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Internautas se unem para ajudar merendeira que vende marmitas em parada de ônibus para pagar tratamento contra o câncer

G1 - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

25/11/2023 por Redação

Leni Araújo teve um vídeo compartilhado na página Razões para Acreditar. Já foi arrecadado mais de R$ 68 mil para o tratamento: ‘preciso sobreviver’.
Merendeira vende marmitas em parada de ônibus para pagar tratamento contra câncer
É em uma parada de ônibus no bairro Joafra, em Rio Branco, que a merendeira Leni Araújo, de 53 anos, vende marmitas a R$ 10 para ajudar a pagar seu tratamento contra o câncer de mama, guerra que tem travado desde abril do ano passado. Foi nesse local que ela foi gravada pelo policial militar Derineudo de Souza e o vídeo foi parar no perfil do Vaquinha do Razões Para Acreditar - página que ajuda pessoas em todo o país. O vídeo de Leni atingiu mais de 218 mil reproduções e uma campanha para ajudá-la foi iniciada pelo grupo.
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Derineudo é conhecido por manter projetos sociais e também é representante do Razões para Acreditar no estado. O vídeo mostra ele chegando onde Leni está com um isopor vendendo as marmitas, questiona se ainda há muitas para vender, ela responde que apenas mais cinco.
Ela conta que está vendendo as marmitas para ajudar a pagar seu tratamento, que sai muito caro. Derineudo finge que vai comprar uma marmita, mas dá à mulher R$ 150 e uma mensagem de esperança. Leni ao ver o gesto se emociona, chora e agradece. O vídeo foi postado no dia 14 de novembro e uma vaquinha está aberta desde então. (Veja acima)
A meta era arrecadar R$ 60 mil para ajudar a merendeira, mas o valor já ultrapassou R$ 68 mil.
“O tratamento é realizado em outra cidade, em Porto Velho (RO). São 7 horas de viagens e tem época que precisam ficar meses por lá. São muitos custos que sozinhos não conseguem arcar. Por isso, a vaquinha é para ajudá-la nos custos do tratamento como transporte, estadia, alimentação e também com as marmitas, ela não quer parar de trabalhar”, diz a descrição da ajuda.
Para Leni, a repercussão foi e tem sido uma surpresa boa. Mesmo com todo apoio, ela lembra que essa luta contra a doença é solitária e saber que há tantas pessoas boas torcendo para que ela se recupere a ajuda a renovar as esperanças.
“Na verdade, como ele estava fardado de policial, me assustei quando ele chegou. Achei que ele ia mandar eu sair, porque sou ambulante e pensei que não poderia ficar mais lá. Pensei: ‘o que vou fazer?’ e decidi falar a verdade. Mas, nunca imaginei que ele estivesse gravando”, disse.
Leni abraça o policial Derineudo que a gravou vendendo as marmistas
Reprodução
‘Não sabia que tinha tanta gente boa’
Leni conta que não é muito ligada em redes sociais, não tem Instagram e também não conhecia o projeto de vaquinhas.
“Eu tô achando maravilhoso, não imaginava que ainda tinha tanta gente boa. Minha filha me mostra os comentários, que me ajudam bastante. A passagem do Derineudo na minha vida veio para acrescentar mesmo”, disse.
A merendeira conta que o dinheiro arrecadado vai ajudar muito no tratamento, mas destaca que o que quer mostrar é seu amor pela vida e provar que vai lutar até o fim contra a doença.
“A ideia é mostrar que, apesar do câncer a gente tá viva e precisa sobreviver, lutar, o câncer pode até me levar, mas eu vou lutar com ele, não vou entregar os pontos tão facilmente, era essa ideia que queria passar para as pessoas que estão passando pelo o que tô passando. O que vier depois disso já é maravilhoso, benção de Deus, tudo de bom. A gente precisa da ajuda financeira, mas a ideia principal é mostrar que a gente precisa lutar mesmo.”
Leni luta contra o câncer desde 2022 e faz tratamento em Rondônia
Arquivo pessoal
O tratamento
A merendeira conta que descobriu o câncer durante exames de rotina. No dia que ela foi fazer o preventivo, havia uma vaga para mamografia e, como ela já estava no hospital e havia a vaga, ela decidiu fazer o exame. O resultado viria algum tempo depois e Leni teve que recalcular a rota, mas sempre com muita fé.
“Fiz o exame de mamografia e a moça disse que ia me ligar em 60 dias, mas, se desse algo, ela ligaria antes. Em 20 dias, ela começou a ligar, mas jamais imaginei que fosse isso, na minha família não tenho casos de câncer de mama. Com dois meses voltei lá e recebi o resultado”, relembra.
A biopsia confirmou dois caroços malignos na mama. Ela fez cirurgia, tirou os dois caroços e agora aguarda uma vaga para começar a fazer a radioterapia. Ela se divide entre Rondônia e Acre porque faz o tratamento no estado vizinho.
Ela é merendeira do município e precisou se afastar por conta do tratamento, mas, conta que as coisas começaram a faltar em casa e, por isso, decidiu fazer as marmitas.
“Foi faltando as coisas em casa e eu tendo que viajar, já tinha vendido o que tinha que vender dentro de casa, não tem mais de onde sair. Mas, penso que estou viva e preciso sobreviver. Se eu fosse esperar a ajuda do governo ia demorar muito, por isso fui por conta própria para Rondônia porque eu precisava fazer tudo o mais rápido possível.”
Leni se emociona ao receber ajuda em vídeo
Reprodução
VÍDEOS: g1

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