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Dallas aposta em final da Copa do Mundo 2026 na cidade: "Prontos há anos"

globoesporte.com - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

02/02/2024 por Redação

Dono de clube local, Dan Hunt estima mais US$ 300 milhões em melhorias no já moderno AT&T Stadium e reitera otimismo para receber decisão. Fifa anuncia neste domingo tabela do Mundial Dan Hunt é um americano apaixonado por futebol desde menino, quando seu pai, Lamar Hunt, resolveu fundar uma equipe de soccer em Dallas, no Texas. Ao herdar os negócios do pai e tomar as rédeas do FC Dallas, time da MLS, Dan liderou a candidatura de sua cidade para, além de sediar a Copa do Mundo de 2026, tentar ser palco da grande final do evento. Ele espera receber essa notícia no próximo domingo.
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A Fifa anuncia no próximo dia 5, a partir de 17h (horário de Brasília), o calendário da próxima Copa do Mundo. A entidade vai revelar qual cidade será sede da decisão do torneio. Estão também no páreo Los Angeles e Nova York/Nova Jersey, com o estádio do MetLife.
Na semana que antecede o anúncio da Fifa, o ge entrevistou com exclusividade o Manda-Chuva do FC Dallas e da candidatura da cidade para abrigar o jogo mais importante do calendário do futebol no mundo. Dan Hunt se mostrou otimista e se apoia no impressionante e moderno AT&T Stadium. Mas respeita as outras candidaturas.
Hunt também revelou que pretende sediar oito jogos em Dallas e explicou por que sua cidade texana pode superar potências econômicas e culturais como Los Angeles e Nova York.
AT&T Stadium, em Dallas, recebeu um Barcelona x Real Madrid na pré-temporada de 2023/24
Kevin Langley/Icon Sportswire via Getty Images
ge: A cidade de Dallas tem sido muito falada como uma das favoritas para sediar a final da Copa do Mundo de 2026. Como tem sido esse processo de preparação para o evento? Está otimista?
Dan Hunt: Tem sido uma jornada muito interessante, porque não sabemos nada a mais do que há de oficial. Vemos parte da mídia dizendo aqui que vai ser em Dallas a final da próxima Copa, outras pessoas dizendo que pode ser em Los Angeles e houve um barulho forte sobre Nova York há algumas semanas. Claro, estamos fazendo nosso trabalho por aqui, em contato permanente com a Fifa, e sinceramente: Tem sido uma enorme honra só participar desse processo de escolha para a final. Até aqui fizemos absolutamente tudo que esteve em nosso alcance para colocar a cidade de Dallas na melhor situação para a escolha. Nova York e Los Angeles estão fazendo um grande trabalho em tentar ser palco da final da Copa e também estou acompanhando de perto a preparação de Kansas City porque o meu irmão é o responsável pela organização por lá e estão fazendo tudo muito bem. Minha esperança é que a Fifa reconheça a icônica história do Estádio de Dallas. Fui às últimas dez finais de Copa do Mundo e quando você entra em um estádio assim, que carrega o legado de toda uma história e também conta com modernizações, é incrível.
O nosso estádio (AT&T Stadium) é um palco para as novas gerações, e ainda iremos investir mais 300 milhões de dólares em melhorias até a Copa do Mundo começar. E se o estádio já é espetacular, ainda haverá esse outro grande salto até o evento.
– Tem sido um ótimo processo, estamos muito honrados com essa chance. Em 1994 por exemplo, os Estados Unidos não estavam preparados totalmente para receber o evento e mesmo assim foi algo incrível. Meu jogo preferido daquela copa foi Brasil x Holanda, nas quartas de final, aqui em Dallas no Cotton Bowl. Aquele foi um dos grandes jogos da história do esporte, q qualidade do futebol jogado. E foi uma recompensa para mim, porque admiro muito o futebol brasileiro e fiquei devastado quando vi ao vivo em 1986, em Guadalajara, o Brasil perdendo para a França nos pênaltis. Eu estava atrás do gol vendo as cobranças de pênaltis. E minha família sempre admirou muito o futebol brasileiro. O número de jogadores talentosos no Brasil é incrível, ainda hoje e para as próximas gerações. Sei que a seleção brasileira não está vivendo o melhor momento possível nas eliminatórias para a Copa do Mundo, mas tenho certeza que vão e acertar e estarão por aqui em 2026.
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Para receber uma final de Copa do Mundo, a infraestrutura da cidade sede precisa estar preparada. Quais são as credenciais de Dallas para provar para a Fifa que pode abrigar a partida mais importante do universo do mundo?
– A cidade de Dallas já está pronta, preparada. Estamos preparados há muitos anos. Essa é uma grande diferença para a última Copa, no Catar. Eles fizeram um ótimo trabalho, tudo era tão novo por lá, os estádios magníficos, com um ótimo aeroporto em Doha. E eles tiveram que construir muitas estruturas para o torneio. O próprio Brasil teve que fazer isso quando foi sede em 2014. Enquanto isso já estamos preparados faz tempo e lembrando: nosso Estádio ainda completará 300 milhões de dólares em investimentos de melhorias até o início da Copa de 2026. Além disso, temos dois aeroportos internacionais que ligam o mundo inteiro e outros aeroportos menores para voos nacionais que ligam todo o país. E também queremos usar nossas instalações e centros de treinamento para receber as principais seleções do mundo na preparação para a Copa. Seria uma honra enorme receber a seleção brasileira aqui em nossas instalações para esses treinos antes da Copa. E além das instalações do nosso futebol profissional, também temos toda a estrutura de algumas universidades com complexos esportivos preparados para receber as delegações do mundo inteiro. Também temos uma rede hoteleira com hotéis de luxo e também para todos os perfis por preços bem mais baratos que em outros centros dos Estados Unidos. E essa é uma cidade de custo de vida bem baixo, o que faz tanta gente querer se mudar aqui para o Texas e especificamente aqui para Dallas. Ou seja: estaremos prontos e na verdade já estamos prontos para a Copa do Mundo.
Você e sua equipe do Comitê Organizador da cidade sustentam o argumento de que Dallas tem o melhor estádio da próxima Copa. Pode nos explicar por que essa arena é tão especial?
Os argumentos a favor de nosso estádio são bem simples. Estamos falando de um palco de maior rentabilidade econômica de todo o universo esportivo, em todas as modalidades e tem sediado mais eventos de grande porte do que qualquer outra arena.
– O estádio AT&T tem simplesmente 308 suítes de camarotes. O segundo estádio nessa estatística tem 260 camarotes. E sabemos que vamos perder alguns assentos com as adaptações que precisaremos fazer para a Fifa, assim como o MetLife Stadium (Nova Jersey) e todos os outros também vão precisar fazer, mas ainda teremos a chance de ser a maior sede, com a maior capacidade de público de toda a Copa do Mundo 2026. A capacidade vai ser algo em torno de pouco mais de 90 mil torcedores. Para os jogos do Dallas Cowboys, eles dizem que podem abrigar até 100 mil torcedores, mas imaginamos que nas mudanças da Fifa vamos perder no mínimo 2 mil assentos. Nós ainda estamos esperando da Fifa a especificação correta das medidas do campo e das demais áreas do estádio para saber qual será nossa capacidade exata.
Dan Hunt, dono do FC Dallas e responsável pela candidatura da cidade para Copa do Mundo 2026
Omar Vega/Getty Images
Dallas possui uma forte cultura esportiva na cidade. Vemos o Dallas Cowboys (NFL), o Dallas Mavericks (NBA), mas também uma tradição no futebol. Como é a cultura do torcedor de futebol m Dallas?
– Dallas é uma cidade global. E isso é único, porque não é uma uma cidade portuária. E existe uma estatística que diz que no ano de 2100, Dallas pode se tornar a cidade mais populosa dos Estados Unidos se seguir esse crescimento e isso é espantoso e à medida em que a cidade vai crescendo, tudo vai crescendo. E essa história do futebol por aqui vem da minha família. Meu pai se apaixonou pelo futebol na década de 1960 e foi com minha mãe ver a final de 1966 e depois criou o Dallas Tornado, time que jogou contra o Cosmos de Pelé. E a jornada do futebol em Dallas também é de formador de atletas. Se você olhar quantos jogadores das nossas divisões de base nós produzimos para a seleção americana, vai ver a força do projeto. Somado a isso, temos uma universidade com ótimo time de futebol e o nosso time profissional que surgiu logo após a Copa de 1994 e hoje é o nosso FC Dallas. Se olharmos para a cultura da cidade, temos um ambiente diverso e global. Com enorme comunidade de descendentes de mexicanos e de países da América Central e para a maioria dessas pessoas, o futebol é o esporte principal.
Vocês possuem outras ambições nessa Copa do Mundo para além da disputa em sediar a grande final?
– Claro. O torneio terá 104 partidas, 48 times, a maior Copa do Mundo de todos os tempos. E achei espetacular por parte da Fifa o novo formato de grupos, pois eles reconheceram o drama da última partida da fase de grupos para a classificação, então teremos 12 grupos com quatro seleções cada e assim teremos grandes jogos. E nossa expectativa em Dallas é sediar oito partidas. Além, é claro, de tentar ser o palco da final, nessa disputa com Los Angeles e Nova York, e claro quer seria uma enorme honra sediar a final, mas também gostaríamos de ter outra partida na fase mata-mata. E também sabemos da importância dos outros países sedes como México, com toda a tradição e o Canadá, que disputou a última Copa e foi um sucesso de repercussão por lá. Os mercados deles também estão muito preparados para a próxima Copa.
Como foram esses anos de preparação de Dallas até o momento da escolha da sede final da Copa, neste domingo, dia 5 de fevereiro?
– Esse tem sido um trabalho de seis anos da minha vida. E claro que a pandemia interrompeu alguns processos da Copa do Mundo pra nós, com algumas consequências até devastadoras, mas tem sido um período de muito trabalho e sou muito grato por todo o trabalho de minha equipe no FC Dallas, que trabalha há anos incessantemente. E também temos o apoio de Jerry (Jones), dono do Dallas Cowboys (NFL), um amigo de longa data que tem ajudado demais em toda essa preparação. Nunca vi Jerry tão envolvido em algum projeto que não fosse diretamente o seu time o Dallas Cowboys. Tenho certeza que ele (Jerry Jones) está encarando a missão de levar a final da Copa do Mundo para Dallas como uma grande parte do legado que ele deixará para o esporte. E para mim, pessoalmente, essa nossa candidatura para sermos palco da final da Copa tem um gostinho especial para mim, porque meu pai foi o responsável pela sede de Dallas na Copa de 1994 aqui nos Estados Unidos. E só por continuar esse legado da minha família é motivo de honra e orgulho.
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Infoesporte/ge.globo

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