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Alto Tietê preserva coleção de micro-orquídeas que é única em toda a América Latina

G1 - com informações do G1

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Com informações do G1

27/12/2023 por Redação

O orquidófilo, Masuji Kayazima, pesquisa as flores há décadas e resgata as plantas que morreriam, sem cuidados, na natureza. Milhares delas foram salvas e catalogadas. Orquidófilo resgata plantas na região do Alto Tietê
Um universo que para ser apreciado precisa de um olhar apurado. Esse é o mundo da micro-orquídeas. Nele, as cores e formas só aparecem com a ajuda de uma lupa. O dono de uma coleção única em toda a América Latina, e que fica em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, é Masuji Kayazima, pesquisador e orquidófilo.
A primeira vez que ele teve contato com uma dessas nem fazia ideia de que realmente aquela flor pequenininha era uma orquídea.
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“Eu tinha flores grandes, mas não sabia que existia essa micro. Eu pegava aquilo, trazia para casa, mas não sabia cultivar, não tinha literatura, não tinha quem ensinasse e acabava matando. Aí, o que eu fiz? Comecei a observar mais na natureza”, contou Masuji.
Pesquisas e cuidados promovidos por Masuji têm preservado diversas espécies
Alessandro Batata/TV Diário
Até entender a dinâmica do manejo das micro-orquídeas levou tempo. Aliás, ele ainda segue aprendendo.
“A cultura dela é muito difícil. Não é porque cultiva orquídea, é orquidófilo, que vai conseguir com a micro. A melhor coisa que tem que pesquisar é o ambiente, esse não tem como. Ela precisa de ambiente úmido e sombreado, mas não de muita sombra também. Aí que fui percebendo. Eu não deixava no lugar certo, achava que era a mesma coisa que as orquídeas maiores. E fui aprendendo”, disse.
O orquidário particular de Masuji é aberto para visitas turísticas e hoje conta com quatro mil espécies que ele cuida pessoalmente todos os dias.
Para conseguir ver mais detalhes das micro-orquídeas são necessárias lentes de aumento
Alessandro Batata/TV Diário
“Muito difícil de enxergar, mas é coisa linda, nossa. Não esperava uma coisa assim tão bonita”, comentou a aposentada Marilena Tango, após uma visita que fez à coleção de Masuji.
Também no local, a aposentada Milze Hirata ficou encantada com as micro-orquídeas. “Eu já conhecia, porque fui a feiras, me mostraram, apresentaram, mas nessa quantidade eu nunca tinha visto. E o ambiente é delicioso, faz um bem para gente”.
Salvando as flores
Pra entender melhor como Msuji encontrou essas micro-orquídeas, ao longo desses cinquenta anos, a reportagem visitou o Parque Estadual Serra do Mar Núcleo Padre Doria, em Salesópolis. Foi lá que o pesquisador se deparou com as plantas que tem agora no sítio em Mogi das Cruzes. O que antes era um processo bem informal, agora conta com um projeto todo regularizado.
Beleza das pequenas flores está sendo preservada em Mogi e também em Salesópolis
Alessandro Batata/TV Diário
No jardim secreto das orquídeas existe um espaço destinado exclusivamente para elas e, claro, para as versões micro também. O projeto foi pensado depois que o núcleo que administra o parque encontrou Masuji, sozinho, tentando salvar as flores.
“Veio a ideia de criar, então, os jardins secretos da Mata Atlântica. O senhor Masuji fazia tudo sozinho, estava sempre amarrando as fitinhas e falava que precisávamos montar uma equipe. Nessa que juntamos, então, monitores, vigilantes e os amigos dele, todos que têm o dom e gostam da natureza, e criamos o grupo Preservadores da Natureza e, com isso, toda vez que chove, tem tempestade, a equipe toda vem e faz um trabalho maravilhoso de resgate”, explicou a gestora do Núcleo Padre Doria, Ana Lúcia Wuo.
Agora é assim: em vez de levar para casa para depois devolver à natureza, todo o trabalho é feito lá mesmo, na mata. Os resgates resultaram em três mil espécies identificadas, snedo que todas elas foram catalogadas e vão ajudar na coleta de dados pra um banco genético.
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