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Polícia prende família suspeita de furtar R$ 1,1 mi em remédios de farmácia do estado em Campinas

G1 - com informações do G1

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Com informações do G1

05/01/2024 por Redação

Funcionário do Departamento Regional de Saúde, mulher e enteada dele teriam participado do crime. Marido da enteada é procurado e seria responsável por encontrar receptadores, diz Polícia Civil. Coletiva de imprensa sobre o caso foi realizada na sede do Deinter-2, em Campinas
João Gabriel Alvarenga/g1
A Polícia Civil de Campinas (SP) prendeu, nesta sexta-feira (5), um funcionário do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Campinas, a mulher e a enteada dele. Os três são suspeitos participar do furto de 79 caixas de um medicamento contra o câncer que estavam na farmácia da unidade.
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👥 Além dos três presos, o marido da enteada é procurado por suspeita de participação no crime. Em coletiva de imprensa realizada nesta sexta, a Polícia Civil detalhou que a ação ocorreu da seguinte forma:
O medicamento foi furtado pelo funcionário, de 61 anos;
A mulher, de 60 anos, e a enteada dele, de 35, guardaram e despacharam as caixas;
O marido da enteada, por sua vez, era responsável por encontrar receptadores.
Cada caixa do pembrolizumabe custou aos cofres do governo de São Paulo R$ 14.401,35, totalizando R$ 1.137.706,65. O medicamento é considerado ultramoderno pelos oncologistas e com uso em vários de cânceres.
O furto do medicamento contra o câncer foi comunicado à Polícia Civil nesta quinta-feira (4) por uma diretora do DRS. O remédio estava em uma geladeira.
👉 Ainda de acordo com a Polícia Civil, a suspeita é de que uma parte da carga tenha sido enviada para Vitória (ES). Uma caixa de isopor foi apreendida na cidade espírito-santense e será trazida para Campinas.
Os suspeitos vão responder por receptação qualificada, participação em organização criminosa e falsificação de medicamentos.
Pembrolizumabe é imunoterápico ultramoderno, diz oncologista
Arquivo pessoal
Câmeras não estavam funcionando
Segundo o boletim de ocorrência, os funcionários da farmácia do estado perceberam o furto na geladeira da unidade no dia 27 de dezembro. A representante do estado disse à polícia que no local existem duas câmeras de segurança, porém uma estava desligada e a outra desfocada.
“Por fim relata [a representante] que não existem danos nas portas ou qualquer vestígios de arrombamento, que o local possui outras câmeras instaladas, bem como equipe de segurança e controle de acesso”, diz trecho do BO.
O que diz a secretaria estadual de Saúde?
O g1 procurou a Secretaria Estadual de Saúde para saber por que a pasta demorou oito dias para registrar o caso na Polícia Civil e também se havia falhas na segurança no momento do crime.
Em nota, a pasta se limitou a dizer que, “assim que teve conhecimento de que se tratava de um furto, tomou todas as providências cabíveis, incluindo o registro do Boletim de Ocorrência e a abertura de um novo processo licitatório para a aquisição dos medicamentos”.
O DRS também fará o remanejamento do item de outras regiões para suprir a demanda. O local possui controle de entrada e saída de pessoas 24 horas e câmeras de segurança, cujas imagens foram fornecidas à polícia. O DRS está colaborando com as investigações para que as circunstâncias do caso sejam esclarecidas, diz a nota.
Remédio contra câncer de R$ 1,1 milhão é furtado em farmácia do estado em Campinas
Medicamento ultramoderno
O pembrolizumabe é um imunoterápico ultramoderno usado contra vários tipos de cânceres, como o de pulmão, pele, laringe, faringe, estômago e bexiga.
Ao g1, o médico oncologista Fernando Medina, diretor técnico do Centro de Oncologia de Campinas (COC), explicou que o Pembrolizumabe é uma injeção imunoterápica aplicada em clínicas de oncologia ou hospitais.
Ele é o medicamento de maior eficácia contra vários tipos de tumores. Ele é o hoje o carro-chefe da imunoterapia, explicou Medina.
Segundo o oncologista, o pembrolizumabe é um tratamento ultramoderno. Instituído nos últimos dez anos no Brasil, ele estimula o sistema imunológico a atacar as células cancerígenas. Sem o remédio, pacientes podem ter prejuízos no tratamento, diz o médico.
Hoje o único tratamento para o câncer melanoma metastático, que é um câncer de pele, é feito através da imunoterapia. E, dentre as imunoterapias, a primeira linha de tratamento é com o pembrolizumabe, ou seja, não tendo esse remédio o paciente fica praticamente sem tratamento.
Departamento Regional de Saúde 7 (DRS-7), em Campinas
Reprodução/EPTV
Ainda fora do SUS
Apesar da eficácia, Medina relatou que é um medicamento que ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), por isso, acredita que as caixas furtadas da farmácia do estado eram de pacientes que conseguiram o remédio por conta de ordens judiciais.
O pembrolizumabe é um medicamento de altíssimo custo. No Brasil, o preço dele varia de R$ 16 mil a R$ 24 mil por caixa. E, geralmente, o paciente precisa tomar duas injeções a cada 21 dias, dependendo da dose e do peso, detalhou.
Medina explicou que o pembrolizumabe depende de armazenamento em geladeiras, por isso, teme que, quem “compre” esses remédios no mercado paralelo, não o encontre com a eficácia necessária para o tratamento.
O que eu fico mais preocupado é com o indivíduo que vai comprar esse remédio furtado pela metade do preço e não sabe se o medicamento foi armazenado adequadamente.
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