Polícia Civil pediu prisão preventiva do servidor. Segundo investigação, analista prestava consultoria jurídica aos investigados. Operação investiga grupo suspeito de lavagem de dinheiro em Brazlândia, no DF
PCDF/Divulgação
A Polícia Civil pediu a prisão preventiva, nesta sexta-feira (22), de um analista do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) investigado por receber R$ 140 mil de um grupo suspeito de lavar dinheiro desviado do extinto sistema de bilhetagem DFTrans. Na quarta-feira (20), a corporação cumpriu nove mandados de prisão temporária e sete de busca e apreensão, em Brazlândia, contra suspeitos de participar do esquema (veja mais abaixo).
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Durante as buscas feitas na quarta, os investigadores encontraram documentos escondidos na laje da casa de um empresário suspeito de integrar a organização criminosa. Entre os recibos, os policiais encontraram diversos comprovantes de pagamentos para o analista do MPDFT, feitos entre 2017 e 2019.
Os valores foram transferidos para as contas da esposa e da mãe do analista. Além disso, os policiais também identificaram o pagamento de uma fatura de cartão de crédito do servidor.
Segundo a investigação, o analista prestava consultoria para a organização criminosa. Ele fazia as minutas e pedia para os advogados assinarem as peças, diz a Polícia Civil. O g1 aguarda resposta do Ministério Público.
Operação Old West
Na quarta, nove pessoas foram presas e sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Brazlândia. A operação é um desdobramento da operação Trickser que, em 2018 identificou condutas de corrupção e desvio milionários do antigo sistema de bilhetagem da capital. Segundo a apuração da 18ª Delegacia de Polícia, de Brazlândia, após a ação anterior, o grupo formou uma organização criminosa para lavar dinheiro e evitar bloqueios judiciais.
Segundo a investigação, a organzação era formada por pessoas da mesma família e contava com participação de laranjas. Além disso, há a suspeita da participação do analista do MPDFT.
De acordo com a Polícia Civil, após a operação Trickster, as empresas de um casal suspeito de estar à frente do esquema foram colocadas no nome de laranjas para que não houvesse bloqueios judiciais e para que as companhias continuassem prestando serviço para o governo do Distrito Federal e para prefeituras.
Lavagem de dinheiro
Os investigadores identificaram que o casal suspeito fazia transferências dos valores recebidos na contas empresariais para poupanças de filhos, parentes e amigos. Em seguida, os valores eram retirados e passados para outras empresas.
A ideia, segundo a polícia, era dissimular os valores ujos e evitar bloqueios judiciais. Entre as poupanças usadas pelos suspeitos, estavam a dos filhos que, à época da investigação, tinham 4 e 15 anos.
A polícia estima que o grupo tenha lavado R$ 31 milhões. Pelo menos 15 laranjas participavam do esquema.
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