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PM diz que vai abrir procedimento para apurar agressões contra morador de favela

G1 - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

02/02/2024 por Redação

Ação policial ocorreu durante operação contra o tráfico no Aglomerado da Serra. PM disse que suspeito tem passagens por roubo, lesão corporal, tráfico, furto, uso e consumo de drogas. Vídeo mostra abordagem agressiva da PM, no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte
O Comando de Policiamento da Capital (CPC) disse que instaurará procedimento apuratório para esclarecer a abordagem em que três PMs agridem Walisson Braz dos Santos, de 34 anos, morador do Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, no último domingo (28) (veja vídeo acima).
A Polícia Militar de Minas Gerais reforça seu compromisso com a segurança pública no combate incessante ao crime, e na demonstração de total lisura e transparência dos seus atos, ainda instaurará procedimento apuratório para averiguar as versões da defesa suscitadas na demanda, disse a corporação.
Ainda segundo a Polícia Militar, além da prisão do homem e da apreensão dos materiais, foi constatado que ele tem registros por roubo, lesão corporal, tráfico, furto, uso e consumo de drogas.
As agressões
Walisson Braz dos Santos denuncia que foi agredido durante abordagem da PM. Vídeos gravados por testemunhas mostram o momento em que ele é imobilizado por três policiais e recebe vários socos na cabeça.
Walisson foi abordado durante operação contra o tráfico de drogas na região da comunidade. A defesa dele negou qualquer envolvimento com o crime e afirmou que o homem estava a caminho de um açougue para comprar carne quando foi parado pela PM. Já a polícia diz que ele era foragido da Justiça e resistiu à prisão (veja resposta abaixo).
A ação policial deixou ferimentos em várias partes do corpo. Alguns dentes também foram quebrados.
Fotos mostram dentes quebrados e hematomas pelo corpo do homem abordado por PM no Aglomerado da Serra
Arquivo Pessoal
Segundo o advogado Samuel Ceraso, ele foi preso e passou por uma audiência de custódia na última terça-feira (30). As imagens foram apresentadas à Justiça.
A juíza ficou perplexa, tendo em vista que, nas imagens, é possível constatarmos que, mesmo sem apresentar resistência alguma e aparentemente inconsciente, os policiais continuaram a agredi-lo com socos, cotoveladas na face, chutes na costela. Por isso, o judiciário concedeu liberdade provisória e expediu o alvará de soltura, tendo em vista a violência policial na abordagem, explicou.
De acordo com a defesa, apesar de ter recebido liberdade provisória, o homem não foi solto, porque cumpria pena, em regime semiaberto, por um furto cometido em 2013. Ele teria descumprido algumas medidas cautelares desde então e, por isso, havia um mandado de prisão em aberto.
Ainda conforme o advogado, a Justiça intimou a Promotoria de Defesa dos Direitos Humanos de BH e a Corregedoria da Polícia Militar para conhecimento dos vídeos e a devida apuração do caso.
Nesse momento a defesa acompanha a adoção das providências cabíveis pelos órgãos competentes, e pleiteará, junto à Corregedoria da PM, o afastamento imediato das ruas dos policiais envolvidos no caso, afirmou o advogado.
O que diz a Polícia Militar
De acordo com o boletim de ocorrência da PM, o homem que aparece nas imagens estaria trabalhando para o tráfico e não teria respeitado a ordem de parada da motocicleta. Ainda segundo o documento, ele teria resistido à prisão e entrou em luta corporal com os policiais.
Depois de rendido, os militares encontraram uma sacola com drogas, dinheiro e um radiocomunicador. Próximo à moto, também havia uma arma com numeração raspada.
Além da prisão do suspeito, foram apreendidos entorpecentes, arma de fogo e munições, segundo a PM
Divulgação/PMMG
O que diz a Sejusp
Também em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que Walisson Braz dos Santos está atualmente no Ceresp Gameleira, desde o dia 29 de janeiro. Ele cumpre pena no regime fechado. O mandado de soltura foi expedido no dia 30, mas até a conclusão desta reportagem, o presídio não tinha sido notificado.
Segundo a Sejusp, ele tem seis passagens anteriores. A última de 2018 a 2020. Desta data até setembro de 2021, ele cumpria prisão domiciliar com monitoração eletrônica expedida pela Justiça. Walisson descumpriu a ordem judicial e era considerado foragido desde então.
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