um nível adequado de aprendizado na disciplina;
Apenas 9,53% dos estudantes de Sorocaba está em um nível avançado em matemática.
📑 Classificação em língua portuguesa:
Em língua portuguesa, conforme apurado pelo g1, os alunos apresentaram melhor desempenho de aprendizagem. 22,32% dos estudantes - das redes municipal e estadual - estão em nível avançado;
31,78% dos estudantes atingiram aprendizado adequado;
Nesta edição da prova, 31,93% dos alunos atingiram nível básico;
Apenas 13,95% dos alunos não atingiram nível básico de aprendizado em português.
Veja mapa com classificações em SP:
Confira detalhes da avaliação em Sorocaba:
Em Sorocaba, 137 escolas participaram do Saresp em 2023, sendo 79 unidades estaduais e 58 municipais;
12.440 alunos da rede municipal participaram da prova; e 8.993 estudantes de escolas estaduais;
81 alunos não acertaram nenhuma questão de matemática; apenas 20 acertaram todas as perguntas;
47 estudantes zeraram a prova de língua portuguesa; enquanto 24 acertaram todas as perguntas.
Em Sorocaba, 137 escolas participaram do Saresp em 2023
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🧑🏫 Entenda como os alunos são classificados
A classificação dos alunos é realizada por meio de uma escala de avaliação proposta pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e Prova Brasil .
De acordo com a Seduc de SP, o nível de proficiência dos alunos é atribuído conforme nota obtida no Saresp, conteúdo, competências e habilidades referentes à série e componente curricular. Com base no nível de proficiência, os alunos são classificados em:
Insuficiente - Abaixo do básico: Quando o aluno demonstra domínio insuficiente dos conteúdos, das competências e das habilidades desejáveis para a série em que está matriculado;
Suficiente - Básico: Os estudantes, neste nível, demonstram domínio mínimo dos conteúdos, das competências e das habilidades. Apesar disso, possuem as estruturas necessárias para interagir com a proposta curricular;
Adequado: Atingem este nível alunos que demonstre domínio dos conteúdos, das competências e das habilidades desejáveis;
Avançado: Alunos que demonstram conhecimentos acima do requerido para o ano/série escolar em que se encontram.
Saresp classifica nível de aprendizado dos alunos da rede pública de ensino
Secom/GESP
Instrumento eficiente de avaliação?
De acordo com o professor especialista em educação, da Universidade de Sorocaba (Uniso), Rafael Ângelo Bunhi Pinto, o Saresp avalia, principalmente, o processo de aprendizagem e assimilação dos estudantes.
Nessa perspectiva, não se vislumbra uma avaliação entendida como sistema, em que a avaliação traga um diagnóstico global das instituições escolares em todas as suas dimensões, como direção, corpo docente, equipe de apoio escolar, infraestrutura, projeto pedagógico, etc. Essas dimensões acabam se tornando secundárias no processo existente atualmente, dando-se muito mais ênfase ao corpo discente e seu rendimento, acrescenta.
Com resalvas, continua o especialista, o Saresp pode ser instrumento para direcionar e redirecionar políticas públicas de ensino. Mas não devem ser utilizados como instrumento único ou instrumento principal para esse direcionamento. Isso porque há muitos elementos envoltos aos resultados do Saresp, como o impacto da pandemia de Covid-19 na educação pública do estado, as desigualdades educativas das escolas, as desigualdades sociais dos estudantes etc., que acabam não sendo avaliados com propriedade por esse Exame.
Há um erro muito grande, quando se fala em Avaliação, em se utilizar um ou poucos instrumentos ou em superdimensionar apenas um aspecto, como no caso o rendimento, na divulgação dos resultados. Isso também ocorre no ensino superior, com o Enade (que também é uma avaliação de rendimento dos estudantes, mas no caso de graduação). Uma avaliação, como Sistema, deve integrar múltiplos instrumentos, múltiplos olhares e múltiplas dimensões. Deve também prever a integração dos instrumentos de avaliação com os instrumentos de informação (como o Censo Escolar). Esse conjunto pode trazer diagnósticos muito mais interessantes e robustos para a (re)construção de políticas públicas educacionais.
Mudanças na rede de ensino
À reportagem, a Seduc-SP informou que promoveu mudanças para melhorar o processo de aprendizagem na rede de ensino. Os passos mais efetivos neste sentido começaram a ser dados no segundo semestre de 2023 e representam o início de um processo de transformação.
Dentre as mudanças, o estado listou o aumento da carga horária de matemática e português aos alunos do ensino médio:
Em matemática, o aumento foi de 70% (de 10 para 17 aulas), considerando as aulas de educação financeira;
Em língua portuguesa, foi de 60 % (de 10 para 16 aulas), considerando as aulas de redação e leitura.
Além de intensificar as aulas, a Seduc-SP diz que implantou uma nova disciplina com materiais específicos de matemática e português para os alunos do 6º ao 9º ano. O objetivo, segundo a pasta, é a recuperação da defasagem educacional, diagnosticada no ano passado na rede e confirmada pelos números do Saresp.
Ainda para este ciclo, será implementado o Programa de tutoria para alunos com defasagem, que visa a recomposição da alfabetização em leitura e matemática, com um professor de cada uma das áreas para implementação nas escolas.
Os alunos também passarão por recuperação semestral para aprofundamento das aprendizagens e correção das defasagens apresentadas.
No caso dos alunos dos 1º ao 3º ano, a secretaria planeja designar professores reforçar a aprendizagem em língua portuguesa e matemática.
Para melhorar o quadro de aprendizagem em SP, a Seduc afirma que mais de 60 mil professores estão sendo capacitados neste ano.
Em nota, a Prefeitura de Sorocaba afirmou que o índice do município ainda não foi divulgado pelo estado. Os alunos da rede municipal não fizeram a avaliação em 2022.
🎲 Metodologia
Para obter o nível de aprendizado, o g1 analisou os microdados de alunos do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), divulgados em maio deste ano, e contabilizou os resultados educacionais de cada estudante que participou da prova.
Os dados podem ser consultados no site da Seduc-SP.
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