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Rebaixamento na casa do rival coroa semestre desastroso do Comercial; análise

globoesporte.com - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

08/03/2024 por Redação

Alvinegro de Ribeirão Preto (SP) sacramentou queda para A3 após derrota para Juventus-SP na casa do rival Botafogo-SP Nem nos piores pesadelos o torcedor do Comercial imaginaria uma queda de divisão na casa do arquirrival Botafogo-SP sem se quer a disputa ser contra a equipe da casa. Com o Leão do Norte mandante no estádio Santa Cruz/Arena Nicnet, a derrota para o Juventus-SP por 2 a 1 sacramentou a queda para a Série A3 do Paulista com duas rodadas de antecedência.
Apenas 239 pagantes compareceram na partida. Enquanto isso, o Palma Travassos recebe manutenções para acolher o cantor Jão, que se apresenta neste sábado em Ribeirão Preto (SP). Por conta disso, um confronto decisivo do time na A2 foi para a casa do maior rival.
Comercial é rebaixado para A3
Raul Ramos
Não foi a primeira mudança de mando do Leão na competição. Por conta de um evento de pré-carnaval, o jogo contra o São Bento foi para Jaú. Derrota por 3 a 0. Uma das oito que o time tem na competição até agora, restando ainda dois jogos pela frente.
O Comercial não caiu nessa quinta. Vem caindo aos poucos ao longo da pífia campanha nesta Série A2. O time tem, até o momento, o pior ataque e a pior defesa da competição. São cinco pontos conquistados em 39 possíveis.
Quando, em setembro do ano passado, Luiz Carlos Martins foi anunciado como técnico, é inegável que a maior parte da torcida se alegrou. Talvez pela nostalgia do nome. Afinal, foi ele quem levou o Leão do Norte à elite paulista pela última vez, há dez anos.
Conhecido como rei do acesso, Martins teve o ex-jogador Alceisson Scaion como braço direito na montagem do elenco. Pelo lado da diretoria, chefiada pelo então recém-eleito Fausi Henrique, prometeu-se um investimento alto e um time que brigasse pelo acesso. No imaginário comercialino, tudo lindo.
Acleisson Scaion e Luiz Carlos Martins
Créditos: Bárbara Pires/ComercialFC
No entanto, quando os primeiros nomes foram anunciados, sentiu-se a falta dos chamados jogadores cascudos, com cara de Série A2. A torcida, desconfiada, estava certa. O que se viu foi um time jovem na idade e no conhecimento da divisão, até mesmo do estado de São Paulo. Além disso, um grupo com sérios problemas físicos ao longo da competição, já que em quase todas as rodadas o time sofreu com lesões.
Antes mesmo da bola rolar, duas baixas no time. O volante Michelon alegou problemas pessoais e pediu para sair. Antes, Matheus Farinha recebeu proposta do Figueirense e deixou o clube na pré-temporada.
Após seis jogos sem vitórias e diversas reuniões de cobranças entre diretores e até mesmo torcedores, - além de um áudio vazado do presidente em que criticava a montagem do elenco falava até em renúncia do cargo -, Martins e Acleisson foram demitidos. Ao longo da trajetória, sempre após os jogos, o ex-treinador do Leão do Norte insistia em afirmar que o elenco estava se conhecendo e que era um grupo novo, mas que poderia evoluir. A pré-temporada começou em novembro.
Para o lugar dele, Wagner Lopes, invertendo a dobradinha de 2014, quando Martins assumiu no lugar de Lopes. O comando durou três jogos. Duas vitórias e um doloroso empate por 1 a 1 com o Oeste, no último lance, em casa. Na coletiva desta partida, outro duro golpe. O treinador pediu para sair alegando que não havia acontecido um acordo para SAF no clube com os empresários que o levaram ao Comercial.
Wagner Lopes, ex-técnico do Comercial
Bárbara Pires/Comercial FC
Aqui entra um ponto curioso, bizarro e amador nesta triste jornada na A2. Em meio à crise na competição, empresários que já têm um time de futebol em Portugal demonstraram interesse em assumir uma SAF no Leão do Norte e até se reuniram com o presidente Fausi Henrique diversas vezes.
O grupo, além de contratar e arcar com os custos de Wagner Lopes, chegou a investir em equipamentos para o Departamento de Futebol, mesmo sem contrato firmado com o Comercial. No entanto, segundo o presidente, as negociações para transformação em SAF foram adiadas diante da situação do time na competição e pelo fato de o Conselho Deliberativo estar vencido, precisando de novas eleições, isto é, sem poder de decisão no clube.
+ Tudo sobre o Comercial
Fausi Henrique, presidente do Comercial
Bárbara Pires/Comercial FC
Com isso, os empresários se foram e o Comercial estava, mais uma vez, sem comando. No dia seguinte, Ademir Fesan, que estava quase fechado antes do acordo com o grupo de investidores e Wagner Lopes, assumiu com a missão de “apagar o fogo” e salvar o Comercial. Não deu certo. Não poderia dar certo. Não pelo Fesan, mas pela soma dos fatores.
Somado a isso, em meio à crise, mais saídas no elenco: o goleiro Gabriel Gallo, os volantes Luiz Henrique e os atacantes Fidel e Vitor Alagoano, além de Hilário, que se machucou.
A queda, sacramentada na noite de quinta-feira, é apenas resultado de um longo e errôneo processo no clube. Salve o Comercial! Exclama, agonizante, a fanática torcida alvinegra.
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