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Licença cassada e fuga de fiscalização: Saiba quem é o piloto de helicóptero que desapareceu em SP

G1 - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

02/01/2024 por Redação

O g1 apurou que Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos, estava pilotando o helicóptero que está desaparecido desde o último domingo (31). Ele já teve a licença de voo cassada e recuperou há menos de três meses. Piloto Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos.
Reprodução/Redes sociais
O piloto Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos, é uma das quatro pessoas que estão desaparecidas após o helicóptero que ele estava comandando perder contato com a torre e sumir no último domingo (31), a caminho do Litoral Norte de São Paulo. Nenhum órgão oficial divulgou a identidade do piloto, no entanto, a informação foi apurada pelo g1.
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De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Cassiano tem um histórico ruim. A Anac informou que o piloto chegou a ser pego em flagrante em uma ação de fiscalização no aeroporto Campo de Marte, em 2019, no qual piloto chegou a jogar o helicóptero que comandava contra um servidor da Anac, que realizava a fiscalização no local - a defesa de Cassiano contesta a informação, confira nota completa mais abaixo.
Em setembro de 2021, a diretoria da Anac cassou a habilitação dele. O órgão afirma que houve caso de conduta grave de fraude por parte de Cassiano, irregularidade que resultou na pena máxima de cassação.
Buscas por helicóptero que desapareceu quando vinha para o litoral norte
Para a Anac, cassar a habilitação para voar é a pena mais grave dentro da ação administrativa do órgão regulador, é a punição máxima que se pode aplicar. A Anac alega que tem a cassação como forma pedagógica para que a pessoa não repita a má conduta.
Quando cassado, o piloto fica dois anos sem histórico na aviação, tendo que refazer todos os cursos formativos. Dessa forma, ele perde o registro de voo e precisa começar do zero para retomar a licença.
Após a cassação, a Anac informou que Cassiano tentou recorrer na Justiça, no entanto, o juiz negou o pedido para devolução da licença, considerando que o piloto tinha indícios de condutas graves que prejudicam a segurança operacional.
Em áudios, piloto relatou dificuldades em voo antes de helicóptero desaparecer em SP
A cassação de Cassiano chegou ao fim em outubro de 2023, mês que Cassiano fez os cursos necessários, pediu nova licença e foi contemplado com uma nova licença, já que seguiu todos os protocolos impostos pela Anac.
Mesmo com a permissão para voar, Cassiano Teodoro não tem autorização pra fazer voo remunerado, que seria o táxi aéreo, que no caso dele, classificaria como Transporte Aéreo Clandestino (TACA).
No voo que acabou com o desaparecimento da aeronave e dos quatro ocupantes no litoral de São Paulo, ainda não há informações se era ou não realizado um transporte remunerado. O caso será investigado pela Anac.
O helicóptero que Cassiano usou na viagem que tinha como destino Ilhabela, também não possui permissão para fazer voo remunerado.
Modelo do helicóptero similar ao que desapareceu no Litoral Norte de SP
Divulgação
Até a publicação desta reportagem, Cassiano Teodoro e os três passageiros que estavam com ele no helicóptero continuavam desaparecidos. A Força Aérea Brasileira, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros estão fazendo buscas para achar pistas sobre o paradeiro do grupo.
Em 2020, um helicóptero que Cassiano pilotava fez um pouso de emergência na laje de um edifício comercial na Avenida Brigadeiro Faria Lima, no Itaim Bibi, Zona Sul de São Paulo. A aeronave sofreu uma falha mecânica, mas os tripulantes não se feriram e o prédio não sofreu danos.
No caso do desaparecimento da aeronave no litoral, o g1 teve acesso a novas mensagens cedidas pela família de Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, jovem que está desaparecida com o grupo. Na conversa com o namorado, ela conta que o helicóptero chegou a fazer um pouso de emergência antes de retomar o voo e perderem contato. Saiba mais clicando aqui.
Aeronave da Força Aérea faz buscas por helicóptero com 4 pessoas que saiu de SP e desapareceu a caminho do Litoral Norte.
Divulgação/FAB
O que diz a defesa de Cassiano
Por meio de nota, a advogada Érica Zandoná, que representa o piloto Cassiano Tete Teodoro, informou que em relação ao processo ao qual apurou suposta irregularidade em 2019 e acabou com a cassação da licença do piloto, houve uma confusão, na qual Cassiano não conseguiu identificar o agente.
Segundo ela, na data ele tinha recebido liberação para iniciar o voo, deu início ao procedimento de partida, mas que “no momento em que estava realizando o procedimento, surgiram duas pessoas, sem qualquer identificação visível, acenando para o piloto”.
A advogada afirma que os agentes estavam sem colete da Anac, dificultando que fossem visualizados pelo piloto. Ainda segundo ela, “o surgimento de pessoas na pista, após o acionamento da aeronave, sobressaltou o piloto, pelo temor de acidente, motivo pelo qual achou por bem optar pela decolagem”.
A advogada alega que somente depois descobriu que eram servidores da agência reguladora Anac que estavam no local em cumprimento à ação de fiscalização, com a intenção de realizarem abordagem à aeronave.
Após a tentativa de abordagem frustrada, a advogada confirmou que ele foi acusado de desobedecer a ordem de detenção para inspeção de rampa e o caso foi classificado como fuga da fiscalização pela Anac. Na época, Cassiano foi multado e teve a licença de voo cassada.
Por fim, a defesa de Cassiano informou que não vai comentar outras informações, até conversar com o cliente. A defesa disse também que “espera breve notícias de que todos os ocupantes do voo sejam encontrados a salvo”.
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Força Aérea faz buscas por helicóptero com 4 pessoas que saiu de SP e desapareceu a caminho do Litoral Norte
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Buscas
A Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou, na manhã desta terça-feira (2), o segundo dia de buscas pelo helicóptero com quatro ocupantes que desapareceu no último domingo (31), quando estava a caminho do Litoral Norte paulista.
As investigações iniciais apontam para a possibilidade de o helicóptero estar em alguma área entre a Serra do Mar, que é uma região de floresta densa do bioma Mata Atlântica, e Caraguatatuba (SP), cidade vizinha ao arquipélago de Ilhabela.
Força Aérea faz buscas por helicóptero com 4 pessoas que saiu de SP e desapareceu a caminho do Litoral Norte.
Arte/g1
É entre o trecho de Serra em Paraibuna (SP) e do município de Caraguatatuba onde a FAB concentra as buscas.
Até o momento, somente a Força Aérea Brasileira (FAB) está responsável pelas buscas. O órgão usa um avião para procurar pelo helicóptero.
O modelo da aeronave usada pela FAB é o SC-105 Amazonas, que é tido como moderno e especializado para cumprir missões de busca e salvamento. As buscas iniciam ao amanhecer e são encerradas no fim do dia.
Modelo do helicóptero similar ao que desapareceu no Litoral Norte de SP
Divulgação
Desaparecimento
A aeronave saiu de São Paulo (SP) com destino a Ilhabela (SP), mas perdeu o contato com as torres de comando.
De acordo com a Polícia Militar, que deu apoio nas buscas, a aeronave desaparecida saiu do aeroporto de Campo de Marte, em São Paulo, no domingo (31), por volta das 13h15, com destino a Ilhabela.
O g1 apurou com familiares que os passageiros do helicóptero são: Luciana Rodzewics, de 45 anos; a filha dela, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20 anos; e o terceiro passageiro é o Rafael Torres, um amigo da família que fez o convite para o passeio. A identidade do piloto não foi divulgada pela FAB.
Luciana Rodzewics, de 45 anos; a filha dela, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20 anos estavam na aeronave.
Arquivo pessoal
Ao g1, a irmã da passageira Luciana informou que eles planejavam fazer um bate-volta para Ilhabela. Ela alega que Rafael é amigo do piloto e convidou a Luciana e a filha para esse passeio. Não era, segundo ela, um passeio contratado.
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Às 22h40, foi gerado um alerta para o Comando de Aviação e para o Corpo de Bombeiros, já que não havia registro de pouso da aeronave ou possibilidade de contato com o piloto.
O helicóptero que desapareceu possui o prefixo PRHDB, modelo Robson 44, e é pintado de cinza e preto.
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