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Borré fala sobre momento difícil no RS e ainda confia em chance de título para o Inter: "Grupo maduro"

globoesporte.com - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

25/05/2024 por Redação

Principal contratação para o ano, atacante vinha em evolução até a parada pelas enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul e fala em entrevista exclusiva Há menos de três meses em Porto Alegre, Rafael Borré testemunhou de perto um dos momentos mais dramáticos da história do Rio Grande do Sul. A devastação provocada pelas enchentes atingiu boa parte do estado e o próprio Inter, que teve sua estrutura afetada pelos alagamentos. O colombiano buscou ajudar e admite que também se abalou com o episódio. Mas apesar das dificuldades, mantém esperança de brigar por títulos na retomada da temporada.
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O camisa 19 trabalha com os companheiros em um resort em Itu, no interior paulista, de olho na partida contra o Belgrano, na próxima terça-feira, pela Sul-Americana, que marca a volta do time aos gramados após um mês de parada. Nesta sexta, ele falou com exclusividade com a reportagem da RBS TV e Rádio Gaúcha sobre tudo o que aconteceu e a expectativa para a retomada.
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Borré elogia os companheiros e entende que há qualidade no grupo para superar a perda do fator local e o excesso de deslocamentos. Em especial, deposita confiança na parceria com Enner Valencia, com quem terá a oportunidade de atuar junto pela primeira vez. Mesmo que tenham características parecidas, acredita que a dobradinha pode ter o sucesso que o torcedor colorado espera.
– Temos muitas qualidades similares. Ele gosta de sair da área, eu também. Precisaremos nos entender quando um sair, o outro estará dentro da área. Mudando, podemos causar muito dano aos oponentes. Esperamos ser uma fórmula para conseguir muitas vitórias – diz.
Borré atacante Inter
Fernando Becker
A empolgação para falar sobre os companheiros divide espaço com a tristeza que vê no Rio Grande do Sul. Borré tratou de se ambientar ao estado tão logo desembarcou em Porto Alegre e ficou lisonjeado com o acolhimento. O que o fez buscar unir forças para ajudar como pode os atingidos pelas enchentes. Na terça, tentará confortar os colorados com um pouco de alegria diante do Belgrano.
Confira trechos da entrevista:
ge - Como está a preparação para essa retomada do Inter?
Rafael Borré - A intertemporada tem sido muito boa porque teremos muitos jogos seguidos à frente e hoje estamos com esta inatividade. Então preciso agradecer a todos porque sabemos de todas as dificuldades com o calendário do Inter, com todos os deslocamentos neste próximo mês.
Mesmo com estas dificuldades, acha que ainda dá para brigar por títulos?
Sim. Acho que, para nós, essa é a mentalidade. Desde que cheguei aqui, o pensamento é ganhar um título importante. Sabemos a dificuldade que temos, mas a principal preocupação é com o povo. Não estar com nossa gente, não estar em nosso campo. Sinto que isso, obviamente, pode pesar. Mas também confio nos jogadores que temos. Já passaram por muitos momentos difíceis e sabem enfrentar todo tipo de adversidade. O grupo é maduro.
O calendário dirá isso. À medida que vai jogando, vai sentindo mais potencial, mais forte. Aí vê que tem de apostar em uma coisa ou outra. O brasileiro deveria estar orgulhoso do seu futebol. Pelo que vi, todos os times têm uma ideia de jogo, de colocar a bola no chão, de jogar, de fazer combinações, de sair jogando. E você vê a qualidade dos jogadores para enfrentar. Sinto que é difícil ver em outras ligas.
Sabemos a dificuldade que temos, mas a principal preocupação é com o povo. Não estar com nossa gente, não estar em nosso campo. Sinto que isso, obviamente, pode pesar. Mas também confio nos jogadores que temos. Já passaram por muitos momentos difíceis e sabem enfrentar todo tipo de adversidade. O grupo é maduro
Rafael Borré, atacante do Inter
Fernando Becker
O primeiro gol pelo Inter demorou algumas partidas, enquanto estava em adaptação. Isso aumentou a ansiedade?
Teve a ansiedade, a mudança de jogadores, dos campos, jogos e competições em sequência. Tínhamos partidas a cada três dias, dois dias e meio. Não alcançávamos a recuperação ideal e já estávamos jogando novamente. Isso fazia com que a ansiedade estivesse constante. Quando fiz o primeiro gol, já vinha com um pouco mais de tranquilidade. E aí, no jogo seguinte, pude soltar-me mais.
Você fez dois gols nos últimos dois jogos e veio a parada.
Mas isso me deu tempo para conhecer muito mais os companheiros, aproveitar a intertemporada com eles, estarmos juntos o tempo todo. Isso ajuda a adaptação. Esperamos que quando voltarmos a jogar, tudo possa fluir com mais naturalidade.
Aos 9 min do 2º tempo - gol de cabeça de Borré do Internacional contra o Atlético-GO
Valencia e você têm características parecidas. São artilheiros, mas também saem para se movimentar. Acredita que podem formar uma boa dupla?
Creio que sim, mas há outras boas opções ao treinador, Alario, Lucca. Mas ele (Valencia) em particular, temos muitas qualidades similares. Ele gosta de sair da área, eu também. Precisaremos nos entender quando um sair, o outro estará dentro da área. Mudando, podemos causar muitos danos aos adversários. Esperamos ser uma fórmula para conseguir muitas vitórias.
Sempre quero bons jogadores juntos. Temos um time muito competitivo, com jogadores de ótima qualidade e energia. E, para nós, é bom que possamos estar todos juntos e nos entender. É o que queremos. Quando parou, conseguimos recuperar Alan (Patrick), Enner (Valencia), Charly (Aránguiz), jogadores com uma visão de jogo diferente e que ajudam muito.
Você é mais um na legião estrangeira do Inter. Entre os brasileiros, com quem mais conversa?
Quem quer me ensinar um pouquinho mais de português? Bom, quem me surpreendeu muito foi o Fernando. Fala muito bem espanhol. Bom, com ele falo bastante. Com o Thiago (Maia) também, tenho muita confiança. Falo muito com ele e ficamos brincando, também chegou há pouco. Não entende bem o espanhol e, às vezes, eu não entendo o português. O Bruno Gomes tenho uma boa relação. Há também René e Alan Patrick. A verdade é que temos um grupo muito bom. Estou feliz.
Borré é um dos jogadores mais assediados pela torcida do Inter
Tomás Hammes
Em breve você se apresentará para a seleção da Colômbia para a disputa da Copa América.
A Colômbia está em um bom momento. Tenho estado nas convocações. É um torneio muito importante para nós. É algo muito lindo estar na seleção e representar o nosso país. Gosto de me sentir parte do clube e da seleção. Que tenha um acordo. Gosto de jogar, ser competitivo.
Acredita que a Colômbia lutará pelo título?
Sim, vamos com a mentalidade de ser protagonistas. Sinto que não mudaremos este pensamento e na série de jogos que teremos. Estamos no mesmo grupo do Brasil e nos enfrentaremos novamente. É uma partida linda, especial. Você sempre quer jogar contra os grandes. Será difícil. O Brasil é um dos grandes. É uma oportunidade.
O que você sabe sobre o Gre-Nal?
É um jogo especial. Os clássicos são especiais e tive a oportunidade de participar de vários. Boca x River na Argentina. Pude ver Barcelona x Real Madrid na Espanha. O Gre-Nal é muito importante e você gosta de viver uma partida assim. Tenho muito desejo de disputá-lo para sentir esta emoção.
Borré marca e Inter vence partida contra o Delfín
Como vê a união de Inter e Grêmio neste momento de dificuldade para o povo gaúcho?
São dois times com muita rivalidade e história, mas que se juntam neste momento para ajudar o povo e a recuperar a cidade. Isso faz que tenham orgulho. É muito lindo ver esses gestos porque sabemos que ajudará as pessoas.
Como você imagina a reconstrução, não só do Inter, mas do Rio Grande do Sul?
Desde que cheguei, a cidade me encantou. A forma que as pessoas me receberam, e não apenas pelo futebol. Encontrei boas pessoas, algumas que eu já conhecia e me ajudaram muito. Ver esta situação, com pessoas próximas, que passam por uma situação tão difícil, se torna complicado. Procuramos ajudar da melhor forma, como podemos, onde podemos. Ninguém estava preparado para isso e mexeu muito comigo. Nos resta ajudar para reconstruir e agradecer ao carinho que vem do Brasil.
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