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Análise: fim de ano com atuação apática e derrota justamente para Dorival simboliza o Flamengo 2023

globoesporte.com - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

07/12/2023 por Redação

Rubro-Negro joga como se estivesse cumprindo tabela, leva uma aula de vontade do São Paulo de seu ex-técnico e só alcança objetivo da vaga direta na Libertadores graças ao tropeço do Botafogo Justiça e futebol nem sempre caminham lado a lado. Mas talvez a temporada que chegou ao fim na última quarta-feira terminou da forma como o Flamengo merecia após um ano onde vacilou demais em jogos-chave, não ganhou nenhum título e trocou três vezes de treinador. Um deles, por ironia do destino, foi campeão em cima do ex-clube e coube a ele impor uma nova derrota ao Rubro-Negro na saideira de 2023: Dorival Júnior.
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A cobiçada classificação direta para a Conmebol Libertadores, que foi o que levou Tite a aceitar assumir o time na reta final do ano e vai permitir ao clube planejar 2024 com mais calma, foi alcançada com sucesso. Mas foi no limite: com a derrota por 1 a 0 para o São Paulo no Morumbi, o Flamengo só ficou com a última vaga do G-4 porque o Botafogo perdeu do Inter (e talvez o Alvinegro tenha merecido mais a Pré-Libertadores do que o Rubro-Negro).
Na contramão da vertiginosa queda de desempenho do Botafogo, o Flamengo vinha em evolução desde a chegada de Tite. Fez alguns jogos muito bons, como os 3 a 0 sobre o campeão Palmeiras no Maracanã, mas outros bem ruins, como os 3 a 0 para o Atlético-MG também no Maracanã. E ficou para a última partida de 2023 a sua pior apresentação na Era Tite.
Fabrício Bruno, Pedro e Bruno Henrique em São Paulo x Flamengo
Marcello Zambrana / AGIF
Na noite de quarta-feira, parecia até que os times tinham invertido os papéis: o Flamengo que cumpria tabela e o São Paulo que tinha pelo que lutar na rodada final do Campeonato Brasileiro. Enquanto os jogadores rubro-negros davam a impressão de que já estavam em ritmo de férias, eles tiveram uma aula de vontade dos adversários em campo, que mereciam até um placar maior (mais uma prova que justiça e futebol raramente andam juntos).
Para entrar mais a fundo no jogo, Tite não inventou: usou a base da equipe que melhor encaixou neste início de trabalho, só trocando o suspenso Léo Pereira por Pablo. Mas o Flamengo do Morumbi nem de longe lembrava o time da Era Tite. O meio de campo infértil e muito dependente de um apagado Arrascaeta; os pontas encaixotados na marcação (o técnico chegou até a inverter Cebolinha e Luiz Araújo de lado em vão); e um ataque que não conseguia reter a bola.
Arrascaeta esteve muito apagado em São Paulo x Flamengo
Marcelo Cortes/Flamengo
O primeiro tempo foi o auge da apatia do Flamengo: apenas 46% da posse de bola e duas finalizações, nenhuma com perigo, embora a chance de Pablo de cabeça aos 24 minutos era boa, mas ele cabeceou mal. Já o São Paulo deu cinco chutes e teve duas oportunidades de gol: desperdiçou uma, com Caio Paulista em finalização fraca aos 21, e aproveitou a outra, na conclusão certeira e de primeira de Luciano aos 25, desmontando a defesa rubro-negra.
Scout - São Paulo x Flamengo
Tite tentou acordar o time não só com uma dura no vestiário, mas também com substituições. Voltou do intervalo com Victor Hugo no lugar de Luiz Araújo, para preencher mais o meio de campo, e desfez o esquema com pontas de velocidade. Não demorou a colocar também Bruno Henrique na vaga de Gerson, deixando até o atacante no lado que mais gosta, o esquerdo, e deslocando Cebolinha para a direita. O Flamengo passou a ter mais a bola, no segundo tempo, mas criar, que é bom, nada.
Tite sabe que vai ter muito trabalho em 2024 no Flamengo
Marcelo Cortes/Flamengo
O São Paulo, fechadinho para os contra-ataques, continuava melhor e teve mais duas chances de matar o jogo em saídas rápidas. Uma aos oito minutos com Caio Paulista, mas Varela conseguiu uma grande recuperação e travou o chute na hora h. E outra aos 31 com Erison, que finalizou muito mal para fora. Enquanto isso, Tite tentava ter um ponta construtor com Everton Ribeiro no lugar de Cebolinha; tirou um zagueiro para colocar Allan e recuou Pulgar para a zaga; e pôs Wesley para dar mais amplitude pela direita. Nada funcionou.
O Flamengo até finalizou mais na etapa final (seis vezes), mas só teve mais uma chance de gol, novamente na bola aérea: Wesley cruzou, e Arrascaeta cabeceou mal aos 49 minutos. Tite minimizou na coletiva, mas é raro o time jogar bem quando o uruguaio está apagado. E pela segunda vez que o Rubro-Negro sai atrás do placar na Era Tite, não conseguiu ter poder de reação para sequer empatar (já havia sido assim na derrota por 3 a 0 para o Atlético-MG no Maracanã).
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Nessa mesma coletiva Tite contextualizou o momento para valorizar o todo. Argumentou que nessa reta final o Flamengo enfrentou todos os times que terminaram nas primeiras posições da tabela (exceto o Botafogo) e que nesses 12 jogos teve o mesmo aproveitamento de 61% do Palmeiras para ser campeão brasileiro. Mas a derrota no Morumbi na saideira de 2023 é o símbolo do que foi o ano rubro-negro. E o técnico sabe que terá muito trabalho pela frente em 2024.
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