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Granadas encontradas em apartamento de coronel após explosões estavam inativas, diz Gate

G1 - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

04/04/2024 por Redação

Se estivessem ativas, o militar poderia responder pelo crime de posse de explosivos. Artefatos estavam em arsenal com armas e pólvora, estes ainda em processo de perícia. Armas encontradas em meio aos escombros de apartamento de coronel do Exército em Campinas (SP)
Arquivo pessoal
As duas granadas encontradas no apartamento do coronel reformado do Exército, Virgílio Parra Dias, não ofereciam risco de explosão. A informação é do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). O imóvel tinha um arsenal que pegou fogo e explodiu em Campinas (SP) no final de fevereiro. Veja detalhes dos artefatos nesta reportagem.
O armazenamento de explosivos é crime no Brasil no crime. Por isso, se as granadas estivessem ativas, o coronel poderia responder pela posse dos artefatos.
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Outra análise, a da substância encontrada que parecia pólvora, também está sob responsabilidade do Gate, mas ainda não foi finalizada. Investigadores suspeitam que o material possa ter causado as explosões. À EPTV, afiliada da Globo, o grupo confirmou o alto risco de mantê-la armazenada.
No que tange à substância que aparenta ser pólvora, apreendida em 25 (vinte e cinco) potes, a perícia ainda está em andamento, mas havendo confirmação de tratar-se dessa substância explosiva, entende-se ser material bastante sensível ao calor e atrito, gerando, em qualquer que seja sua forma de armazenamento, elevado grau de risco, informou o Gate.
Apartamento com munições que pegou fogo em Campinas e armas de coronel
Defesa Civil e Arquivo Pessoal
O advogado do coronel, Fernando Capano, afirmou ao g1 que ainda precisa analisar o relatório do Gate com mais atenção e profundidade. No entanto, o defensor acredita que o parecer pode ir ao encontro da lógica de que grande parte do arsenal que estava na posse do militar reformado eram artigos meramente colecionáveis, sem potencial lesivo.
Sobre o relatório do Gate, ainda precisamos analisar com mais atenção e profundidade. No entanto, em um primeiro momento, tal assertiva pode ir ao encontro da lógica, já configurada nesta fase inquisitorial, que grande parte dos apetrechos na posse do Coronel eram artigos meramente colecionáveis, sem potencial lesivo.
O caso é investigado pelo 1º Distrito Policial (DP) de Campinas, que aguarda a chegada dos laudos do Gate e do Instituto de Criminalística - responsável pela perícia do incêndio e das armas - para ouvir militar da reserva apontado como investigado no caso.
O g1 revelou no mês passado que investigadores suspeitam que havia no apartamento mais armas do que o autorizado pelo Exército. O coronel havia autorização para 86 armas, porém, após o incêndio, a polícia encontrou 112 armas e carcaças no imóvel, entre pistolas, revólveres, fuzis, espingardas e garruchas. Esse número, no entanto, ainda precisa ser confirmado em laudo pericial.
Imagens mostram como ficou apartamento de coronel que guardava arsenal de armas em casa após incêndio
As granadas
No final de semana do incêndio, policiais do gate analisaram e detonaram as duas granas que havia sido encontradas intactas no apartamento e conseguiram levantar detalhes dos artefatos, segundo informação obtida agora pela EPTV. Veja descrição:
Granada 1: similar ao modelo M36 (granada militar de origem inglesa, muito utilizada na revolução de 1932), que, após análise do policial militar explosivista através de imagens de raio-x feitas ainda no local da ocorrência, constatou-se estar inerte, ou seja, sem carga explosiva.
Granada 2: similar ao modelo CN M3, artefato bélico militar com carga fumígena lacrimogênea, estando no local, com sua carga já consumida e, portanto, em razão do exposto, nenhuma das granadas oferecia risco no cenário em questão.
No tocante a quaisquer inscrições para identificação dos artefatos, cumpre esclarecer que as granadas apreendidas não apresentavam dados de lote, fabricação ou validade, não sendo possível, portanto, a constatação de sua origem, disse o Gate.
Coronel guardava 60 armas e 3 mil munições em apartamento incendiado em Campinas
Arquivo pessoal
Coronel teve alta
O coronel reformado Virgílio Parra Dias, proprietário do apartamento que pegou fogo após a explosão de um artefato em Campinas (SP), recebeu alta médica no início do mês passado e seguia o tratamento em uma nova residência, junto à família, em Paulínia (SP).
Segundo laudo obtido pelo g1, o militar foi internado no Hospital Mário Gatti após fazer em si um ferimento perfuro-cortante na região cervical anterior, superficial suturado localmente pela equipe médica. Ele ficou sedado por conta de problemas no coração e depois foi transferido para o Hospital Militar de São Paulo, onde concluiu o tratamento.
O coronel da reserva Virgílio Parra Dias, de 69 anos
JN
Relembre o caso
Segundo a perícia, o incêndio começou no cofre do coronel a partir da explosão de um artefato. Ao todo, 44 pessoas que estavam em andares superiores foram retiradas do prédio, parte delas por meio de cordas, em uma manobra semelhante à técnica de descida em rapel.
Após o incêndio, a polícia encontrou 112 armas e carcaças de armas no imóvel, entre pistolas, revólveres, fuzis, espingardas e garruchas, além de granadas. Esse número, no entanto, ainda será confirmado por laudo pericial da Polícia Científica.
Essa confirmação é necessária, segundo a Polícia Civil, uma vez que parte do armamento estava queimado e, por isso, a contagem pode ter sido imprecisa durante a apreensão.
Escombros de apartamento de ex general do Exército que armazenava armas e teve série de explosões em Campinas (SP)
Arquivo pessoal
Aposentado como general
Virgílio Parra Dias, de 69 anos, é coronel aposentado e instrutor de tiro. Segundo o Exército, o militar possui certificado de registro válido como atirador, caçador e colecionador (CAC) e tinha licença para manter 86 armas no imóvel, mas a Polícia Civil vai investigar se havia excedente ilegal no arsenal.
O nome do coronel também consta como um dos responsáveis por um clube de tiro em São Paulo (SP). Nascido em 21 de abril de 1954, o coronel frequentou a Academia Militar das Agulhas Negras, escola de ensino superior do Exército que fica no Rio de Janeiro, entre 1977 e 1980.
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Conforme dados do Portal da Transparência do Governo Federal, o coronel foi reformado (termo usado para aposentadoria da carreira militar) em 31 de dezembro de 2010. Ao se aposentar, Parras Dias passou a receber salário do posto imediatamente superior: general de Brigada.
Ainda conforme o portal, em dezembro de 2023, a remuneração bruta do militar aposentado foi de R$ 29.410,02. Com descontos, ele recebeu R$ 24.998,52. Segundo o Exército, a prática de militares receberem vencimentos do posto imediatamente superior após se aposentarem não ocorre mais.
Em janeiro de 2023, o coronel participou da solenidade de recriação da Companhia de Comando da 2ª Divisão de Exército, extinta em 1995. Segundo a publicação do Comando Militar do Sudeste, Parras Dias atuava como comandante da companhia.
O incêndio
Segundo a perícia, o fogo começou em um cofre do coronel. Um artefato ainda não identificado explodiu e deu início ao incêndio no apartamento do primeiro andar do condomínio Fênix, na Rua Hércules Florence, no bairro Botafogo.
Além de munições e pólvora, a polícia encontrou uma granada intacta no imóvel. O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da PM não conseguiu concluir se o artefato estava carregado, mas levou para detonação em local seguro. Segundo a corporação, o explosivo é do modelo M36.
O coronel deixou o prédio durante a evacuação. No dia 27 de fevereiro, o militar foi encontrado em uma praça do Jardim Chapadão com um ferimento no pescoço. Parra Dias foi levado ao Hospital Municipal Doutor Mário Gatti, onde permaneceu internado até ser transferido para uma unidade militar.
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