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Pesquisadores da UFMG descobrem disfunção de células do sistema imunológico em pacientes com casos graves de dengue

G1 - com informações do G1

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Com informações do G1

04/04/2024 por Redação

Em estudo realizado com 123 pessoas, pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas verificaram que as células T não funcionavam em pacientes com maior gravidade. UFMG pesquisa ação de células reguladoras em pacientes com dengue
Arquivo pessoal
Pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) descobriram uma relação entre a ausência ou disfunção de células do sistema imunológico, as chamadas T reguladoras (Tregs), e casos graves de dengue.
Em um estudo realizado com 123 pessoas – incluindo quem nunca teve a doença, pessoas com quadros leves e também com dengue grave ou hemorrágica –, eles verificaram que as células T não funcionavam em pacientes com maior gravidade.
Já nos casos leves de dengue, as células reguladoras tinham capacidade de produzir uma substância importante para o controle da inflamação, além de moléculas, na própria superfície, que também contribuem para suprimir a ação inflamatória.
Pessoas com dengue hemorrágica já tinham esses parâmetros alterados, as células não tinham capacidade de produzir mecanismos para suprimir a resposta inflamatória. Por causa da ausência desse mecanismo regulador, essas pessoas ficam inflamadas em um nível descontrolado, explicou a biomédica e residente pós-doutoral em imunologia na UFMG Marcela Helena Gonçalves Pereira.
Mosquito transmissor da dengue
National Institute of Allergy and Infectious Diseases/ Unsplash
Segundo a pesquisadora, a ausência ou disfunção das Tregs pode estar relacionada a fatores genéticos e também ambientais, como a alimentação – o consumo de alimentos saudáveis é importante para o desenvolvimento da imunidade.
As células T são componentes da resposta imune adaptativa, isto é, o organismo reconhece um patógeno e age de maneira específica para combatê-lo.
O que a gente consegue entender é que nossa resposta imune começa a ser formada desde a infância. [...] A gente nasce sem esse componente e vai adquirindo essa resposta adaptativa à medida que vai tendo contato com o meio externo, com esses patógenos, afirmou a biomédica.
Para ela, enquanto as vacinas contra a dengue não chegam para todos, é importante e viável o desenvolvimento de medicamentos que estimulem a atividade das células reguladoras no corpo dos pacientes.
Existem várias medicações em desenvolvimento que conseguem induzir o funcionamento dessas células reguladoras, em outros contextos. No caso da dengue, precisamos de fármacos que possamos aplicar nos pacientes com sinais de alarme para que eles consigam ter células reguladoras funcionais, que comecem a produzir produtos com capacidade de controlar a inflamação, disse a pesquisadora Marcela Gonçalves.
Os resultados do estudo ainda serão publicados.
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Amanda Perobelli/Reuters
Pesquisadores da UFMG já tinham estudado a atuação das células reguladoras no controle da infecção por Covid-19, durante a pandemia.
Eles coletaram e analisaram amostras de sangue e secreções dos pulmões de 40 pacientes adultos com quadros graves da doença submetidos à ventilação mecânica.
A gente conseguiu verificar que, apesar de as pessoas estarem extremamente fracas, quando tinham células reguladoras funcionais, sobreviveram. Nas pessoas que morreram, as células reguladoras não estavam produzindo os produtos necessários para controlar a inflamação, explicou Marcela.
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