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Campinas confirma 1ª morte por dengue em 2024

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Com informações do G1

27/02/2024 por Redação

Vítima era uma mulher de 94 anos, que morava no Jd. Eulina, região de maior incidência de casos em 2024. Metrópole já registrou 8,5 mil infectados. Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus da dengue
Reprodução/EPTV
Campinas (SP) confirmou nesta terça-feira (27) que registrou a primeira morte por dengue em 2024. A vítima era uma mulher de 94 anos, moradora do Jardim Eulina, região da cidade com maior incidência de casos doença.
De acordo com a Secretaria de Saúde, a vítima iniciou sintomas em 30 de janeiro e foi atendida na rede privada, sendo que veio a óbito no dia 12 de fevereiro. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 1.
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A Secretaria de Saúde lamenta a morte e se solidariza com a família. Além disso, reforça o alerta para que moradores de todas as regiões continuem colaborando com ações da Prefeitura para prevenção e combate à doença, destacou a pasta, em nota.
Até esta terça a cidade confirmou 8.543 casos de dengue. A expectativa de especialistas é que o cenário de 2024 figure entre o das piores epidemias da história da cidade.

Internados por dengue
Dados do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), da Secretaria de Saúde, mostram que o percentual de internações está em 2,2% do total de casos de 2024, contra 1,7% do ano anterior. Em 2015, quando registrou o recorde de infectados, com 65 mil doentes e 22 mortes, a taxa ficou em 0,3%. A média do período de hospitalização é de quatro dias.
De acordo com Andrea Von Zuben, coordenadora do Devisa, a circulação de três sorotipos da doença em Campinas, um cidade com histórico de outras epidemias e que com isso amplia a possibilidade de reinfecção de pacientes, aliada a atualização do manual de diagnóstico e manejo clínico do Ministério da Saúde (MS), que preconiza maior cuidados em alguns casos para garantir a hidratação dos pacientes, ajudam a explicar tal aumento - entenda abaixo.
Andrea ressalta que o total de infectados em Campinas deve continuar crescendo, uma vez que historicamente a cidade registra o maior número de notificações entre os meses de março a maio, mas que a dengue, de forma geral, apesar de ser superincapacidente pelos sintomas que provoca, em 98% dos casos não evolui para quadros graves.
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O que explica a alta?
Segundo Andrea Von Zuben, dois fatores ajudam a explicar esse aumento percentual entre os internados em Campinas.
Vale destacar que este aumento de internações não excedeu a capacidade do sistema de saúde público. Ele está preparado para lidar com essa demanda adicional sem impactar em outros procedimentos hospitalares, reforça a Secretaria de Saúde, em nota.
O primeiro fator, destaca a coordenadora do Devisa, tem relação com a circulação de três sorotipos da doença, com a reintrodução na cidade dos sorotipos 2 e 3 da dengue – fora de circulação desde 2021 e 2009, respectivamente.
Campinas é uma cidade que já teve epidemia em outros momentos, com outro sorotipo, e sempre que tem mais de um sorotipo circulante, a chance de adoecer pela segunda vez e ter gravidade, é maior. Mas também há casos em que a pessoa adoece a primeira vez e também tem gravidade, avisa.
Mosquito transmissor da dengue
Rogério Capela/PMC
Outro fator que pode impactar no número de interção é a publicação da 6ª edição do Guia Dengue: Diagnóstico e Manejo Clínico pelo Ministério da Saúde e que, segundo Andrea, preconiza maior cuidado com alguns pacientes com comorbidades e que tenham risco de complicações.
Indicações para internações por dengue:
Presença de sinais de alarme ou de choque, sangramento grave ou comprometimento grave de órgão;
Recusa à ingestão de alimentos e líquidos.
Comprometimento respiratório: dor torácica, dificuldade respiratória, diminuição do murmúrio vesicular ou outros sinais de gravidade.
Impossibilidade de seguimento ou retorno à unidade de saúde por condições clínicas ou sociais.
Comorbidades descompensadas ou de difícil controle, como diabetes mellitus, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, uso de dicumarínicos, crise asmática e anemia falciforme.
Outras situações a critério clínico.
Mais do que nunca está havendo muito cuidado, uma análise de casos de pacientes com algumas doenças que podem descompensar. Há um cuidado para não dar alta. A dengue requer hidratação, muita hidratação, e tem pessoas que por diversos fatores não conseguem, podem ter uma comorbidade, uma dificuldade, que a partir da avaliação, o médico pode requerer a hospitalização para a hidratação intravenosa, detalha.
Andre Von Zuben enfatiza ainda que esse período de internação, em geral, é curto - em média, quatro dias - e que a alta ocorre quando o paciente está estável, há mais de 24 horas sem qualquer alteração hemodinâmica ou febre, por exemplo.
A dengue não é uma doença que cursa com gravidade em 98% dos casos. Ela é muito chata, superincapacitante, dá fadiga, muita dor no corpo. Ter dengue é ruim. Mesmo os casos que são considerados leves, eles não são agradáveis para as pessoas, afirma.
Larvas do mosquito transmissor da dengue
Rogério Capela/PMC
Quando procurar atendimento?
Mesmo que o cenário geral indique que a dengue em sua ampla maioria não evolui para a forma grave, a coordenadora do Devisa pede que os moradores não banalizem os sintomas e procurem ajuda médica diante dos menores sinais.
A chave é hidratação. Não é meia dúzia de copos. E não hidratar é que vai gerar a gravidade, explica.
Diante do aumento de casos na metrópole, a Secretaria de Saúde mudou o protocolo de atendimento de pacientes com sintomas. Desde terça (20), a orientação é que os moradores procurem um centro de saúde assim que apresentarem febre.
Antes, a recomendação da prefeitura era que os moradores procurassem atendimento médico quando o paciente apresentasse febre e mais dois sintomas associados, como dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular e dor atrás dos olhos.
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