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Inter escondeu uniforme "sujo" de lama até dos jogadores; veja bastidores

globoesporte.com - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

30/05/2024 por Redação

Ação de marketing para passar mensagem sobre as enchentes no Rio Grande do Sul foi criada nos últimos dias e atingiu o resultado esperado, na avaliação do clube O Inter retornou às competições depois de um mês com derrota por 2 a 1 para o Belgrano, pela Copa Sul-Americana. O resultado da partida, porém, acabou ofuscado por uma cena emblemática: a dos jogadores colorados entrando em campo com um uniforme sujo de lama, em alusão os estragos provocados pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
A ação de marketing começou a ser criada pelo clube assim que a data da partida foi marcada pela Conmebol e foi mantida em sigilo até minutos antes da confronto. Os próprios jogadores do time foram surpreendidos no vestiário da Arena Barueri com as camisas sujas artificialmente.
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A ideia da direção colorada era transmitir uma mensagem impactante sobre o que tem ocorrido no Rio Grande do Sul com a tragédia climática. O presidente Alessandro Barcellos e o vice de marketing Nelson Pires discutiam quando a agência de publicidade parceira do clube, a HOC, os convocou para um almoço. Começava a nascer a ideia.
– O Fábio (Bernardi, CEO da agência) abriu o computador e mostrou uma sequência de slides até chegar ao jogador com o uniforme embarrado. Alessandro e eu nos olhamos, rimos e achamos espetacular. Durou um segundo – relembra Pires.
Com a ideia aprovada, o Inter teria um novo adversário: o tempo. A enchente que tomou conta do Centro de Treinamentos Parque Gigante e Beira-Rio levou muito material do clube. Muitos uniformes de jogo acabaram perdidos com o avanço das águas do Guaíba.
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Camisa do Inter suja de lama
Ricardo Duarte/Inter
O Colorado entrou em contato com a Adidas, fornecedora de material esportivo do clube, e explicou a ação. O clube precisaria de dois kits de uniformes, um para cada tempo do jogo. A marca abraçou a ideia e ajudou a encontrar uma gráfica em São Paulo para a impressão das marcas de lama nas peças.
– Não há camisas iguais. Uma a uma entrou na máquina, que imprimia a mancha, mudava de posição e ganhava a impressão. Algumas são bem escuras e outras têm as manchas claras. São tons e posições diferentes de camisa, meia e calção. Nenhuma camisa é igual. As duas do Borré são diferentes, do Rochet... – conta Nelson.
O processo durou de dois a três dias e foi encerrado no domingo, 48 horas antes de o time entrar em campo contra o Belgrano. Houve um cuidado especial para que nada da ação vazasse. Nem mesmo nos minutos que antecedessem a entrada no campo. Os roupeiros do clube foram informados, mas organizaram o vestiário com os uniformes tradicionais.
– Tivemos a preocupação com o vestiário porque a Conmebol filma. Não queríamos que ela filmasse as camisas. Os roupeiros montaram com as camisas brancas e colocamos a bandeira do estado.
Apesar da surpresa ao grande público, a Conmebol foi informada da ação e se mostrou sensível ao manifesto. Surpresos, os jogadores também se mostraram impactados e engajados com a causa.
Valencia com a camisa embarrada diante do Belgrano
Miguel Schincariol / AFP
Antes disso, o Inter já dava indícios nas redes sociais que planejava algo especial para a partida. A imagem de perfil nas contas do clube foi trocada por uma foto do portão do CT Parque Gigante na qual o distintivo do clube aparece coberto de barro. A mesma cor marrom também apareceu no material de anúncio da escalação.
– Foi um trabalho muito bacana. Recebemos mensagens sobre a emoção que nossa ação passou. O clube tem uma responsabilidade com o poder de alcance de lembrar e ajudar no processo de reconstrução do estado – avalia o dirigente.
Os uniformes serão leiloados e 100% do valor arrecadado será revertido para as vítimas das enchentes. O clube diz que já recebeu lances da Austrália, Alemanha, Japão e países do leste europeu, entre outros.
Outra ação do Inter tem parceria com o Grêmio. Batizada de Jogando juntos, a campanha tem participação do governo do Estado e já arrecadou cerca de R$ 36 milhões. O clube não descarta novas ações para ajudar os afetados, mas voltará a usar os uniformes tradicionais neste fim de semana, quando enfrenta o Cuiabá, pelo Brasileirão.
Inter trabalha para ajudar na reconstrução do estado
Miguel Schincariol / AFP
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