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Seringais do noroeste de São Paulo enfrentam falta de mão-de-obra

G1 - com informações do G1

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Com informações do G1

04/02/2024 por Redação

Desvalorização da matéria-prima fez com que o valor da mão de obra caísse. Seringais do noroeste de São Paulo enfrentam falta de mão-de-obra
Reprodução/TV TEM
Trabalhadores de um setor importante para a economia do Brasil vêm enfrentando uma crise na produção de borrachas naturais, não só no interior de São Paulo, mas em todo o país. Isso porque o preço pago pelo látex, matéria-prima das borrachas, é considerado baixo, refletindo na remuneração dos trabalhadores, e, consequentemente, falta gente para fazer as sangrias das árvores.
Em uma fazenda de Mirassol (SP), o cenário é de abandono. O mato alto tomou conta de boa parte do seringal. Das 95 mil árvores produtivas, 35 mil estão paradas sem sangria, porque falta mão de obra.
Há mais de 30 anos, a propriedade é ocupada por seringueiras que, no total, geram 33 empregos diretos, dentre eles, 27 são de sangradores, responsáveis pela extração do látex da árvore. O proprietário relata que, nas últimas duas safras, dez trabalhadores abandonaram o campo. O motivo? A baixa remuneração.
Ainda nesta propriedade, os donos já derrubaram oito mil árvores de seringueira. O que antes dava lugar a floresta de árvores nos dias de hoje é um pasto para gado de corte. A meta é derrubar mais 24 mil pés até o meio deste ano para colocar cana de açúcar no lugar.
Veja a reportagem exibida no programa em 04/02/2024:
Seringais do noroeste de São Paulo enfrentam falta de mão-de-obra
A estimativa da associação paulista que representa o setor (ABAPOR) é de que no noroeste paulista, que é responsável por 60% da produção nacional de borracha, tenha um déficit de pelo menos três mil sangradores. Hoje a região tem aproximadamente 20 mil trabalhadores nessa função. A escassez de mão de obra deve impactar a safra deste ano.
O proprietário de duas fazendas da região de Mirassol busca mão de obra de sangradores em outros estados. As duas propriedades possuem seringueiras e estão com pelo menos 10 vagas para a função em aberto. Os trabalhadores recebem 40% do faturamento e podem morar nas fazendas sem custo de aluguel, água e luz. Mesmo assim, o produtor rural relata dificuldade em encontrar quem aceite a vaga.
Em busca de amenizar o impacto da falta de mão de obra, o produtor rural resolveu investir em tecnologia: um robô instalado no tronco da seringueira é programado para fazer a sangria automatizada. O aparelho está em fase de teste, mas tem apresentado bons resultados, de acordo com o produtor rural. O desafio é baratear o equipamento, que hoje tem um custo de R$ 229.
O governo adotou algumas medidas para valorizar a matéria-prima nacional e elevar os preços pagos aos produtores, dentre elas a política de subsídio, que fixa o preço mínimo em R$ 4,30 pelo quilo do coágulo virgem, e o aumento da alíquota de importação de 3,2% para 10,8%.
Quem tira o sustento da borracha garante que as medidas não aliviaram a crise. Sangrador há 20 anos, Marivaldo relata que, em todo esse tempo, nunca passou por uma fase tão ruim quanto a dos dias de hoje.
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