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Rio Preto, 172 anos: conheça 5 lugares imortalizados na memória dos moradores que contam a história da cidade

G1 - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

19/03/2024 por Redação

Nesta terça-feira (19), aniversário da cidade, o g1 traz relatos de moradores e recorda os lugares que, embora já não existam mais fisicamente, deixaram uma marca na memória deles. Represa de Rio Preto (SP)
Marcos Morelli/Prefeitura de Rio Preto
Há exatos 172 anos nascia São José do Rio Preto (SP), e, com ela, as memórias do que hoje é a maior cidade do noroeste paulista. O pequeno vilarejo, descoberto por desbravadores de Minas Gerais em 1840, cresceu e, hoje, é a casa de quase meio milhão de habitantes.
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Cidade de São José do Rio Preto (SP)
Prefeitura de Rio Preto/Arquivo
Ao longo dos anos, o município testemunhou transformações que redefiniram sua paisagem urbana e identidade cultural. Com o passar do tempo, novos ângulos, novos bairros, novas ruas, novos espaços: nas veias da Terra das oportunidades, o fluxo é pulsante e nunca para.
Mesmo centenária, Rio Preto parece ter um coração de criança ao bater em um compasso acelerado de quem tem pressa e sede de viver.
São José do Rio Preto (SP) em 1909
Reprodução/TV TEM
Acima, um pequeno retângulo de papel que se encaixa na palma da mão. Nele estão as memórias de quando Rio Preto cabia em apenas uma foto. O registro tem mais de um século: é de 1909.
Com o tempo, nenhuma lente fotográfica era capaz de captar o tamanho da cidade de uma só vez. Por isso, os moradores guardam álbuns de lembranças, nos quais é possível revisitar esses lugares - alguns que ficaram apenas nas fotos e eternizados na saudade.
Entre eles: a Catedral, a escadaria da Rua Voluntários de São Paulo, o Cine Rio Preto, a Escola Cardeal Leme e o teleférico na Cidade da Criança.
Represa em São José do Rio Preto (SP)
Prefeitura de Rio Preto/Divulgação
Por isso, nesta terça-feira (19), o g1 traz relatos de moradores e recorda os lugares que, embora já não existam mais fisicamente, deixaram uma marca na memória deles e ajudam a contar a história de desenvolvimento do município.
Escadaria
Escadaria na Rua Voluntários de São Paulo em São José do Rio Preto (SP); registro de 1950
Arquivo pessoal
Construída entre 1910 e 1920, a escadaria da Rua Voluntários de São Paulo é um dos pontos famosos da cidade. Ao redor dela, muitos comércios e um hotel, um dos maiores daquela época. Os quase 30 degraus de concreto davam acesso à estação ferroviária, em um tempo em que o trem era o principal meio de transporte para viagens.
Em 1969, a escadaria foi demolida. Um ano depois, começou a construção da rodoviária da cidade. Assim como no século passado, hoje esses degraus continuam sendo passagem obrigatória para quem chega ou sai de Rio Preto.
Escadaria na Rua Voluntários de São Paulo em São José do Rio Preto (SP)
Arquivo pessoal
Catedral
Enquanto na parte de baixo estava a estação de trem, ao subir a escada a visão encontrava a Catedral, a igreja de estilo renascentista que se destaca no meio da paisagem. Ela começou a ser construída em 1913 e ficou pronta em 1932.
Igreja Matriz em 1961 em São José do Rio Preto (SP)
Arquivo pessoal
Se por fora a igreja era clássica e seguia os padrões de arquitetura da época, por dentro impressionava pela riqueza de detalhes: colunas altas, um altar santuoso, paredes e teto pintados à mão.
Foto aérea da Catedral em Rio Preto (SP)
Arquivo pessoal
Quando menina, a aquarelista Maria Helena Curti não se cansava de admirar as obras de arte que revestiam a igreja. Mas nem poderia imaginar que, no futuro, as recordações de infância fossem inspirar pinturas que dizem muito sobre a memória da artista.
Aquarelista Maria Helena Curti, de SãoJosé do Rio Preto (SP)
Reprodução/TV TEM
Era uma igreja que impressionava muito, então era um prato cheio de emoções para pintar as cenas dentro e fora da Catedral, lembra Maria Helena.
Celso e Rosa se casaram na Catedral de Rio Preto (SP)
Reprodução/TV TEM
A antiga Catedral também foi palco da história de amor de Celso e Rosa, moradores de Rio Preto, em uma época em que os namoros começavam na praça em frente à igreja. Eles, que se casaram há mais de 50 anos, continuam juntos até hoje.
Eu lembro com bastante saudade. Ela tinha as colunas laterais, os corredores com os santos, os confessionários nas laterais, lembra Celso.
Porém, a igreja onde eles selaram a união não resistiu por muito tempo. A cruz de ferro que ficava no alto da torre da antiga Catedral está entre as poucas lembranças materiais que restaram. Em 1975, ela foi demolida para a construção da nova Catedral.
Derrubada da Catedral em São José do Rio Preto (SP)
Arquivo pessoal
Com estilo mais moderno e mais ampla, ela foi erguida exatamente no mesmo lugar da antiga, que deixou saudade para os moradores.
Escola Cardeal Leme
Cardeal Leme em São José do Rio Preto - foto de 1947
Arquivo pessoal
Muitas lembranças íntimas, guardadas pela nutricionista Vera Nicoletti em pequenas caixas no fundo de gavetas, têm o poder de contar parte da história de Rio Preto.
As folhas amareladas trazem as primeiras letras e números ainda escritos com insegurança pela menina de sete anos que acabara de entrar na Escola Cardeal Leme, inaugurada em 1922, na Praça Rio Branco.
Caderno usado por Vera Nicoletti no Cardeal Leme em Rio Preto (SP)
Reprodução/TV TEM
O nome da escola foi escolhido em homenagem ao cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Sebastião Leme da Silveira Cintra. Com 14 salas e um galpão de 375 metros quadrados, rodeado por árvores, por muitos anos foi a única escola de Rio Preto.
Em 1963, a escola foi transferida para um prédio novo, na Redentora. Apesar de demolida em 1962, permanece de pé na memória de Vera.
Você saía de casa com seu material escolar, no braço que tinha que carregar. Aliás, a saída da escola era uma delícia, uma farra muito gostosa, lembra a nutricionista.
Cardeal Leme inspirou o nome da escola em São José do Rio Preto (SP)
Arquivo pessoal
Teleférico Cidade da Criança
Aos 42 anos, nascido e criado em Rio Preto, Edilberto Iuda se recorda do teleférico que brincava, quando criança, aos sete anos, em um dos lugares mais requisitados de Rio Preto: a Cidade da Criança.
O parque, que funciona desde a década de 1980, no Distrito Industrial, dispõe de um espaço para piqueniques e reúne mais de 230 brinquedos.
Teleférico Cidade da Criança em Rio Preto (SP)
Reprodução/TV TEM
A diversão, na época, era tomada pelo walkie talkie - uma espécie de rádio comunicador. Segundo ele, no alto do teleférico era possível transmitir a emoção que sentia para os colegas e familiares por meio do aparelho. Apesar de desativado, Edilberto lembra com carinho dos momentos que viveu ali.
Uma vez eu perdi o chinelo em cima do teleférico. Minha mãe ficou brava comigo pelo rádio. Então, são lembranças boas, relata.
Edilberto Iuda, morador de São José do Rio Preto (SP)
Edilberto Iuda/Arquivo pessoal
Cine Rio Preto
Muito mais que um simples cinema, o Cine Rio Preto era um ponto de encontro, fonte de entretenimento e cultura para os moradores. Com as imponentes fachadas e o interior decorado, o cinema, que tinha capacidade para cerca de 2,1 mil lugares, foi fundado em 1940.
Cine Rio Preto tinha capacidade para 2,1 mil lugares
Arquivo pessoal
Uma das maiores referências do Centro de Rio Preto, atraía pessoas de toda a região para a Praça Rui Barbosa. Contudo, em 1997, o prédio foi demolido para a construção do centro de compras, inaugurado em 1998.
Cine Rio Preto, foi fundado em 1940
Arquivo pessoal
Em 172 anos, Rio Preto se despediu de muitos lugares, mas também cresceu, ficou mais moderna e novos horizontes se abriram. Do passado ficaram as lembranças que ajudam a contar a história da cidade. Mas, a cada amanhecer, novas memórias são criadas e esse álbum de recordações ganha novos capítulos.
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