Geral

Penas entre os 25 e 40 anos para agentes que torturaram homens negros

Michael Jenkins e Eddie Parker foram torturados e abusados com um brinquedo sexual durante várias ho...

Rastro101
Com informações do Notícias ao Minuto

10/04/2024 por Redação

Divulgação/Notícias ao MinutoDivulgação/Notícias ao MinutoSeis ex-agentes da autoridade do estado norte-americano do Mississippi foram condenados, esta quarta-feira, por um juiz estatal a penas entre os 15 e os 45 anos de prisão por terem torturado dois homens negros durante uma busca domiciliária em Braxton, para a qual não tinham mandato. 

A sentença estatal surge semanas após um juiz federal ter condenado os agentes a penas de prisão que variam entre os 10 e os 40 anos, segundo a CNN Internacional.
O crime aconteceu a 24 de janeiro de 2023 quando os seis agentes - cinco antigos adjuntos do xerife do condado de Rankin e um antigo agente do Departamento de Polícia de Richland - foram acionados para um alerta sobre atividades suspeitas em Braxton, no Mississippi, e entraram na casa de Michael Jenkins e Eddie Parker, que foram torturados e abusados com um brinquedo sexual durante várias horas. Jenkins foi baleado na boca e esteve em perigo de vida.
Do total de seis agentes, pelo menos três faziam parte do autointitulado 'Goon Squad' ('Esquadrão Rufia'), na qual usavam força excessiva para fazer com que suspeitos confessassem os crimes. 



Brett McAlpin, de 53 anos, ex-adjunto do condado de Rankin, foi o primeiro a ouvir a sentença e foi condenado a 20 anos de prisão estatal. Enquanto um dos principais líderes do esquadrão, disse aos restantes agentes o que fazer durante a busca domiciliária.
Christian Dedmon, de 29 anos, e Daniel Opdyke, de 28, ambos agentes do condado de Rankin, foram condenados a 25 e 20 anos de prisão.
Já Hunter Elward, de 31 anos, o ex-delegado do condado de Rankin que baleou Jenkins na boca, foi condenado a 45 anos de prisão por acusações de agressão agravada, roubo/invasão de domicílio e conspiração para dificultar a investigação. 
Por sua vez, Joshua Hartfield, de 32 anos, antigo agente da polícia de Richland, foi condenado a 15 anos de prisão pelas acusações estatais de obstrução à ação penal e de conspiração para obstruir a ação penal.
"Meritíssimo, eles mataram-me. Eu simplesmente não morri"
Durante a audiência em tribunal, Malik Shabazz, advogado de Michael Jenkins, leu uma declaração da vítima antes de ser conhecida a sentença, na qual pediu ao juiz para "levar a sério os crimes".
"Meritíssimo, por favor, leve a sério estes crimes cometidos pelo 'Goon Squad'", afirmou. "Meritíssimo, é verdade que eu e o Eddie fomos insultados com nomes racistas".
"Depois de Hunter Elward me ter baleado, deixaram-me a morrer, a sangrar no chão. Meritíssimo, eles mataram-me. Eu simplesmente não morri", acrescentou.
Jenkins afirmou ainda que os agentes tentaram tirar-lhe a "virilidade" e fizeram "coisas inimagináveis, cujos efeitos perdurarão para sempre".
Já Eddie Parker, numa declaração lida também pelo advogado Malik Shabazz, afirmou que foi agredido "por aqueles que juraram proteger e servir".
"Nunca imaginei que aqueles que juraram proteger e servir seriam aqueles de quem precisaria de proteção. A humilhação e o embaraço causados pela agressão sexual são demasiado grandes para que eu possa falar deles. Por isso, estou a fazer terapia agora e para o futuro", contou.
"A minha vida não era perfeita, mas era a minha. Duvido que alguma vez possa voltar a vivê-la. Gostava de não ter de viver a memória desta sessão de tortura, mas também não posso fazer isso. Não posso apagar as minhas memórias, mas vou lutar para continuar a viver. Eles deviam receber o que me deram a mim e a Michael Jenkins, ou seja, nenhuma misericórdia. Rezo para que seja aplicada a pena máxima", acrescentou.
Segundo o juiz, todas as sentenças estatais serão executadas simultaneamente com a sentença federal.
Leia Também: EUA. Seis ex-polícias do Mississippi condenados até 40 anos por racismo

Link curto:

TÓPICOS:
Mundo

COMPARTILHAR

PUBLICIDADE

MAIS NOTÍCIAS DO RASTRO101
menu