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Seca se agrava em Roraima e governo decreta situação de emergência em 14 municípios

G1 - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

25/03/2024 por Redação

Governador Antonio Denarium (PP) decretou situação de emergência nos municípios de Caroebe, Rorainópolis, São João da Baliza e São Luiz, localizados ao Sul. Bonfim, ao Norte do estado, é o único que não está em estado de emergência. Seca atinge Rio Branco, principal rio de Roraima.
Ronny Alcantara/Rede Amazônica/Arquivo
O governo de Roraima decretou situação de emergência nos municípios de Caroebe, Rorainópolis, São João da Baliza e São Luiz, localizados ao Sul, devido aos efeitos da forte estiagem na região. Com o decreto, 14 dos 15 municípios do estado passam a ter reconhecimento oficial da grave seca.
Bonfim, ao Norte, é o único município que não está em estado de emergência. O decreto, assinado pelo governador Antonio Denarium (PP), foi publicado no Diário Oficial do dia 18 de março.
🚱 Roraima enfrenta o período seco desde outubro do ano passado, que deve se estender até abril. Com a falta de chuvas, rios têm secado e há ocorrências de incêndios florestais que consomem casas, animais e a vegetação.
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Para o decreto o governo considerou, entre outras coisas, o agravamento da estiagem nos municípios do Sul do estado, caracterizado por um período prolongado com precipitações abaixo da média histórica, causando diversos impactos negativos, como a escassez de água, que gera prejuízos à agricultura e à pecuária. Além das ocorrências de incêndios florestais e seus consequentes danos à fauna, à flora, às propriedades rurais e às pessoas afetadas.
No dia 24 de fevereiro, o governo de Roraima já havia decretado situação de emergência em nove municípios, sendo eles: Amajari, Alto Alegre, Cantá, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Pacaraima, Normandia e Uiramutã.
Os municípios de São João da Baliza e Caroebe tiveram a situação de emergência decretadas pelas prefeituras no dia 5 e 7 de março, respectivamente, mas foram reconhecidos agora pelo governo.
A capital Boa Vista também decretou situação de emergência na última segunda-feira (18). O decreto abrange as áreas da agricultura, Defesa Civil, Serviços Públicos e Meio Ambiente na cidade.
Com o novo decreto estadual, fica autorizada a dispensa de licitação, a adoção de medidas para a contratação de pessoal e a mobilização de todos os órgãos estaduais para atuarem na prevenção do desastre. A situação de emergência é válida por 180 dias, ou seja, até o dia 14 de setembro.
Seca no Rio Branco
Roraima tem boa parte do território localizado no hemisfério Norte, por isso, atualmente está na estação seca, chamada de verão amazônico — o período vai de outubro a março. Os meses de dezembro e janeiro são os mais secos, com registro de poucas chuvas.
Segundo o histórico de dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foram registrados 4,2 milímetros de chuva em todo o mês de janeiro, 14% do esperado. Em fevereiro, choveu apenas 6,8 milímetros, 21% do esperado.
O Rio Branco, principal rio de Roraima, atingiu a marca de 32 centímetros negativos, o menor nível registrado em 2024, no dia 15 deste mês de março. Por conta disso, municípios do interior tem enfrentado falta de água e a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), empresa responsável pelo fornecimento, classificou a situação como crise hídrica.
EFEITOS DA SECA
Mucajaí: Seca deixa município com instabilidade no fornecimento de água
Pacaraima: Cidade fica sem água encanada e moradores têm dificuldade até para tomar banho
São Luiz: Moradores reclamam de falta de água devido à estiagem
Em todo estado, a distribuição de água é feita por meio rios e de poços artesianos. Ao longo dos últimos dias, estas fontes têm registrado baixas no nível de água, o que impacta a vida de moradores de cidades como Mucajaí, Pacaraima, São João da Baliza e São Luiz — as três últimas praticamente em colapso.
Fumaça de incêndios florestais
Fumaça encobre Boa Vista na manhã desta segunda-feira (25).
Oséias Martins/Rede Amazônica
Mas a falta de água não é o único problema enfrentado pela população roraimense. Em meio à seca, incêndios florestais consomem casas, animais e a vegetação, espalhando fumaça pelo estado.
Para se ter ideia, numa escala que vai de 0 a 160 µg/m3, um material particulado que pode penetrar os pulmões, reduzindo a capacidade de respiração e até causando doenças, a capital Boa Vista chegou a atingir 334.5µg/m3, às 18h36 desse domingo (24), segundo a Plataforma Selva.
Por conta disso, a qualidade do ar na capital atingiu um nível considerado péssimo para a população. Até às 10h desta segunda-feira (25), a qualidade do ar era considerada muito ruim, com 84.5 µg/m.
A fumaça vem dos incêndios florestais que ocorrem as cidades próximas da capital e principalmente da Guiana, país que faz fronteira com Roraima, e do Suriname — embora, o estado tenha muito mais focos que os dois países.
De acordo com dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisa espaciais (INPE), dos dez municípios do Brasil com mais focos de calor desde o início deste mês de março, sete são de Roraima. Caracaraí, ao Sul do estado, lidera o ranking, com 299 focos e é seguido de Iracema, com 183, e Cantá, com 170 (veja o ranking completo no gráfico abaixo).
Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.

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