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O Jackson do Athletico: lembranças de um craque que celebra 100 anos no centenário do time do coração

globoesporte.com - com informações do G1

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Com informações do G1

20/03/2024 por Redação

Jackson Nascimento é o segundo jogador com mais gols na história do Furacão O segundo maior artilheiro da história do Athletico completa 100 anos no mesmo ano do centenário do clube do qual ele se declara torcedor de corpo e alma. Jackson Nascimento nasceu no dia 24 de agosto de 1924 e fica só está atrás de Sicupira no ranking dos artilheiros do Furacão. A trajetória dele com time do coração se confundem.
100 anos de Athletico, 100 anos de Jackson e Santina
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Jackson chegou ao Athletico ainda nas categorias de base, ganhou espaço em 1944 e virou peça-chave do time. Foram 143 em 196 jogos e três títulos pelo Athletico, em 1943, 1945 e 1949. Jackson saiu para o Corinthians em 1950, mas voltou em 1953. O meia só jogou em dois times e foi campeão nos dois.
— Eu sou capaz de morrer pelo Athletico. E serei sepultado em caixão rubro-negro, de tanto que os athleticanos me querem bem. Entro no Athletico sem abrir portas, sem pegar cadeiras, se souberem que sou eu todo mundo sai da frente - brinca.
O amor pelo Athletico veio de berço, por meio do pai José Tomaz Nascimento, e continua passando de geração em geração. Para a bisneta Gabriela, de 11 anos, filha da neta Letícia Klein, que treina futebol como atacante, Jackson é como se fosse o pelé, nas palavras dela. Um orgulho, um fenômeno.
— Na minha descendência familiar todos eram athleticanos, meus pais, meus irmãos, todos. Quando eu estava com a bola eu sabia que todos estavam comigo, estavam em casa, mesmo que no rádio, esperando que eu fizesse alguma coisa. Aquela responsabilidade me dava vontade de cumprir o meu dever familiar e fazia que eu produzisse mais do que era possível - lembra Jackson.
Família do ex-jogador Jackson Nascimento
Reprodução/ RPC
A saudade que ficou é testemunha de que Jackson abraçou a camisa do Athletico.
— Saudade, eu tenho saudade de jogar. Sinto falta. Futebol era um encanto, era uma coisa que me fazia ficar dias antes do jogo preocupado. Eu ia à missa sábado, missa domingo, me concentrava e procurava todos os auxílios possíveis, conversava com Deus, pedia ajuda. Não é só jogar bola. Você tem que ir convicto, com a alma e o coração conscientes, para não errar - conta.
— E também tenho uma saudade imensa da minha torcida, de quando eu jogava, nos anos 50. A torcida do Athletico não tinha medidas. Pulavam a cerca, que naquele tempo era cerca, não era arquibancada, e onde eu ia em Curitiba, em qualquer lugar que eu estivesse, sempre tinha um athleticano. Era uma coisa muito bonita. Sempre era recebido com palavras que emocionavam - acrescenta.
Jackson Nascimento lembra história no Athletico
Reprodução/ RPC
Capitão em quase todos os anos que jogou pelo Athletico, Jackson ficou marcado, principalmente, pelo Furacão de 49. Para Jackson, foi aquele o ano que fez a história dele no futebol.
— Nós treinávamos muito, e o treinamento era quase um jogo. Se um companheiro deixasse de me passar uma bola quando eu estivesse na frente do gol e ficasse tentando o terceiro e o quarto drible, a gente parava o treino e fazia entender que poderia ter saído o gol. Conversávamos muito - aconselha.
— O diferencial era a velocidade do jogo, tínhamos um treinador que exigia o mínimo de tempo com a bola no pé, quando recebíamos a bola já tínhamos as atitudes prontas na cabeça. A bola vinha e você: pra lá, pra lá, chutava no gol, cabeceava. Não precisava caminhar com a bola no pé - descreve Jackson.
Mesmo sabendo da importância que tinha para o time, Jackson tem humildade para reconhecer que o craque do time era Caju, o goleiro.
— E era difícil um goleiro ser craque quando participava em dez minutos só, dos noventa. Mas as decisões dele eram fatais - explica.
Eu também cometia erros, não era infalível. E não vou dizer que eu era um grande jogador, mas eu era um bom jogador, sabia jogar bola.
Jackson resolveu se aposentar com 30 anos, quando teve a impressão de que não era mais jogador, e sim um torcedor em campo. Em 1958 ele se arriscou como treinador e foi campeão como técnico, mas não seguiu a carreira e se dedicou ao Direito apesar de ter integrado a diretoria várias vezes.
— Joguei, ganhei, perdi, vivi. Sou suspeito para falar. Jamais vou dizer qualquer coisa contrária ao Athletico. Se eu for em algum lugar e encontrar outro athleticano é capaz de a gente se abraçar, se beijar. É um amor radical. É a melhor sociedade esportiva que eu conheço - se declara.
Jackson Nascimento completa 100 anos em 2024
Reprodução/ RPC
O Athletico nasceu em Curitiba, e Jackson em Paranaguá. O Athletico de Jackson, e o Jackson do Athletico, estão prestes a completar 100 anos. Foram 13 temporadas do meia com a camisa do Furacão. Mais do que advogado, mais do que Procurador Federal, ele sempre foi o Jackson do Athletico.
— Eu vivia com a bola, a bola era como um livro da universidade. Eu gostava da bola e levava ela embaixo do braço. Essas coisas que um apaixonado faz. Não sei dizer se sem o futebol eu teria sido o que sou. Não tenho certeza. O futebol me deu tantas coisas bonitas...
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