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Mãe de criança citada em conversa de funcionárias de creche alvo de investigação por maus-tratos diz que filho faz acompanh

G1 - com informações do G1

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Com informações do G1

24/12/2023 por Redação

Mãe da criança explica que o filho, de 3 anos, reproduz os traumas sofridos na creche e que, embora esteja estudando em uma nova escola, ainda sofre com dificuldades para aceitar a companhia de mulheres ao seu redor. Print mostra conversa de dona e funcionárias de creche investigada por maus-tratos a alunos
Reprodução/WhatsApp
A mãe da criança citada em uma conversa entre a dona e funcionárias de uma creche em Campo Limpo Paulista (SP), investigada por lesão corporal e maus-tratos a alunos, contou que o filho iniciou tratamento psicológico e fará acompanhamento com um neurologista por conta dos traumas vividos na unidade escolar.
Ao g1, a advogada Luciana Belgini explica que o menino, de três anos, reproduz os traumas sofridos na creche e que, embora esteja estudando em uma nova escola, ainda sofre com dificuldades para aceitar a companhia de mulheres ao seu redor.
Ela conta que os traumas ficaram visíveis após notar o comportamento do filho com uma profissional contratada para brincar com ele aos fins de semana. Segundo a mãe, o menino tenta se defender de qualquer possível agressão, mesmo que a intenção da profissional seja apenas entretê-lo.
Uma mulher tipo 16, até uns 20 anos, que é a idade que as professoras [da creche tinham]. Ele não aceita [...] Então, assim, eu percebi, são essas atitudes que ele está tendo. Não aceitar a mulher nova, se desobedecer, ele vai para a agressividade com mulheres adultas. Com crianças, ele não é de agressividade, mas eu percebi, assim, que ele se defende muito com mulher, relata.
Print recebido
Segundo Luciana, o print da conversa entre as profissionais a respeito de seu filho foi recebido enquanto ela estava na delegacia para depor sobre o caso.
Eu não acreditava no que eu estava vendo. Naquele momento, a minha vista escureceu, o chão abriu, essa foi bem a minha sensação na hora. Aquilo ali acabou comigo, porque eu comecei a chorar, mas eu chorava porque ninguém me consolava. E isso passou na mão de todos os policiais, passou na mão do delegado, passou na mão de todo mundo que você podia imaginar naquela delegacia, inicia.
Ficavam assim: calma, doutora. Eu falei eu não sou doutora, eu sou mãe. Eu estou aqui como mãe. Mas, assim, aquele dia lá acabou comigo. Acabou, acabou assim de uma maneira que até hoje, se eu toco no assunto, me dói muito. Porque como é que eu não percebi que meu filho estava nesse inferno? Porque ele não falava. Ele não falava, lamenta.
Na troca de mensagens, a dona da creche particular chama o filho de Luciana de menino mal educado. Em seguida, diz que tem vontade de esfregar a cara dele no chão. Uma funcionária que seria a professora da criança responde dizendo que a atitude sujaria o chão, e a proprietária da unidade concorda (leia acima).
Em nota enviada para a TV TEM, a proprietária da escola disse que a conversa era sobre a mãe do garoto, que, segundo ela, importunava os funcionários, mas que, sem querer, a criança foi citada na hora de digitar.
Inquérito instaurado
Um inquérito foi instaurado pela Polícia Civil para apurar as denúncias. Pelo menos quatro mães de alunos da creche prestaram depoimento até terça-feira (19). Funcionários da instituição também serão ouvidos na delegacia. Nos boletins de ocorrência, constam acusações como puxões de cabelo e xingamentos.
Duas mães também prestaram queixas dizendo que as crianças se machucaram na creche, sendo que uma delas quebrou o braço e precisou fazer cirurgia. Segundo ela, a direção da escola se negou a mostrar as imagens do circuito de segurança do parque da escola, dizendo que a câmera estava em manutenção.
O delegado Marcos Luchesi, responsável pela investigação, informou que está ouvindo as partes envolvidas e que a polícia aguarda laudos do Instituto Médico Legal (IML).
Em nota, a escola informou que as informações foram inventadas por uma funcionária que, até o momento, não retornou ao trabalho, a qual está sendo notificada pelo abandono de emprego.
A instituição também alegou que tem provas e testemunhos de mães e professores de que os fatos alegados não são verdadeiros.
A escola está contribuindo com as investigações e irá requerer as reparações cíveis e criminais face aos causadores dos danos, diz a nota.
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