Geral

Após um ano de soltura de aves ameaçadas de extinção, projeto reintegra 77,5% dos mutuns-de-penacho na região da Usina de P

G1 - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

28/03/2024 por Redação

Entre as ações desenvolvidas, está a de disposição de alimentos na mata cada vez mais distante do viveiro para incentivar que as aves se integrassem ao ambiente. Resultado expressa que das 40 aves soltas, 31 foram reintegradas
Material da Cesp/AI
A Companhia Energética de São Paulo (Cesp), após um ano da conclusão da primeira etapa de soltura da espécie mutum-de-penacho na área de influência da Usina Hidrelétrica Engenheiro (UHE) Sérgio Motta, que fica no Rio Paraná, no distrito de Porto Primavera, em Rosana (SP), já adaptou 77,5% das aves à natureza.
📱 Participe do Canal do g1 Presidente Prudente e Região no WhatsApp
De acordo com a companhia, o resultado significa que, das 40 aves soltas, 31 foram reintegradas. Para a Cesp, tal número é um motivo de comemoração, uma vez que são raros os casos de aves criadas em cativeiro que alcançaram a adaptação, pois a maioria acaba não sobrevivendo ao novo ambiente, em decorrência, principalmente, do ataque de predadores naturais.
“O Projeto Soltura do Mutum-de-penacho completa um ano com um grande feito. Atualmente, temos mais de 30 aves completamente adaptadas aos seus novos habitats, superando todas as nossas expectativas. Este é um resultado extremamente positivo levando em consideração a riqueza dos ambientes, principalmente em relação a predadores, e decorre graças ao empenho de todos os profissionais envolvidos neste projeto, explicou o gerente de Operações e Sustentabilidade da Cesp, Jarbas Amaro.
A conservação da biodiversidade é um dos pilares da CESP. Nós temos um compromisso com um futuro sustentável e temos convicção de que estamos gerando para o meio ambiente e para a sociedade”, ressaltou.
Resultado expressa que das 40 aves soltas, 31 foram reintegradas
Material da Cesp/AI
O projeto
O Projeto de Soltura do Mutum-de-Penacho foi iniciado há mais de 20 anos, quando aves dessa espécie foram resgatadas durante a formação do reservatório e levadas para o Centro de Conservação de Aves Silvestres (CCAS), da UHE Paraibuna, no Vale do Paraíba (SP).
Em outubro do ano passado, 40 aves começaram a ser preparadas para retornar para a região, etapa que envolveu desde análises clínicas à treinamento para fugir de predadores e buscar alimentos.
Desse total de aves, 20 foram destinadas para Área de Soltura e Manejo de Fauna da Foz do Rio Aguapeí, em Castilho (SP), e outras 20, para a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Cisalpina, em Brasilândia (MS), onde foram construídos, no meio da mata, dois viveiros idênticos aos existentes em Paraibuna para o processo de adaptação.
A transferência das aves e soltura ocorreram em duas etapas: uma em novembro e outra em janeiro, após período de quarentena e processo de adaptação das aves ao novo ambiente.
“Como o percentual de animais vivos é maior que 75%, acreditamos que a adaptação está ocorrendo de forma muito positiva e natural, portanto em breve poderemos ver bons resultados, inclusive de reprodução desses animais, visto que já é possível avistar casais com pares selvagens. A princípio, não é possível confirmar a existência de filhotes, pois o período reprodutivo se inicia no mês de outubro, mas com a formação dos casais já é um excelente indicativo de que possa haver reprodução até o final do ano”, completou o professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e também coordenador do projeto, Sérgio Posso.
Para exemplificar a importância do resultado, o professor cita um trabalho de reintrodução da espécie Jacutinga (Aburria jacutinga), da mesma família do mutum-de-penacho. No estudo de 2022, a taxa de sobrevivência foi de apenas 39,13%.
VEJA TAMBÉM:
Projeto conclui soltura de aves ameaçadas de extinção resgatadas há duas décadas na instalação da Usina Hidrelétrica de Porto Primavera
Descendentes de aves ameaçadas de extinção resgatadas há duas décadas por causa da Usina de Porto Primavera são soltos na natureza
Projeto de Soltura do Mutum-de-Penacho tem como objetivo preservar a espécie em áreas próximas a Usina de Porto Primavera
Cesp
Monitoramento
O processo de adaptação das aves tem sido acompanhado por meio de câmeras trap, que são para armadilhas fotográficas, e de sistema de monitoramento por radiotransmissores instalados no dorso das aves.
O professor da UFMS ainda explicou o avanço da adaptação dos animais.
“Nos primeiros três meses era comum avistar grupos maiores de indivíduos próximo ao viveiro de soltura, isso porque as aves foram criadas em condições controladas com disponibilidade de água e comida de forma regular, dentro de um viveiro, sem passar por situações extremas dos ambientes externos, como chuvas, falta de comida e presença de predadores, explicou Passo.
No entanto, o processo de adaptação gradual foi um diferencial para que estes animais começassem a explorar os ambientes e a desenvolver as relações ecológicas específicas”, completou.
Entre as ações desenvolvidas no processo de adaptação gradual, está a de disposição de alimentos na mata cada vez mais distante do viveiro para incentivar que as aves se integrassem ao ambiente.
“Além de ser uma ave ameaçada de extinção, estamos falando de uma espécie que é essencial para a dispersão de sementes e, consequentemente, contribuir para o sistema natural de reflorestamento e conservação ambiental, o que vem ao encontro dos programas que a Cesp mantém para a promoção do reflorestamento e enriquecimento de áreas florestais na região, informou Amaro.
Até o final de janeiro de 2024, serão apresentados os primeiros resultados de diversidade das espécies identificadas nas câmeras e de territorialidade dos animais.
Todas as ações previstas no projeto e o cronograma seguem a metodologia aprovada pelo Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), relacionada tanto a prazos de soltura, como alimentação dos indivíduos e dos monitoramentos.
VÍDEOS: Tudo sobre a região de Presidente Prudente
Veja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.

Link curto:

TÓPICOS:
G1

COMPARTILHAR

PUBLICIDADE

MAIS NOTÍCIAS DO RASTRO101
menu