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Em um ano, Vigilância recolhe 3,6 mil cigarros eletrônicos em comércios da região de Piracicaba

G1 - com informações do G1

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Com informações do G1

20/04/2024 por Redação

Para especialista em dependências químicas, além da proibição mantida pela Anvisa e fiscalização, é preciso realizar ações de conscientização sobre os riscos. Carga de cigarros eletrônicos apreendidos
Ascom/PMP
Em um ano, a Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde (SES) interditou 3.632 cigarros eletrônicos nas cidades do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Piracicaba (SP). As informações são da pasta.
Segundo a secretaria, esses cigarros, também conhecidos como vapes, foram flagrados em 33 estabelecimentos dos tipos tabacarias, adegas e lojas de conveniência.
Desde 2009 é proibida a fabricação, a comercialização e a importação de dispositivos eletrônicos para fumar no Brasil. Nesta sexta-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) manteve a proibição.
Mesmo assim, em pesquisa rápida pela internet, a produção da EPTV, afiliada da TV Globo, encontrou várias opções de aparelhos e o Juice, que é o combustível do cigarro eletrônico.
A seguir, entenda como o vape tinha uma proposta diferente no início, quais são os malefícios dele e o que pode ser feito além da proibição para frear seu uso. As informações são de Renata Azevedo, professora da Faculdade de Medicina da Unicamp, especialista em dependências químicas e outros quadros relacionados ao uso de drogas psicoativas.
Jovens mostram cigarros eletrônicos
Reprodução/TV Globo
Proposta diferente no começo 🚬
A professora lembra que quando surgiram, os cigarros eletrônicos tinham uma proposta que parecia importante, de reduzir o consumo do cigarro convencional, com uma formulação diferente, menos nociva.
É muito difícil para algumas pessoas pararem de fumar e terem uma possibilidade de auxílio, principalmente para quem tem dificuldade de abrir mão do ritual, que é o mesmo movimento. O ritual comportamental [de uso do cigarro eletrônico em substituição do convencional] parecia uma ideia interessante com a proposta de que não houvesse nem nicotina ou que houvesse exclusivamente nicotina.
Uso por jovens 🚫
O que era para ser uma porta de saída para os viciados em tabaco, virou uma porta de entrada para jovens e adolescentes. Foi o caso de uma jovem entrevista pela EPTV, que preferiu não se identificar.
Eu tinha uns 16, 17 anos. E, depois, eu parei de usar o narguille, vim para o vape. E a sensação é... Não é uma coisa que eu falo: nossa, vai acabar comigo. Eu gosto, eu acho gostoso o gosto. O gostinho que vem. Eu acho que é mais pelo gosto, relata.
Usuário de cigarro eletrônico; doença pulmonar está ligada ao produto
Christopher Pike/Reuters
Quais são os malefícios? 📢
Atualmente, já há vários estudos que comprovam os malefícios dos cigarros eletrônicos.
Ele tem uma série de substâncias que quando aquecidas são lesivas à saúde, potencialmente inclusive pré-cancerígenas, porque a gente não tem pessoas que fumam cigarros eletrônicos há muito tempo para falar de aumento de incidência de câncer. Mas de doenças respiratórias claramente isso já apareceu, elenca Renata.
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A proibição é suficiente? 🚭
A professora da Unicam reforça que só manter a proibição pode não ser suficiente para evitar o aumento do uso desses vapes e cigarros eletrônicos no Brasil.
Eu acho que não basta isso, porque mesmo com essa posição, a gente sabe que tem uma taxa muito grande de pessoas usando cigarros eletrônicos no Brasil, inclusive jovens. Então, a gente vai ter que centrar mais fogo na capacidade de informação sobre os riscos de cigarro eletrônico, deixar claro que não é algo isento de risco. Alguns [jovens] nem sabem que o que tem lá dentro é nicotina.
Ela também defende o reforço da fiscalização da venda ilegal. Pra gente não continuar tendo problema que a gente tem. Algumas pessoas nem sabem que não é permitido no Brasil de tão fácil que é [comprar].
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