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Foragidos de operação contra pirâmide financeira agiam no marketing e definiam até o que os golpistas tinham que vestir

G1 - com informações do G1

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Com informações do G1

24/11/2023 por Redação

Nesta quinta-feira (23), agentes cumpriram 4 mandados de prisão — 2 deles contra os irmãos André Felipe e André Vitor de Oliveira Silva, apontados como chefes do esquema. Os 2 foragidos da Operação Pyramis, contra um esquema de pirâmide financeira em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, cuidavam, segundo a polícia, do marketing da Atomx, que depois virou Atrion Invest. Entre as funções do casal Anderson Almeida de Azevedo Junior e Mabia Torres de Almeida estava definir o dress-code da empresa — ou o jeito de vestir dos funcionários.
Nesta quinta-feira (23), agentes da 76ª DP (Niterói) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ) cumpriram 4 mandados de prisão — 2 deles contra os irmãos André Felipe e André Vitor de Oliveira Silva, apontados como chefes do esquema.
Pelo menos mil pessoas foram lesadas.
Mabia Torres de Almeida
Reprodução
Anderson e Mabia teriam movimentado mais de R$ 5 milhões em um ano.
“Mabia era diretora de marketing, e Anderson, o diretor administrativo. Nas contas bancárias desse casal foi apurada uma movimentação expressiva que não estaria de acordo com a renda declarada”, afirmou a delegada Natacha Oliveira, titular da 76ª DP (Niterói).
“O casal ostentava riqueza nas redes sociais, com carros de luxo e viagens em jatinho, e havia esse investimento em marketing justamente para captar clientes e mostrar que a empresa era bem-sucedida no mercado”, emendou.
A polícia descobriu, porém, que Anderson não tinha nenhum veículo cadastrado em seu nome.
Mabia também cuidava do posicionamento da marca com os colaboradores e a postura da empresa nas redes sociais. Ela ainda organizava eventos internos “visando ao bem-estar dos funcionários” e reuniões com possíveis investidores.
Ainda de acordo com as investigações, o casal deixou o Brasil com destino a Toronto, no Canadá, já ciente de que seria alvo.
A Operação Pyramis
Polícia e Gaeco fazem operação contra esquema de pirâmide financeira
A Polícia Civil do RJ e o MPRJ saíram para cumprir, no total, 6 mandados de prisão.
Os presos:
André Felipe de Oliveira Silva, dono da Atomx, preso desde maio;
André Vitor de Oliveira Silva, braço direito do irmão;
Giovanni Andrade da Costa Leste, policial civil da 54ª DP (Belford Roxo) responsável pela escolta dos irmãos;
Suellen Marques Mendonça, ex-mulher de André Felipe.
André Victor (E) e André Felipe
Reprodução
Segundo as investigações, a Atomx/Atrion Invest, com sede em Niterói, prometia ganhos fixos mensais de 3% a 16%, a título de rendimento gerado a partir de “traders de criptomoedas”.
“Em um primeiro momento, eles atraíam esses investidores, que faziam esses aportes financeiros com a promessa de retornos fixos. Em um primeiro momento eram pagas algumas parcelas, contudo logo depois cessavam os pagamentos”, explicou a delegada.
Atriôn Investimentos é investigada pela polícia por suposto esquema de pirâmide
A firma investiu massivamente em marketing, inclusive patrocinando eventos e atletas esportivos. Os responsáveis também se envolviam com políticos e celebridades e ostentavam muito luxo.
De acordo com as investigações, os irmãos André Felipe e André Vitor são os chefes da organização. Já Suelen Marques Mendonça, que foi presa em um condomínio de Niterói, exerceu diversos cargos na empresa, além de atuar na captação de novos clientes.
Outro alvo da operação desta quinta, o policial civil Giovani Andrade da Costa foi preso em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Segundo os investigadores, ele abriu uma empresa de segurança para fazer a escolta da organização criminosa.
O policial ainda trabalhava em uma delegacia de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Os investigadores descobriram que diversos carros blindados eram usados pelo policial para fazer a escolta do bando.
A defesa de Giovani afirmou que ele é inocente. “Apenas prestou serviços de segurança por empresa regularmente constituída, nunca se envolveu em qualquer atividade financeira da empresa denunciada e jamais integrou qualquer organização criminosa, tendo carreira policial honrada, sem qualquer desvio de conduta”, disse o advogado Ricardo Braga.
Suellen Marques Mendonça
Reprodução/TV Globo
Dono foi preso armado em hospital
André Felipe está preso desde maio, por porte ilegal de arma. Ele foi encontrado com um arsenal no carro em um hospital particular em Niterói. Na época, policiais foram informados de que um homem estava andado armado pela unidade de saúde. Eles foram checar, e André Felipe não mostrou nenhum tipo de documentação.
André Vitor circulava com carros de luxo, como um Ranger Rover e um Mercedes — mas nem sequer possuía veículo registrado em seu nome. Com Vitor os agentes apreenderam uma pistola e munição.
André Felipe de Oliveira Silva foi preso com arsenal em Niterói
Montagem/g1

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